quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

HIPÓCRITA MORALISMO DO PSDB SENDO DESMASCARADO





PSDB acusou governo federal de fazer o que o PSDB fez: matar CPI (depois de propina de R$ 10 milhões ao presidente do partido Sergio Guerra).


"O acúmulo de informações sobre a Operação Lava Jato deixa claro: o Petrolão começou no governo PSDB do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Diz ele que era, então, um esquema “desorganizado”. Ou seja, a corrupção do PSDB é mais “vadia” que a do PT/PMDB/PP/PSB e outros, parece sugerir o sociólogo.

É exatamente a mesma lógica utilizada para justificar como "legais" as doações feitas pelas empreiteiras envolvidas na Lava Jato a Aécio Neves em 2014, enquanto aquelas que abasteceram os cofres de Dilma teriam sido “criminosas”.

“Mas, não tínhamos o que dar em troca, já que não controlávamos o Planalto”, argumentam os tucanos.

Porém, e os contratos fechados pelas mesmas empreiteiras com os governos paulistas? E os fechados com os governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia em Minas? Não poderia ter se dado aí o quid-pro-quo?

A lógica do PSDB, endossada pela mídia, deu certo no mensalão: embora os tucanos tenham amamentado Marcos Valério no berço, com dinheiro público de empresas estatais como Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), Comig — hoje Codemig, Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais — e o extinto Bemge, o banco estadual mineiro, ninguém foi preso. O ex-presidente nacional do PSDB e senador Eduardo Azeredo foi condenado em primeira instância a 20 anos de prisão (leia íntegra da sentença aqui), depois de 17 anos! Dificilmente passará um dia na cadeia, já que em 2018 completa 70 anos.

Enquanto isso, o mensalão petista deu no que deu, apesar da controvérsia sobre se o dinheiro da "Visanet", afinal, era ou não público.

Vejamos quais são os fatos que localizam o berço do Petrolão no quintal de PSDB/FHC:

1. Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma no Senado, hoje preso, assinou ficha de filiação no PSDB em 1998 e foi diretor de Gás e Energia da Petrobrás em 2000 e 2001, no segundo mandato de FHC, quando conheceu Nelson Cerveró e Paulo Roberto Costa, que agora se tornaram delatores. Os negócios entre eles começaram então.

2. As usinas termelétricas construídas às pressas na época do apagão elétrico — o verdadeiro, não aquele que a Globo prevê desde o início do governo Lula –, durante o governo FHC, deram prejuízo à Petrobrás superior àquele atribuído à compra e venda da refinaria de Pasadena, no governo Dilma, segundo calculou a [própria tucana] "Folha de S. Paulo". Mas, vejam [abaixo] que interessante: a "Folha" apresenta o senador como sendo "do PT" quando, à época dos negócios denunciados, ele tinha ficha de filiação assinada no PSDB e servia ao governo PSDB/FHC.



3. Delcídio é acusado de ter recebido R$ 10 milhões em propina da Alstom nesse período. A Alstom foi operadora do trensalão tucano em São Paulo, que atravessou os governos Covas, Alckmin, Serra e Alckmin com uma velocidade superior àquela com que se constrói o metrô paulistano.

4. A "Operação Sangue Negro", deflagrada pela Polícia Federal, refere-se a um esquema envolvendo a empresa holandesa SBM, que operou de 1998 a 2012, envolvendo pagamentos de U$ 46 milhões. Em 1998, registre-se, FHC foi reeleito para um segundo mandato.

5. Em delação premiada, o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, disse que coletou um total de R$ 100 milhões em propinas desde 1996. Portanto, desde a metade do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. Barusco, se contou a verdade, atuou no propinoduto durante seis longos anos sob governo tucano. Por que Lula e Dilma deveriam saber de tudo e FHC não?

6. Outro delator, Fernando Baiano, disse que seus negócios com a Petrobrás começaram em 2000, na metade do segundo mandato de FHC/PSDB.

