[BLINDAGEM DA MÍDIA E DA JUSTIÇA RESISTIU POR 27 ANOS!]
ALSTOM VAI PAGAR R$ 60 MILHÕES EM PROCESSO SOBRE PROPINA EM GESTÃO DO PSDB
"Multinacional francesa é acusada de pagar propina por um contrato de fornecimento de duas subestações de energia, em 1998, para uma empresa do governo de São Paulo, na gestão do tucano Mário Covas.
Robson Marinho, um dos fundadores do PSDB, continua como réu na ação, por supostamente ter recebido US$ 2,7 milhões da empresa em contas secretas na Suíça entre 1998 e 2005. Provas contra ele citam ainda a Secretaria de Energia, que era dirigida por Andrea Matarazzo. O acordo fechado na Justiça não inclui os processos sobre o Metrô, a CPTM e a acusação de formação de cartel em licitações de compra de trens. Em todos, há suspeitas de que integrantes do PSDB tenham sido beneficiados; propina da Alstom também ajudou a bancar reeleição de FHC.
Do "Brasil 247"
Do "Brasil 247"
A Alstom vai pagar uma indenização de cerca de R$ 60 milhões para se livrar de um processo em que é acusada de pagar propina por um contrato de fornecimento de duas subestações de energia, em 1998, para uma empresa do governo de São Paulo, na gestão do tucano Mário Covas.
Auxiliar de Mário Covas à época, Robson Marinho, um dos fundadores do PSDB, continua como réu na ação. Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, ele foi afastado do cargo em 2014, acusado de ter recebido US$ 2,7 milhões da Alstom em contas secretas na Suíça entre 1998 e 2005. Provas contra ele citam ainda a Secretaria de Energia, que era dirigida por Andrea Matarazzo.
O acordo fechado na Justiça não inclui os processos sobre o Metrô, a CPTM e a acusação de formação de cartel em licitações de compra de trens. Em todos os casos citados, há suspeitas de que integrantes do PSDB tenham sido beneficiados por suborno.
A propina da Alstom também ajudou a bancar reeleição de FHC (saiba mais).
Leia aqui reportagem de Mario Cesar Carvalho sobre o assunto:
PROPINA DA ALSTOM AJUDOU A BANCAR REELEIÇÃO DE FHC/PSDB
"Os R$ 3 milhões arrecadados por Andrea Matarazzo foram usados na "contabilidade paralela" [eufemismo para "caixa 2", considerado "crime" pelo STF no julgamento do mensalão do PT] do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso/PSDB, na disputa presidencial de 1998.
Auxiliar de Mário Covas à época, Robson Marinho, um dos fundadores do PSDB, continua como réu na ação. Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, ele foi afastado do cargo em 2014, acusado de ter recebido US$ 2,7 milhões da Alstom em contas secretas na Suíça entre 1998 e 2005. Provas contra ele citam ainda a Secretaria de Energia, que era dirigida por Andrea Matarazzo.
O acordo fechado na Justiça não inclui os processos sobre o Metrô, a CPTM e a acusação de formação de cartel em licitações de compra de trens. Em todos os casos citados, há suspeitas de que integrantes do PSDB tenham sido beneficiados por suborno.
A propina da Alstom também ajudou a bancar reeleição de FHC (saiba mais).
Leia aqui reportagem de Mario Cesar Carvalho sobre o assunto:
PROPINA DA ALSTOM AJUDOU A BANCAR REELEIÇÃO DE FHC/PSDB
"Os R$ 3 milhões arrecadados por Andrea Matarazzo foram usados na "contabilidade paralela" [eufemismo para "caixa 2", considerado "crime" pelo STF no julgamento do mensalão do PT] do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso/PSDB, na disputa presidencial de 1998.
A planilha com o "caixa dois" foi montada pelo ex-tesoureiro de campanha Luiz Carlos Bresser Pereira, que confirmou o papel de Matarazzo na arrecadação extraoficial. As informações fazem parte de denúncias publicadas por (pasmem) a revista "Veja" e a "Folha de S. Paulo". Áulicos do PSDB, como Reinaldo Azevedo, se esforçam para dizer que Matarazzo não tinha o "domínio do fato"... Para FHC, PT e PSDB não são "farinha do mesmo saco" [portanto, ele pode incorrer no crime].
