terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

UM MUNDO MENOS PERIGOSO?

A revista CartaCapital publica esta semana:

“O atual tratado de limitação de armas estratégicas entre Washington e Moscou, o Start I, vence em 5 de dezembro de 2009. Mas, segundo o jornal britânico Times de 4 de fevereiro, o presidente Obama não quer apenas renová-lo e sim propor à Rússia a redução mais radical nos respectivos arsenais nucleares desde 1969, quando se iniciaram negociações sobre limitação mútua de armamentos entre Richard Nixon e Leonid Brezhnev.

Apesar do fim da Guerra Fria, Bill Clinton e Bush júnior não efetuaram reduções substanciais de armamentos desde o tratado Start I, de 1991, pelo qual ambos os lados concordaram em baixar seus respectivos arsenais de 10 mil para 6 mil ogivas. Pelo contrário, Júnior pôs a perder o tratado Start II – que, negociado entre seu pai e Boris Yeltsin, significaria uma redução de 6 mil para 3 mil ogivas de cada lado – ao romper unilateralmente o acordo de limitação de antimísseis, em 2002.

O acordo proposto pela nova equipe da Casa Branca reduziria cada um dos arsenais para apenas mil ogivas. Obama também deve congelar a instalação do sistema antimísseis na Polônia e República Tcheca, provocação de Bush júnior que trouxe uma escalada de demonstrações militares russas do Caribe ao Pacífico. Espera-se que a participação do vice-presidente Joe Biden na Conferência de Segurança de Munique, de 6 a 8 de fevereiro, à qual devem comparecer os aliados europeus e Moscou, seja o primeiro passo.

Obama espera que, além de reduzir o risco de um apocalipse nuclear, a iniciativa dê às atuais potências nucleares mais autoridade moral para persuadir outras nações de que não precisam possuir bombas atômicas para ser respeitadas. Principalmente o Irã, que acaba de demonstrar sua capacidade tecnológica lançando o primeiro satélite ao espaço e a Coreia do Norte, que está para testar um míssil capaz de atingir os EUA. Precisará, porém, convencer os republicanos, apegados há décadas à miragem de um “escudo nuclear” antimíssil, capaz apenas de oferecer a mesma segurança ilusória que a Linha Maginot inspirava aos franceses em 1939.”

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