NASSIF: OS PRÓXIMOS ANOS SERÃO FUNDAMENTAIS PARA O BRASIL
“Os próximos anos serão fundamentais para o Brasil. Pela primeira vez no pós-guerra abre-se a possibilidade de uma conjugação de crescimento econômico, novo posicionamento do país na economia global, mercado de consumo expandido (com a inclusão de novos consumidores), mercado de capitais maduro, modelos de gestão consolidados, grandes grupos com dimensão global, integração com América Latina, amplas obras de infra-estrutura à disposição do capital privado e o pré-sal coroando o modelo.
O país consegue chegar a uma posição privilegiada muito mais em decorrência da dinâmica interna de seu povo do que do planejamento de governo. Nem no governo FHC nem no de Lula houve uma visão estratégica que permitisse chegar onde chegou.
FHC teve o mérito de desenrolar alguns nós complicados – como os bancos estaduais, o endividamento dos estados, o modelo de agências reguladoras -, Lula avançou em passos importantes – redução do pesado endividamento herdado, consolidação de políticas sociais em escala nacional -, mas ainda são sementes plantadas.
Caberá ao próximo presidente a tarefa de comandar um país pronto para o grande vôo.
Algumas condições se farão necessárias. A mais importante será a capacidade de conciliação e de administração política do país – tarefas das quais tanto FHC quanto Lula se desincumbiram com maestria.
Agora o jogo será mais complexo devido às grandes mudanças tecnológicas ocorridas especialmente no campo da comunicação. A expansão da Internet, da banda larga e da informação digital, assim como os avanços da imprensa regional, romperam com a centralização da opinião pública.
Antes, os grandes jornais geravam notícias e informação, que eram replicadas pelas rádios, televisões, imprensa regional.
Por várias razões, esse modelo se esgotou. O acesso a novas informações, a própria expansão do país – cujo crescimento pela primeira vez na história se interioriza – provocou o descolamento da imprensa regional. Depois, a Internet trouxe novos sites, blogs, redes sociais e comunidades de discussão.
No modelo anterior, só tinham repercussão política as notícias que transitavam pela grande mídia. Cabia a ela definir a agenda econômica e parlamentar. E, de fato, ela foi o grande sustentáculo do modelo financista.
Com a implosão desse modelo de formação de opinião, novos agentes estão se colocando.
Gradativamente a Internet permitirá que novas regiões, novas ideias, novos setores entrem no jogo. Não haverá mais os grandes consensos – como o que marcou a queda de Collor ou o apoio ao Plano Real.
Essa situação exigirá do novo presidente uma ampla condição de negociação. Mais que isso, um plano estratégico claro que seja entendido e aceito pela maioria dos setores nacionais.
O grande risco que o país poderia enfrentar seria eleger presidentes sem jogo de cintura, sem capacidade de negociação e sem visão clara de futuro.
Esse quadro de confronto, que antecede as eleições de 2010, de algum modo terá de ceder lugar a um debate civilizado de ideias. Sob pena do país perder a maior chance da sua história.” (Luis Nassif)
CRISE CUSTA MAIS DE US$ 10 TRILHÕES
Os países desenvolvidos já gastaram mais de US$ 10 trilhões com a crise financeira global, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI). O montante de ajuda ao setor financeiro despendido pelos países mais ricos somou US$ 9,2 trilhões, enquanto que os emergentes gastaram cerca de US$ 1,6 trilhão. Além de emprestar e resgatar bancos, os governos sofreram com a queda das arrecadações tributárias. Por isso, a crise vai demorar para ser superada, diz o FMI.
PIB DOS EUA CAI 1%
O PIB dos EUA recuou 1% no segundo trimestre puxado pela queda dos investimentos, de acordo com o Departamento de Comércio. O resultado ficou bem abaixo do apurado no primeiro trimestre, quando a retração foi de 6,4%. Foi o quarto trimestre seguido de queda. O consumo, que responde por mais de dois terços da atividade econômica, caiu 1,2% no período. Segundo economistas, o consumo deve continuar ruim nos próximos trimestres.
BANCOS DEVEM EMPRESTAR MAIS
Os bancos brasileiros têm que facilitar mais a concessão de crédito, defendeu o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. “A economia brasileira está bem, voltou a crescer rapidamente, tem boas perspectivas de expansão de longo prazo e a inadimplência deve cair'', argumentou. O crédito é importante para os investimentos, acrescentou, pois alavancam empregos, elevam a produção e aumentam a renda da população.
BB FACILITA COMPRA DE LINHA BRANCA
O Banco do Brasil vai prorrogar até o final de outubro a sua linha de crédito para a compra de produtos da linha branca (máquinas de lavar, geladeiras, fogões e microondas) com IPI reduzido. O governo havia reduzido o IPI de tais produtos em abril, e o prazo termina nesta sexta-feira, dia 31 de julho. O limite de financiamento é de R$ 20 mil. O BB informa que tem convênio com 435 lojas para financiar os produtos da linha branca.
MANTEGA DISCUTIRÁ CRISE NOS EUA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai discutir a crise econômica com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, em reunião programada para a próxima quarta-feira em Washington. Outros temas de interesse bilateral também serão discutidos. Além disso, Mantega vai aproveitar a ocasião para explicar a investidores e empresários que o Brasil vai cumprir sua meta fiscal, apesar da piora das contas públicas brasileiras.
REAJUSTE DO MINÉRIO DE FERRO
As negociações para o reajuste de preços do minério de ferro na China ainda prosseguem. O vice-presidente da Associação do Ferro e do Aço da China (Cisa, na sigla em inglês), Luo Bingsheng, negou que a negociação de preço entre a China e as mineradoras globais tenha se encerrado. Para Bingsheng, as siderúrgicas do seu país esperam que as negociações cheguem a uma “solução razoável”.
FONTE: publicado no portal IG e reproduzido no site “Vermelho” em 02/08/2009.
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