Do "Brasil 247"
Do "Brasil 247"
O arquivo digital de publicações como "Folha de S. Paulo" e a própria "Veja" permite juntar os pontos e conectar as propinas pagas pela Alstom no Brasil ao "caixa dois" da campanha presidencial do PSDB em 1998, que reelegeu Fernando Henrique Cardoso. Nessa trama, um dos personagens centrais é o vereador Andrea Matarazzo, que foi recentemente indiciado pela Polícia Federal, mas alega inocência e vem sendo ardorosamente defendido por áulicos do PSDB, como o blogueiro Reinaldo Azevedo.
Matarazzo desponta nesse jogo numa reportagem da "Folha de S. Paulo" de 12 de novembro de 2000, assinada pelos jornalistas Wladimir Gramacho e Andrea Michael. "Documento revela 'doações não registradas' [caixa 2] para a campanha de FHC", diz o título do texto, que foi uma das manchetes principais da "Folha" naquele dia (leia aqui a íntegra).
Segundo a reportagem, pelo menos R$ 10,1 milhões não foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral. E as informações vinham de uma planilha feita pelo ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, que foi o tesoureiro das duas campanhas presidenciais de FHC/PSDB.
Dos R$ 10,1 milhões, a maior parte, segundo a planilha de Bresser Pereira, havia sido arrecadada por Matarazzo. Eis o que diz a reportagem:
"A maior doação não declarada ao TSE, de R$ 3 milhões, é atribuída pela planilha ao hoje [nov 2000] ministro Andrea Matarazzo, da Secretaria de Comunicação da Presidência. "Dinheiro sem procedência nem destino" conhecidos, de acordo com o documento.
"Não pode ser. Não conheço a planilha. Não tenho idéia. Muito menos valores desse tamanho", reagiu Matarazzo. "Eu não fui arrecadador. Não me ponha como arrecadador. Fiz alguns jantares com empresários. E só", rebateu o ministro.
Seus colegas de campanha dizem coisa diferente. "O Andrea também foi (arrecadador), no começo", lembra Bresser. "Havia uma certa competição, talvez em função da vontade dele de ir para Brasília", conta o publicitário Luiz Fernando Furquim, outro coletor.
Ou seja: embora Matarazzo tenha negado agir como arrecadador, seu papel nesse trabalho de levantar recursos foi confirmado pelo próprio Bresser Pereira e pelo publicitário Luiz Fernando Furquim.
Diante da gravidade da denúncia da "Folha", a própria "Veja" decidiu repercutir o caso. E o fez numa reportagem do jornalista Alexandre Oltramari, de 22 de novembro de 2000. [Sumiu. Deve ter sido engavetada pela PGR e logo abafada pela mídia, como todas as demais denúncias que envolveram FHC, o PSDB e aliados]No texto "O caixa dois de volta à luz", a "Veja" não fez contorcionismos retóricos para negar o caixa dois na campanha de FHC/PSDB – uma vez que o próprio tesoureiro de campanha, Bresser Pereira, o confirmara. O que "Veja" fez foi afirmar que outros partidos, como o PT, subestimaram os seus gastos" (leia aqui a íntegra).
A reportagem de Oltramari não poupa Andrea Matarazzo, acusado de mentir à revista. Eis um trecho da reportagem, a partir do subtítulo autoexplicativo "Que teve, teve":
"Que teve, teve – Num primeiro momento, os tucanos, atingidos pela denúncia, ensaiaram uma versão de que a planilha do caixa dois podia não ser verdadeira. Após receber um telefonema de Fernando Henrique, no qual o presidente demonstrava preocupação com a notícia, Bresser Pereira tentou explicar-se. Admitiu ser o dono da planilha e contou que seu irmão, Sérgio Luiz, o ajudou no trabalho, porém afirmou que ela foi alterada. "Eu montei uma planilha, mas abandonei o sistema depois de dois meses porque não funcionava", disse o ex-ministro. "Não houve gastos nem receitas que não foram contabilizados. Não sei explicar de onde saiu isso." A ordem no Planalto era para que ninguém no governo comentasse o assunto. No apartamento de Bresser, em São Paulo, os empregados avisavam aos jornalistas que ele viajara para os Estados Unidos. O ministro Andrea Matarazzo, que aparece na lista do "por fora" com uma doação de 3 milhões de reais, mandou seus assessores dizerem que tinha ido para a fazenda e estava "incomunicável". Puro teatro. Nem Bresser havia embarcado para os Estados Unidos nem Matarazzo estava "incomunicável".
