domingo, 5 de dezembro de 2010

"FAB NÃO ACEITARIA RETIRADA DO CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO MILITAR"


"O Brigadeiro da reserva [opina que] concorda com criação de secretaria para aviação civil, mas sem alterar [a parte militar] do controle aéreo

“O brigadeiro da reserva e ex-presidente da Infraero, José Carlos Pereira, disse ao iG que [na opinião dele] a Aeronáutica não concordaria com a criação de um sistema de controle de tráfego aéreo formado somente por civis. De acordo com ele, a criação de uma secretaria com status de ministério para a área, como quer a presidente eleita Dilma Roussef, seria positiva, mas haver controle somente civil para os vôos regulares é algo “que nem se deve cogitar”.

“A Aeronáutica ri para essa história de tirar a aviação civil da Defesa. É bom para todos. O que é impensável é o controle aéreo global sair do comando militar”, disse.

Segundo o brigadeiro, a criação de um sistema de controle de tráfego aéreo para a aviação civil, sem a presença militar [e com o indispensável outro sistema de controle para a parte militar] seria extremamente caro e na prática duplicaria os mecanismos de controle, uma vez que a Aeronáutica deve [pela Constituição] manter a defesa do espaço aéreo independentemente dos vôos comerciais.

“Ter somente controladores civis nos aeroportos, como é hoje em Garulhos, não tem problema. O que tem de ficar com comando militar é o controle [total] do espaço aéreo; quem controla um avião entre dois aeroportos tem que ser militar, pois é o controle global. Quem faz isso lida também com aviões de traficantes, contrabandistas etc. Por isso, precisa ser algo militar e em contato [coordenação] com a Polícia Federal”, comentou.

A criação de um sistema de controle de tráfico desmilitarizado não está clara na proposta da presidente eleita. Por enquanto sabe-se da retirada da Secretaria de Aviação Civil (SAC) e Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) do bojo da Defesa, além da estatal que administra os aeroportos, a Infraero - que deve ter seu capital aberto.

“A abertura do capital da Infraero é algo muito positivo e deve melhorar a qualidade dos serviços, pois haverá cobrança dos investidores. O que não se pode fazer é vender aeroportos inteiros, que bem administrados são fonte de renda [que sustentam outras centenas de aeroportos indispensáveis, mas não rentáveis], disse Pereira.

No processo de migração dos órgãos de controle de avião civil que estão ligados à Defesa para uma secretaria, Pereira observa que um técnico deveria ser escolhido para comandar a nova pasta. "Quanto mais a Aeronáutica se afastar da aviação civil, melhor. O que precisa é colocar um técnico [bem especializado] na nova secretaria, assim pode gerar resultados positivos”, pontuou.”

FONTE: reportagem de Severino Motta publicada no site “Último Segundo” e transcrita no portal FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=04/12/2010&page=mostra_notimpol)[entre colchetes colocados por este blog].

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