Produção de máquinas já esboça reação
"O setor de bens de capital, um dos mais atingidos pela crise, começa a dar sinais de reação. Em junho, o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos chegou a R$ 5,57 bilhões, alta de 10,6% em relação a maio.
Embora as quedas ainda sejam expressivas em relação ao ano passado -17,2% ante junho de 2008 e 19,4% na comparação semestral-, o setor mostra uma tendência de melhora, disse ontem o presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto.
A Abimaq já trabalha com um cenário de 14% de queda na receita do setor neste ano, uma sensível melhora em relação à projeção mais pessimista, de 24% de decréscimo. "O ânimo dos empresários já está bem melhor", disse Aubert.
O alento veio especialmente das medidas anunciadas pelo governo no final de junho, em particular as linhas de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) subsidiadas pelo governo para a compra de máquinas.
Com a medida, a taxa de juros baixou para 4,5% e o prazo de financiamento pode chegar a dez anos, com dois de carência. O benefício vale até o final deste ano.
"Isso vai permitir uma movimentação maior na produção do nosso setor", afirmou. Aubert. Segundo ele, porém, uma melhor avaliação sobre a eficácia das medidas do governo só poderá ser feita dentro de um ou dois meses. Ele ressalta que ainda há o risco de o benefício não chegar na ponta.
"Depende muito de como o setor financeiro, que age como intermediário, vai operar essa linha de financiamento." A Abimaq vai orientar seus associados a procurarem os bancos estatais para contratar seu financiamento.
Mesmo com a ajuda do governo, Aubert argumenta que, para se reerguer, o setor de máquinas e equipamentos precisa de ações de desoneração de investimentos, taxas de juros menores na economia e um câmbio mais competitivo".
FONTE: reportagem de PAULO DE ARAUJO publicada no Folha de São Paulo
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