domingo, 23 de maio de 2010

BRASILEIRO AGORA É BEM-VINDO NOS EUA (COM DINHEIRO)


Com dinheiro, aqui você é bem-vindo

Brizola Neto

"Tio Sam, a ironia: preciso de você para desperdiçar dinheiro em bugigangas.

Não faz muito tempo conseguir um visto para os Estados Unidos era um suplício. As autoridades diplomáticas norte-americanas desconfiavam de qualquer brasileiro que fosse passar algum tempo lá. Se fosse solteiro, em idade considerada produtiva, então, era visto negado na certa. O noticiário vivia repleto de deportações de brasileiros que tentavam entrar ilegalmente no país.

Mas os Estados Unidos se movem por por aquele verso da música: “money makes the world go around”, não é?. Com o crescimento do Brasil nos últimos oito anos, e, principalmente, com a rápida recuperação do país após a crise econômica global, os EUA estão loucos para receber cada vez mais brasileiros, e aumenta a campanha dos setores de lazer e turismo para a dispensa da exigência de visto.

Os EUA registram queda de visitantes internacionais, mas o número de visitantes brasileiros só aumenta. Em 2009, ano fortemente marcado pela crise, o crescimento de viajantes brasileiros aos EUA foi de 16%, e para este ano deve ser estabelecido um recorde, já que houve 33% de crescimento no primeiro bimestre e o primeiro trimestre deve fechar em 28%.

Os americanos, que antes temiam a imigração ilegal, agora cobiçam os brasileiros, que ajudam a mover sua economia combalida pela crise financeira gerada a partir de seu próprio ventre.

Hoje, na Folha, o economista Paul Krugman, uma das vozes liberais mais respeitadas no mundo econômico diz que aconteceram vários sinais de alerta sobre uma “década perdida” nos EUA, “o mais recente dos quais no relatório da quarta-feira(última) sobre os preços ao consumidor, que mostrava um indicador crucial de inflação em queda para menos de 1%, sua marca mais baixa em 44 anos.

Segundo ele, a expectativa é que a inflação caia mais ainda diante de desemprego em massa e capacidade produtiva excedente. E admite que pode ocorrer até deflação, que aumenta a poupança e desestimula o consumo, gerando mais queda na produção e forçando ainda mais a baixa de preços.

Ou seja, os EUA entram numa espécie de “liquidação” e, com isso, tendo dinheiro na mão, todo mundo é bem-vindo lá, para gastar."

FONTE: escrito por Brizola Neto e postado em seu blog "Tijolaço".

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