[OBS deste blog 'democracia&política':
O "japonês bonzinho" virou estrela, pop star, muito festejado pela mídia tucana e pelas "elites" depois que foi identificado como suspeito de vender ilegalmente informações sigilosas da Operação Lava-Jato (somente aquelas que prejudicam o governo federal, conforme especificado na encomenda dos compradores). Ele é muito requisitado nos shoppings e restaurantes para fazer 'selfies'.
Os clientes habituais dos vazamentos têm sido, principalmente, a "Veja" e a "Globo". Quase todas as noites, o Jornal Nacional apresenta como atração trechos de documentos secretos e de gravações de interrogatórios da operação obtidos enigmaticamente pela Globo. Também foram encontradas partes sigilosas do processo conduzido pelo Juiz Moro na casa do banqueiro André Esteves. Em gravações obtidas pela PF no episódio Delcídio Amaral, há novamente a menção de que o fornecedor dos documentos secretos vazados para o banqueiro teria sido o bondoso japonês.
Para mim, o mais intrigante é que o Juiz Moro não investiga, nem prende "preventivamente" o japonês por essas suspeitas de repetidos crimes graves. Ele continua aparecendo desfilando de negro nos horários nobres das TV. Por muito menos, por suposições sutis e abstratas, Moro já manteve inocentes indefinidamente na cadeia, como no caso da irmã da cunhada de Vaccari filmada sacando R$ 2000,00 da conta dela em uma caixa automática de banco.
Nessa trama nebulosa, incompreensível, a fama do bondoso japonês já atravessou o Atlântico. Vejamos a seguinte notícia publicada em Portugal]:
As suspeitas sobre o "japonês bonzinho" da PF, na versão dos portugueses
Do "Diário de Notícias" de Lisboa
O "japonês bonzinho" afinal pode ser vilão
Por João Almeida Moreira
"Cada vez que a operação Lava-Jato prende poderosos no Brasil, ao lado do detido aparece o mesmo polícial.
A cada detenção da Lava-Jato, a operação policial que investiga o Petrolão e está a abalar as estruturas do Brasil, os olhos dos brasileiros concentravam-se no essencial: os milionários Marcelo Odebrecht e Otávio de Azevedo, algemados, rumo ao cárcere; José Carlos Bumlai, íntimo de Lula de Silva, a entrar na esquadra; o tesoureiro do PT Vaccari Neto a agachar-se para entrar no carro da polícia; e por aí adiante. Mas, qual mensagem subliminar, os mesmos olhos dos brasileiros passaram a concentrar-se no agente, de colete, óculos escuros, cabelo grisalho e traços orientais comum a todas as imagens. Quem é afinal aquele japonês, perguntou-se o Brasil?
"Se tocarem à campainha de sua casa às seis da manhã e for um japonesinho, não abra, você vai ser preso", escreveu nas redes sociais o humorista Sérgio Mallandro. Cidadãos anônimos que por um acaso se cruzavam com o agente pediam 'selfies' e faziam legendas sugestivas do tipo "ao lado do homem que está a consertar o Brasil" ou "estou com o japa mais famoso do país mas não estou indo preso, não". Como Sérgio Moro, o juiz da Lava-Jato, é, na medida do que lhe é possível, discreto, o japa tornou-se o rosto da operação. Mais tarde ou mais cedo, a história do agente chegaria aos media. E chegou: mas não como "fait divers".
Numa gravação que levou à detenção do senador Delcídio do Amaral no final do novembro, o político combinava a fuga do país de Nestor Cerveró, um dos principais delatores do Petrolão, com o filho deste, um advogado e um assessor. Às tantas, alguém diz que um agente da polícia vende informações às revistas e passa relatórios secretos para as defesas dos acusados. "Quem?", pergunta Delcídio. "O japonês, o japonês é bonzinho", responde o advogado.
O chefe de núcleo de operações de Curitiba, Newton Hidenori Ishii, na polícia desde 1976, ganhou imediatamente a alcunha de "japonês bonzinho" e já vai ser ouvido pelo juiz Sérgio Moro sobre as supostas fugas de informação.
A imprensa procurou então saber mais sobre Ishii e descobriu que, em 2003, o agente fora apanhado em flagrante pela própria corporação a facilitar contrabando na Foz do Iguaçu, na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Demitido em 2009, foi considerado depois inocente e reintegrado à corporação por decisão judicial em 2012. "Estão a usar o meu nome e a minha história para criar uma cortina de fumo em torno da Lava-Jato", tem dito, segundo amigos próximos, o "japonês bonzinho". Mas Ishii passou mesmo num instante de rosto da impunidade no Brasil ao seu inverso.
"Este país não tem jeito mesmo: até tu, japa?"
