quarta-feira, 16 de março de 2011

IRÃ CONDENA INVASÃO SAUDITA E INGERÊNCIA ESTRANGEIRA NO BAREIN

“O Irã condenou ontem, terça-feira (15), a presença de forças estrangeiras no Reino de Barein e advertiu que a ingerência da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos e dos Estados Unidos complicará ainda mais a situação na pequena ilha do Golfo Pérsico.

"O povo de Barein tem demandas legítimas que estão sendo expressas de maneira pacífica. Qualquer tipo de violência contra as exigências populares deve ser evitada", destacou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast.

Mehmanparast insistiu em que é "inaceitável" a interferência estrangeira nos assuntos internos do Barein e que essa atitude de países vizinhos e outras potências mundiais "complicará mais as coisas, aumentará as tensões" na já tensa região.

Em sua coletiva de imprensa semanal, o porta-voz afirmou que as visitas de funcionários estadunidenses a Manama, destacadamente a realizada na última sexta-feira pelo secretário de Defesa, Robert Gates, foram para dar apoio a uma ação repressiva contra os protestos.

Gates reuniu-se na capital do Barein com o rei Hamad Bin Isa Al Khalifa e outros funcionários do governo e, segundo círculos diplomáticos regionais, marcou e deu aprovação ao deslocamento de cerca de mil militares sauditas e outros 500 dos Emirados para a ilha.

"A República Islâmica do Irã espera que as autoridades do Barein atendam as demandas de seu povo mediante medidas apropriadas", lembrou o porta-voz iraniano, dizendo também que "a presença militar estadunidense em qualquer região tem conduzido com frequência à repressão das camadas populares".

Pelo mesmo motivo, Mehmanparast conclamou Washington a "respeitar a democracia, reconhecer os direitos das nações a determinar seu próprio destino e evitar instigar divisões e violência, assim como enviar militares à região".

Também pediu a todos os países ocidentais a "retificação de sua postura viciada para a democracia e os direitos humanos", advertindo também das consequências desses países praticaram intervenções "nos assuntos internos e para estabelecer bases militares".

Os Estados Unidos consideram o Reino de Barein um aliado estratégico na região e tem baseada naquele país sua quinta frota de marinha de guerra, o que explica o apoio às ações para sufocar as revoltas populares iniciadas no dia 14 de fevereiro e que já causaram ao menos sete mortos e centenas de feridos.

O Irã, onde predomina maioria xiita, tem criticado a repressão policial contra os xiitas bareinitas, que constituem cerca de 70 por cento dos habitantes da ilha, governada há mais de 200 anos por uma dinastia da minoria sunita.

Nesse sentido, o porta-voz da chancelaria reprovou a mobilização de homens, armas e veículos militares sob a égide do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), integrado por seis países árabes de maioria sunita, incluída a família Al Khalifa do Barein.

O Governo dos Emirados Árabes Unidos (EAU), agora presidido pelo CCG, trabalhou pelo envio de militares sob o pretexto de "proteger instalações vitais como as petroleiras, as empresas elétricas de água, assim como edifícios financeiros e bancários".

O bloco árabe do Golfo também aprovou, na semana passada, um fundo de US$ 10 bilhões para o Barein e outro semelhante para Omã, com a finalidade de prestar auxílio a projetos sociais e de emprego que aplaquem o descontentamento popular e os protestos nos dois membros menos prósperos do organismo.”

FONTE: publicado pela “Prensa Latina” e transcrito no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=149536&id_secao=9) [imagem do Google adicionada por este blog].

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