quinta-feira, 16 de julho de 2009

MANTEGA PARA A OCDE: NÃO ACREDITE EM “COMENTARISTAS”!

“Mesmo prevendo que o PIB do Brasil fechará 2009 em 0,8% negativos, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recomenda ao país uma velha receita: cortar gastos e reduzir a meta de inflação, o que poderia abortar a trajetória de queda das taxas de juros. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu as críticas, mesmo confirmando a meta de superávit primário deste ano, fixada em 2,5% do PIB.

"Não se deve dar confiança ao que dizem os comentaristas. Se você (Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE) ouviu que estamos com problemas fiscais, não acredite", afirmou o ministro, lembrando que as projeções para o déficit nominal em 2009 são de apenas 1,9% do PIB, índice que cairia para 0,8% em 2010.

A recomendação da direção da OCDE contradiz o documento divulgado pela organização, que afirma que a recuperação da demanda é puxada basicamente pelas políticas adotadas pelo governo brasileiro para ajudar a economia a evitar uma retração ainda maior.

O secretário geral da OCDE, Angel Gurria, ignorou essa análise e alertou que o Brasil deve enfrentar "sem demora" o crescimento do gasto público em relação ao PIB. Ele destacou que a ascensão das despesas já vinha ocorrendo antes da crise, mas aumentou depois de seu agravamento. "Essa é uma preocupação que manifestamos no relatório", afirmou.

DÍVIDA/PIB

O economista José Carlos de Assis acrescenta que o déficit brasileiro é um dos menores do mundo e que todos os países estão elevando a relação dívida/PIB (e baixando juros) para enfrentar a crise. "As projeções das instituições multilaterais indicam que 2010 terminará com a relação dívida/PIB crescente em todos os países: Japão, com 227% do PIB; Itália, com 121%; Grécia, com 109%; e EUA, com 98%, lideram o ranking", comentou, lembrando que no Brasil esse índice é de apenas 38%.

Assis defende que a relação dívida/PIB aumente quatro pontos percentuais no Brasil, nos próximos cinco anos, para que o governo implante um Programa de Emprego Garantido (PEG) que, segundo Assis, uniria o útil ao agradável. “Diminuiria o desemprego e mudaria a cara das grandes regiões metropolitanas, pois, em regime de mutirão, poderiam ser feitas obras de saneamento e urbanização em favelas, além de reformas de habitações populares”.

FONTE: site “Vermelho” com informações do Monitor Mercantil, em 15/07/2009.

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