FONTE: do "Diário de Notícias" de Lisboa. Transcrito no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/as-suspeitas-sobre-o-japones-bonzinho-da-pf-na-versao-dos-portugueses). [Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
Os clientes habituais dos vazamentos têm sido, principalmente, a "Veja" e a "Globo". Quase todas as noites, o Jornal Nacional apresenta como atração trechos de documentos secretos e de gravações de interrogatórios da operação obtidos enigmaticamente pela Globo. Também foram encontradas partes sigilosas do processo conduzido pelo Juiz Moro na casa do banqueiro André Esteves. Em gravações obtidas pela PF no episódio Delcídio Amaral, há novamente a menção de que o fornecedor dos documentos secretos vazados para o banqueiro teria sido o bondoso japonês.
Para mim, o mais intrigante é que o Juiz Moro não investiga, nem prende "preventivamente" o japonês por essas suspeitas de repetidos crimes graves. Ele continua aparecendo desfilando de negro nos horários nobres das TV. Por muito menos, por suposições sutis e abstratas, Moro já manteve inocentes indefinidamente na cadeia, como no caso da irmã da cunhada de Vaccari filmada sacando R$ 2000,00 da conta dela em uma caixa automática de banco.
Nessa trama nebulosa, incompreensível, a fama do bondoso japonês já atravessou o Atlântico. Vejamos a seguinte notícia publicada em Portugal]:
As suspeitas sobre o "japonês bonzinho" da PF, na versão dos portugueses
Do "Diário de Notícias" de Lisboa
O "japonês bonzinho" afinal pode ser vilão
Por João Almeida Moreira
"Cada vez que a operação Lava-Jato prende poderosos no Brasil, ao lado do detido aparece o mesmo polícial.
A cada detenção da Lava-Jato, a operação policial que investiga o Petrolão e está a abalar as estruturas do Brasil, os olhos dos brasileiros concentravam-se no essencial: os milionários Marcelo Odebrecht e Otávio de Azevedo, algemados, rumo ao cárcere; José Carlos Bumlai, íntimo de Lula de Silva, a entrar na esquadra; o tesoureiro do PT Vaccari Neto a agachar-se para entrar no carro da polícia; e por aí adiante. Mas, qual mensagem subliminar, os mesmos olhos dos brasileiros passaram a concentrar-se no agente, de colete, óculos escuros, cabelo grisalho e traços orientais comum a todas as imagens. Quem é afinal aquele japonês, perguntou-se o Brasil?
"Se tocarem à campainha de sua casa às seis da manhã e for um japonesinho, não abra, você vai ser preso", escreveu nas redes sociais o humorista Sérgio Mallandro. Cidadãos anônimos que por um acaso se cruzavam com o agente pediam 'selfies' e faziam legendas sugestivas do tipo "ao lado do homem que está a consertar o Brasil" ou "estou com o japa mais famoso do país mas não estou indo preso, não". Como Sérgio Moro, o juiz da Lava-Jato, é, na medida do que lhe é possível, discreto, o japa tornou-se o rosto da operação. Mais tarde ou mais cedo, a história do agente chegaria aos media. E chegou: mas não como "fait divers".
Numa gravação que levou à detenção do senador Delcídio do Amaral no final do novembro, o político combinava a fuga do país de Nestor Cerveró, um dos principais delatores do Petrolão, com o filho deste, um advogado e um assessor. Às tantas, alguém diz que um agente da polícia vende informações às revistas e passa relatórios secretos para as defesas dos acusados. "Quem?", pergunta Delcídio. "O japonês, o japonês é bonzinho", responde o advogado.
O chefe de núcleo de operações de Curitiba, Newton Hidenori Ishii, na polícia desde 1976, ganhou imediatamente a alcunha de "japonês bonzinho" e já vai ser ouvido pelo juiz Sérgio Moro sobre as supostas fugas de informação.
A imprensa procurou então saber mais sobre Ishii e descobriu que, em 2003, o agente fora apanhado em flagrante pela própria corporação a facilitar contrabando na Foz do Iguaçu, na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Demitido em 2009, foi considerado depois inocente e reintegrado à corporação por decisão judicial em 2012. "Estão a usar o meu nome e a minha história para criar uma cortina de fumo em torno da Lava-Jato", tem dito, segundo amigos próximos, o "japonês bonzinho". Mas Ishii passou mesmo num instante de rosto da impunidade no Brasil ao seu inverso.
"Este país não tem jeito mesmo: até tu, japa?"
FONTE: do "Diário de Notícias" de Lisboa. Transcrito no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/as-suspeitas-sobre-o-japones-bonzinho-da-pf-na-versao-dos-portugueses). [Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
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