sábado, 10 de abril de 2010
O DISCURSO DE DILMA
"Dilma: eu nunca traí o povo, ele é minha bússola
Brizola Neto
"Como qualquer pessoa, preciso de algumas horas de descanso. E só agora fui ler o discurso de Dilma, hoje, no ABC. Sem saber o que ela falara, acho que exprimi o mesmo sentimento do post anterior, com menos talento.
Eu disse que acabou o 'paz e amor', e acabou. Não acabou a paz, não acabou o amor. Ao contrário, eles se fortaleceram.
Mas acabou o “somos todos iguais”. Somos iguais em direitos, mas não somos todos parte de uma “geléia geral” da política, com dizia Brizola.
O discurso de Dilma é uma “carta aos brasileiros”, mas escrita sem marqueteiro. Tem alma e sangue na tinta com que foi escrita. Merece ser lido e relido.
Como jovem, como brasileiro, como ser humano, encheu-me de orgulho.
Estamos numa antessala de mudanças profundas e contra elas, mais do que antes, agitarão o medo, a intolerância, a perfídia.
Não importa. A força desta verdade é tão grande, tão profunda, a beleza desta causa é tão grande, tão pungente que nada nos derrotará.
Toca-me ainda mais que Dilma o tenha encerrado com a frase que marcou tantas vezes a fala do meu avô: a força do povo.
É dele, do povo, de sua simplicidade, de sua coragem, de sua dignidade, que vêm os ensinamentos.
Viva o povo brasileiro!"
DISCURSO DE DILMA
“Companheiros e Companheiras.
“Estou aqui hoje e quero aproveitar este momento para me identificar com maior clareza. Os da oposição precisam dizer quem são. Vocês sabem quem eu sou, e vão saber ainda mais. O que eu fiz, o que planejo fazer e, uma coisa muito importante, o que eu não faço de jeito nenhum. Por isso gostaria de dizer que:
“Eu não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções. Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Só segui o que a minha alma e o meu coração mandavam. Nunca me submeti. Nunca abandonei o barco.
”Eu não sou de esmorecer. Vocês não me verão entregando os pontos, desistindo, jogando a toalha. Vou lutar até o fim por aquilo em que acredito. Estarei velhinha, ao lado dos meus netos, mas lutando sempre pelos meus princípios. Por um País desenvolvido com oportunidades para todos, com renda e mobilidade social, soberano e democrático;
“Eu não apelo. Vocês não verão Dilma Rousseff usando métodos desonestos e eticamente condenáveis para ganhar ou vencer. Não me verão usando mercenários para caluniar e difamar adversários. Não me verão fazendo ou permitindo que meus seguidores cometam ataques pessoais a ninguém. Minhas críticas serão duras, mas serão políticas e civilizadas. Mesmo que eu seja alvo de ataques difamantes.
”Eu não traio o povo brasileiro. Tudo o que eu fiz em política sempre foi em defesa do povo brasileiro. Eu nunca traí os interesses e os direitos do povo. E nunca trairei. Vocês não me verão por aí pedindo que esqueçam o que afirmei ou escrevi. O povo brasileiro é a minha bússola. A eles dedico meu maior esforço. É por eles que qualquer sacrifício vale a pena.
”Eu não entrego o meu país. Tenham certeza de que nunca, jamais me verão tomando decisões ou assumindo posições que signifiquem a entrega das riquezas nacionais a quem quer que seja. Não vou destruir o estado, diminuindo seu papel a ponto de tornar-se omisso e inexistente. Não permitirei, se tiver forças para isto, que o patrimônio nacional, representado por suas riquezas naturais e suas empresas públicas, seja dilapidado e partido em pedaços. O estado deve estar a serviço do interesse nacional e da emancipação do povo brasileiro.
”Eu respeito os movimenos sociais. Esteja onde estiver, respeitarei sempre os movimentos sociais, o movimento sindical, as organizações independentes do povo.
Farei isso porque entendo que os movimentos sociais são a base de uma sociedade verdadeiramente democrática. Defendo com unhas e dentes a democracia representativa e vejo nela uma das mais importantes conquistas da humanidade. Tendo passado tudo o que passei justamente pela falta de liberdade e por estar lutando pela liberdade, valorizo e defenderei a democracia. Defendo também que democracia é voto, é opinião. Mas democracia é também conquista de direitos e oportunidades. É participação, é distribuição de renda, é divisão de poder. A democracia que desrespeita os movimentos sociais fica comprometida e precisa mudar para não definhar. O que estamos fazendo no governo Lula e continuaremos fazendo é garantir que todos sejam ouvidos. Democrata que se preza não agride os movimentos sociais. Não trata grevistas como caso de polícia. Não bate em manifestantes que estejam lutando pacificamente pelos seus interesses legítimos.
“Companheiras e companheiros,
“Aquele país triste, da estagnação e do desemprego, ficou pra trás. O povo brasileiro não quer esse passado de volta.
“Acabou o tempo dos exterminadores de emprego, dos exterminadores de futuro. O tempo agora é dos criadores de emprego, dos criadores de futuro.
“Porque, hoje, o Brasil é um país que sabe o quer, sabe aonde quer chegar e conhece o caminho. É o caminho que Lula nos mostrou e por ele vamos prosseguir. Avançando. Com a força do povo e a graça de Deus.”
FONTE: publicado hoje (10/04) no blog "Tijolaço", de Brizola Neto.
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