O curioso é que, em março de 2014, o PSDB acusou o PT, em nota no seu site, de ter tentado bloquear investigações sobre a Petrobrás.

Desde 2009, o PSDB no Senado solicita investigações sobre denúncias de irregularidades e na direção oposta, o esforço para aprovar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a estatal petroleira foi derrubada pelo governo federal no mesmo ano. […] Em 15 de maio de 2009, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) protocolou um pedido de abertura da comissão, assinado por 32 colegas de diversos partidos, incluindo até mesmo alguns de legendas que apoiam o governo. O requerimento pedia a investigação a fraudes que já haviam sido motivo de trabalhos na Polícia Federal, Tribunal de Contas da União e Ministério Público federal.

Na justificativa, o tucano argumentou que "havia indícios de fraudes em construção e reforma de plataformas de petróleo – em especial relacionadas a grandes superfaturamentos – e desvios de verbas de royalties da exploração do petróleo, sonegação de impostos, mal uso de verbas de patrocínio e fraudes em diversos acordos e pagamentos na Agência Nacional de Petróleo. No entanto, o governo operou internamente com sua base para engavetar o pedido de CPI. Mas o PSDB apresentou requerimentos relacionados à Petrobras, no esforço de buscar respostas às denúncias".

Porém, mais tarde soubemos que foi o ex-presidente do PSDB e ex-senador Sergio Guerra, já falecido, quem teria recebido R$ 10 milhões para enterrar a CPI, segundo o delator Paulo Roberto Costa.

No [tucano] "Estadão":

"O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou em sua delação premiada que o então presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra – morto em março deste ano –, o procurou e cobrou R$ 10 milhões para que a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobrás, aberta em julho de 2009 no Senado, fosse encerrada. Segundo Costa, o tucano disse a ele que o dinheiro seria usado para a campanha de 2010. Aos investigadores da Operação Lava Jato, Costa afirmou que os R$ 10 milhões foram pagos em 2010 a Guerra. O pagamento teria ocorrido depois que a CPI da Petrobrás foi encerrada sem punições, em 18 de dezembro de 2009. O senador era um dos 11 membros da comissão – três integrantes eram da oposição e acusaram o governo de impedir as apurações.

A extorsão, segundo Costa, foi para abafar as descobertas de irregularidades nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco – alvo do esquema que levou ao banco dos réus o ex-diretor da estatal e o doleiro Alberto Youssef. A obra era um dos sete alvos suspeitos na Petrobrás que justificaram a abertura da comissão, em julho. […] O ex-diretor declarou que o então presidente do PSDB estava acompanhado do deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), a quem chamou em seu relato de “operador” […] O delator afirmou que Guerra relatou a ele que o dinheiro abasteceria as campanhas do PSDB em 2010. Naquele ano, o presidente do partido foi o coordenador oficial da campanha presidencial do candidato José Serra. Integrantes da campanha informaram que o ex-senador não fez parte do comitê financeiro.

Vejam vocês que os tucanos denunciados são graúdos: dois senadores e ex-presidentes do partido, Eduardo Azeredo e Sergio Guerra. Não é, portanto, coisa da arraia miúda do PSDB.

No caso de Guerra, supostamente atuou com um operador de outro partido, demonstrando que o Petrolão obedecia a linhas partidárias tanto quanto aquela famosa foto de Delcídio (PT) com Romário (PSB), Eduardo Paes, Pedro Paulo e Ricardo Ferraço (PMDB) celebrando uma “aliança partidária”.

Nosso ponto é que o mensalão, assim como o trensalão e o petrolão, são suprapartidários e expressam a destruição do sistema político brasileiro pelo financiamento privado, aquele que transformou o presidente da Câmara Eduardo Cunha num traficante de emendas parlamentares escritas pela OAS e apresentadas por gente como Sandro Mabel (PMDB) e Francisco Dornelles (PP).

Se é certo que o PT age igualzinho aos outros partidos, também o é que o PSDB não paira ao lado do DEM no panteão da moralidade, né Agripino?