No final da semana, ninguém tinha mais dúvida de que a planilha revelava o caixa dois da campanha. Além de Bresser Pereira, outras duas pessoas tinham acesso à contabilidade da campanha de Fernando Henrique: o ex-presidente dos Correios Egydio Bianchi e Adroaldo Wolf. Em conversa com VEJA, um deles admitiu que a campanha, de fato, usou a "contabilidade paralela". "Que teve uma contabilidade paralela, eu não tenho dúvida. O que eu não sei é se desviaram o dinheiro ou se não declararam para proteger a identidade do doador", diz um dos tesoureiros. Na quarta-feira passada, falando de seu apartamento em São Paulo, Bresser desabafou: "Não posso ser responsabilizado por tudo que ocorreu de alto a baixo na campanha", disse. "Se alguém recebeu dinheiro e não registrou, como eu posso saber?" Entre os tucanos, o nome de Egydio Bianchi, que entrou no governo pelas mãos do ex-ministro Sergio Motta, circulava como o principal suspeito de ter vazado as planilhas com o caixa dois da campanha. Demitido dos Correios há quatro meses pelo ministro Pimenta da Veiga, das Comunicações, Bianchi saiu atirando. Chegou a ter um encontro com Fernando Henrique no qual torpedeou a administração de Pimenta da Veiga e prometeu entregar um dossiê com acusações".
Em 2008, depois que eclodiu o escândalo internacional das propinas da Alstom, pela primeira vez, a imprensa brasileira associou a multinacional francesa a doações de campanha para o PSDB. Isso foi feito na reportagem "Caixa dois de FHC citava empresas da Alstom", de José Ernesto Credendio, Mario Cesar Carvalho e Andrea Michael (leia aqui a íntegra). Leia aqui um trecho:
"Duas empresas do grupo francês Alstom são citadas nas planilhas eletrônicas do comitê financeiro do PSDB que deveriam abastecer o caixa dois da campanha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à reeleição, em 1998. As empresas são a Cegelec e a ABB.
As planilhas, tornadas públicas em 2000, atribuem ao atual secretário de Subprefeituras de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSDB), então secretário de Energia do Estado, a missão de buscar recursos junto a empresas. As estatais de energia eram os principais clientes da Alstom no governo de São Paulo.
Porém, não era atribuída à Cegelec e à ABB nenhuma meta de arrecadação. A planilha também não informa se elas deram dinheiro ao PSDB. Em 1998, Matarazzo acumulou o cargo de secretário com o de presidente da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), justamente uma das principais clientes da Alstom.
Memorandos internos trocados em 1997 entre diretores da Alstom, na França, apreendidos por promotores da Suíça, dizem que seriam pagas "comissões" para obter negócios com o governo paulista.
Num desses memorandos, um diretor da Cegelec em Paris diz estar disposto a pagar 7,5% para obter um contrato de R$ 110 milhões da Eletropaulo.
A Alstom comprou a Cegelec justamente naquele ano.
Os papéis citam que a comissão seria dividida entre "as finanças do partido", "o tribunal de contas" e "a Secretaria de Energia". A Eletropaulo era subordinada até abril de 1998 à pasta dirigida por Matarazzo.
Por essas e outras razões, Andrea Matarazzo foi indiciado pela Polícia Federal, que usou, inclusive, a teoria do domínio do fato para incriminá-lo. Os indícios são mais do que veementes e conectam as propinas da Alstom ao caixa dois da campanha de FHC, que foi admitido pelo próprio tesoureiro Bresser Pereira.
No entanto, num post publicado ontem, o blogueiro Reinaldo Azevedo dá mais um piti em defesa de Matarazzo (leia aqui). Puro desespero."
