sexta-feira, 20 de março de 2009

GASTOS COM DEFESA

Li ontem no jornal Correio Braziliense a seguinte reportagem de Viviane Vaz:

GASTOS COM DEFESA CRESCEM

“Estudo argentino mostra que governos da região destinaram cerca de US$ 50 bilhões ao setor em 2008. No mundo, Brasil é o 12º que mais investiu na área em 2007, com 53% do total aplicado pela Unasul

O Brasil é o 12º país que mais investiu na área de defesa em 2007. No ano passado, além do Brasil, outros países sul-americanos, como Argentina, Venezuela, Colômbia e Equador, elevaram a parcela do orçamento destinada a esse setor. As informações foram divulgadas pelo Centro de Estudos Nova Maioria (CENM), da Argentina. Os dados do documento, chamado Balanço Militar da América do Sul 2008, mostram que o Brasil gastou US$ 20,7 bilhões na área de defesa durante 2007. Esse montante representou 53% do total gasto no setor pelos 12 países-membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) no mesmo período.

No entanto, quando se compara a porcentagem da riqueza nacional voltada para a área militar, o Brasil foi um dos países mais econômicos: apenas 1,58% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007. Os que mais deram importância ao setor na composição do PIB foram Equador (3,38%), Chile (3,27%) e Colômbia (2,63%). O governo do venezuelano Hugo Chávez fez muito alarde sobre a renovação do arsenal, mas seu orçamento correspondeu à média da região: 1,09%.

“Os militares quase sempre falam na falta de dinheiro. Mas esse não é o problema”, afirmou nesta semana, ao jornal Estado de S. Paulo, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, sobre a estratégia de defesa nacional. Para o ministro, falta fechar prioridades e considerar a capacidade do país. “O problema do nosso Exército é a fronteira oeste, mas as grandes bases da Força estão no leste. A decisão de política pública está tomada, a Amazônia é a prioridade.”

Os sul-americanos aumentaram os gastos em 2008, totalizando cerca de US$ 50 bilhões, principalmente devido a compras do Brasil e da Colômbia. Mas o estudo do centro argentino conclui que o gasto do Brasil condiz com sua extensão, territórios não ocupados, população e economia, “assim como sua aspiração de exercer a liderança não só em nível regional, como também internacional”.

COMBATE ÀS FARC

Outro estudo na área de defesa, publicado pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri), da Suécia, justifica que Bogotá gastou muito em 2008 (U$S 6,7 bilhões) devido à luta contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e destaca que a Venezuela investiu US$ 5 bilhões no mesmo ano, comprando da Rússia caças Sukhoi, helicópteros, sistemas de defesa antiaérea e fuzis Kalashnikov. O mesmo informe revela que o Chile possui um ambicioso plano de renovação de suas Forças Armadas avaliado em US$ 2,5 bilhões e que em 2010 o país poderá ser o primeiro país da região a ter um contingente tão bem equipado quanto nações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O plano preocupa principalmente os vizinhos Peru e Bolívia, diz o relatório dos suecos.

Porém, os mesmos pesquisadores consideram que não há motivo para apreensão: a América do Sul continua sendo a região que menos compra armas no mundo. “Apesar das manchetes chamativas e de certos indícios de uma atitude de concorrência, é improvável que a América do Sul se encontre em meio a uma corrida armamentista clássica”, destacam. “As compras parecem ter sido motivadas fundamentalmente pelos esforços para substituir ou modernizar o material, para manter a capacidade existente, responder a ameaças predominantemente de segurança interna, fortalecer vínculos com governos fornecedores, aumentar a capacidade da indústria nacional armamentista ou fortalecer a imagem regional ou internacional.”

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