As informações acima não diminuem ou pretendem diminuir a responsabilidade de integrantes do PT e de todos os outros partidos envolvidos no Petrolão: PMDB, PP, PSB e outros.

Porém, servem para demonstrar que o Petrolão floresceu num período em que, tendo a oportunidade de fazê-lo, o PSDB não fortaleceu as instituições que poderiam desmontá-lo no nascedouro. Pelo contrário, os dois mandatos de FHC/PSDB ficaram famosos pela atuação do engavetador-geral da República. O presidente se ocupava de coisas mais importantes, como vender por U$ 3 bilhões uma empresa que valia U$ 100 
bilhões, noutro escândalo, aquele sim, jamais investigado.

PS do Viomundo: Quais campanhas foram irrigadas pelos R$ 10 milhões do Guerra? Existe punição no Congresso por obstruir investigações às custas de dinheiro sujo?

FONTE: do site "Viomundo"  (http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/desorganizada-corrupcao-na-petrobras-comecou-no-primeiro-mandato-de-fhc-e-rendeu-frutos-ao-psdb-ate-2010.html) [Título e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

COMPLEMENTAÇÃO


[Bondade da Justiça]: 

Deputados que receberam de Azeredo [dinheiro desviado de estatais mineiras]  foram excluídos do processo. Inclusive Aécio Neves!!!



MENSALÃO TUCANO

‘Azeredo foi preso [condenado], mas ninguém fala do Aécio’, afirma deputado

Segundo Rogério Correia (PT-MG), Aécio Neves também estava na lista que originou na prisão do deputado estadual do PSDB, porém, foi ["misteriosamente"] excluído da investigação

Da "Rede Brasil Atual"

São Paulo – Em entrevista à repórter Marilu Cabañas da "Rádio Brasil Atual", o deputado estadual de Minas Gerais Rogério Correia (PT) lamentou que a condenação do ex-governador e ex-senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), por peculato e lavagem de dinheiro, não incluiu Aécio Neves (PSDB-MG) que, segundo ele, também tem seu nome envolvido nas denúncias do chamado mensalão tucano.

Até que enfim o Azeredo foi preso [condenado]. Ainda cabe recurso, mas pelo menos fica claro que o crime foi cometido, já que há tanto tempo falamos. O que não estão dando destaque é o outro que se beneficiou, além de Azeredo, que: é o Aécio Neves, que está na lista, que mostra que ele recebeu R$ 110 mil reais na época.” [equivalente a cerca de R$ 460 mil hoje]

O parlamentar explica porque Aécio não foi condenado também no processo. “Eles colocaram só o Azeredo, mas quem recebeu do Azeredo eles tiraram. Então, colocaram só quem fez a corrupção ativa, e quem fez a passiva, que foram os deputados, foram retirados (do processo).

O deputado lembra que Aécio Neves “ainda está na lista de Furnas e esperamos que o (Procurador Geral da República, Rodrigo) Janot abra um processo


O deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) também comenta a condenação de Azeredo. “É uma decisão tardia, mas é justa, que revela que a matriz da forma de financiar partido e campanha é essa.

O mensalão tucano é precursor de todos os mensalões, que sempre envolvem partido político, contratos públicos e propinas. Isso revela que o PSDB, que se diz moral, foi pioneiro nessas práticas.

Chico Alencar também analisa os caminhos que levam à morosidade da Justiça, da qual maus políticos se aproveitam. “Em nota, o PSDB diz que confia que Azeredo vai provar sua inocência. É curioso que muitos que criticam o foro privilegiado, não vê que, para esses homens públicos, não ter esse foro é uma possibilidade à apelação quase infinita, ou seja, acontece a impunidade.

FONTE da complementação: da "Rede Brasil Atual". Transcrito no site "Viomundo"  (http://www.viomundo.com.br/denuncias/rogerio-correia-deputados-que-receberam-de-azeredo-foram-excluidos-do-processo-inclusive-aecio.html). [Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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