FONTE: do portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/210582/Alstom-vai-pagar-R$-60-mi-em-processo-sobre-propina.htm) e (http://www.brasil247.com/pt/247/poder/111437/Propina-da-Alstom-ajudou-a-bancar-reelei%C3%A7%C3%A3o-de-FHC.htm) [Título, subtítulo e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
Matarazzo desponta nesse jogo numa reportagem da "Folha de S. Paulo" de 12 de novembro de 2000, assinada pelos jornalistas Wladimir Gramacho e Andrea Michael. "Documento revela 'doações não registradas' [caixa 2] para a campanha de FHC", diz o título do texto, que foi uma das manchetes principais da "Folha" naquele dia (leia aqui a íntegra).
Segundo a reportagem, pelo menos R$ 10,1 milhões não foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral. E as informações vinham de uma planilha feita pelo ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, que foi o tesoureiro das duas campanhas presidenciais de FHC/PSDB.
Dos R$ 10,1 milhões, a maior parte, segundo a planilha de Bresser Pereira, havia sido arrecadada por Matarazzo. Eis o que diz a reportagem:
"A maior doação não declarada ao TSE, de R$ 3 milhões, é atribuída pela planilha ao hoje [nov 2000] ministro Andrea Matarazzo, da Secretaria de Comunicação da Presidência. "Dinheiro sem procedência nem destino" conhecidos, de acordo com o documento.
"Não pode ser. Não conheço a planilha. Não tenho idéia. Muito menos valores desse tamanho", reagiu Matarazzo. "Eu não fui arrecadador. Não me ponha como arrecadador. Fiz alguns jantares com empresários. E só", rebateu o ministro.
Seus colegas de campanha dizem coisa diferente. "O Andrea também foi (arrecadador), no começo", lembra Bresser. "Havia uma certa competição, talvez em função da vontade dele de ir para Brasília", conta o publicitário Luiz Fernando Furquim, outro coletor.
Ou seja: embora Matarazzo tenha negado agir como arrecadador, seu papel nesse trabalho de levantar recursos foi confirmado pelo próprio Bresser Pereira e pelo publicitário Luiz Fernando Furquim.
Diante da gravidade da denúncia da "Folha", a própria "Veja" decidiu repercutir o caso. E o fez numa reportagem do jornalista Alexandre Oltramari, de 22 de novembro de 2000. [Sumiu. Deve ter sido engavetada pela PGR e logo abafada pela mídia, como todas as demais denúncias que envolveram FHC, o PSDB e aliados]No texto "O caixa dois de volta à luz", a "Veja" não fez contorcionismos retóricos para negar o caixa dois na campanha de FHC/PSDB – uma vez que o próprio tesoureiro de campanha, Bresser Pereira, o confirmara. O que "Veja" fez foi afirmar que outros partidos, como o PT, subestimaram os seus gastos" (leia aqui a íntegra).
A reportagem de Oltramari não poupa Andrea Matarazzo, acusado de mentir à revista. Eis um trecho da reportagem, a partir do subtítulo autoexplicativo "Que teve, teve":
"Que teve, teve – Num primeiro momento, os tucanos, atingidos pela denúncia, ensaiaram uma versão de que a planilha do caixa dois podia não ser verdadeira. Após receber um telefonema de Fernando Henrique, no qual o presidente demonstrava preocupação com a notícia, Bresser Pereira tentou explicar-se. Admitiu ser o dono da planilha e contou que seu irmão, Sérgio Luiz, o ajudou no trabalho, porém afirmou que ela foi alterada. "Eu montei uma planilha, mas abandonei o sistema depois de dois meses porque não funcionava", disse o ex-ministro. "Não houve gastos nem receitas que não foram contabilizados. Não sei explicar de onde saiu isso." A ordem no Planalto era para que ninguém no governo comentasse o assunto. No apartamento de Bresser, em São Paulo, os empregados avisavam aos jornalistas que ele viajara para os Estados Unidos. O ministro Andrea Matarazzo, que aparece na lista do "por fora" com uma doação de 3 milhões de reais, mandou seus assessores dizerem que tinha ido para a fazenda e estava "incomunicável". Puro teatro. Nem Bresser havia embarcado para os Estados Unidos nem Matarazzo estava "incomunicável".
No final da semana, ninguém tinha mais dúvida de que a planilha revelava o caixa dois da campanha. Além de Bresser Pereira, outras duas pessoas tinham acesso à contabilidade da campanha de Fernando Henrique: o ex-presidente dos Correios Egydio Bianchi e Adroaldo Wolf. Em conversa com VEJA, um deles admitiu que a campanha, de fato, usou a "contabilidade paralela". "Que teve uma contabilidade paralela, eu não tenho dúvida. O que eu não sei é se desviaram o dinheiro ou se não declararam para proteger a identidade do doador", diz um dos tesoureiros. Na quarta-feira passada, falando de seu apartamento em São Paulo, Bresser desabafou: "Não posso ser responsabilizado por tudo que ocorreu de alto a baixo na campanha", disse. "Se alguém recebeu dinheiro e não registrou, como eu posso saber?" Entre os tucanos, o nome de Egydio Bianchi, que entrou no governo pelas mãos do ex-ministro Sergio Motta, circulava como o principal suspeito de ter vazado as planilhas com o caixa dois da campanha. Demitido dos Correios há quatro meses pelo ministro Pimenta da Veiga, das Comunicações, Bianchi saiu atirando. Chegou a ter um encontro com Fernando Henrique no qual torpedeou a administração de Pimenta da Veiga e prometeu entregar um dossiê com acusações".
Em 2008, depois que eclodiu o escândalo internacional das propinas da Alstom, pela primeira vez, a imprensa brasileira associou a multinacional francesa a doações de campanha para o PSDB. Isso foi feito na reportagem "Caixa dois de FHC citava empresas da Alstom", de José Ernesto Credendio, Mario Cesar Carvalho e Andrea Michael (leia aqui a íntegra). Leia aqui um trecho:
"Duas empresas do grupo francês Alstom são citadas nas planilhas eletrônicas do comitê financeiro do PSDB que deveriam abastecer o caixa dois da campanha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à reeleição, em 1998. As empresas são a Cegelec e a ABB.
As planilhas, tornadas públicas em 2000, atribuem ao atual secretário de Subprefeituras de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSDB), então secretário de Energia do Estado, a missão de buscar recursos junto a empresas. As estatais de energia eram os principais clientes da Alstom no governo de São Paulo.
Porém, não era atribuída à Cegelec e à ABB nenhuma meta de arrecadação. A planilha também não informa se elas deram dinheiro ao PSDB. Em 1998, Matarazzo acumulou o cargo de secretário com o de presidente da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), justamente uma das principais clientes da Alstom.
Memorandos internos trocados em 1997 entre diretores da Alstom, na França, apreendidos por promotores da Suíça, dizem que seriam pagas "comissões" para obter negócios com o governo paulista.
Num desses memorandos, um diretor da Cegelec em Paris diz estar disposto a pagar 7,5% para obter um contrato de R$ 110 milhões da Eletropaulo.
A Alstom comprou a Cegelec justamente naquele ano.
Os papéis citam que a comissão seria dividida entre "as finanças do partido", "o tribunal de contas" e "a Secretaria de Energia". A Eletropaulo era subordinada até abril de 1998 à pasta dirigida por Matarazzo.
Por essas e outras razões, Andrea Matarazzo foi indiciado pela Polícia Federal, que usou, inclusive, a teoria do domínio do fato para incriminá-lo. Os indícios são mais do que veementes e conectam as propinas da Alstom ao caixa dois da campanha de FHC, que foi admitido pelo próprio tesoureiro Bresser Pereira.
No entanto, num post publicado ontem, o blogueiro Reinaldo Azevedo dá mais um piti em defesa de Matarazzo (leia aqui). Puro desespero."
FONTE: do portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/210582/Alstom-vai-pagar-R$-60-mi-em-processo-sobre-propina.htm) e (http://www.brasil247.com/pt/247/poder/111437/Propina-da-Alstom-ajudou-a-bancar-reelei%C3%A7%C3%A3o-de-FHC.htm) [Título, subtítulo e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
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