terça-feira, 14 de junho de 2011

EUA AGORA QUEREM BANCO ESTATAL COMO O NOSSO BNDES

Sede do BNDES, no RJ

ORTODOXIA TREME: OBAMA QUER UM BANCO ESTATAL COMO O BNDES

“Diante de uma crise que não cede, mesmo depois de o governo despejar US$ 1,3 trilhão no metabolismo dos mercados, retidos, em boa parte, nos cofres da banca privada -que prefere investir em títulos públicos ou especular nas bolsas de 'commodities' a financiar a demanda e o investimento- o presidente Barack Obama cogita, agora, criar um banco de desenvolvimento estatal, semelhante ao BNDES brasileiro.

A intenção é ter uma ferramenta contracíclica, induzindo investimentos em infraestrutura para injetar algum oxigênio à atividade econômica.

A crise e sua longa convalescência evidenciaram o custo elevado do desmonte do aparato público promovido por três décadas de neoliberalismo nos EUA, iniciado com Reagan, em 1981, passando por Clinton nos anos 90 até o seu esfarelamento completo com Bush.

Em 2007/2008, quando os mercados entraram em parafuso com a crise das 'subprimes', o governo não dispunha de mecanismos para se contrapor à lógica pró-cíclica, sobretudo das finanças, que agem como manada, exacerbando períodos de alta e agravando as dinâmicas recessivas.

A reação de Obama, algo tardia, mas sobretudo amesquinhada pela resistência republicana que deseja impor limite acanhados à instituição -no ano passado, por exemplo, o BNDES concedeu US$ 96,32 bilhões em empréstimos, 3 vezes mais que o BID controlado pelos EUA, com US$ 28,8 bi- traz importantes lições ao Brasil. Um dos maiores acertos do governo Lula foi ter preservado e expandido o fôlego do sistema financeiro público que permitiu ao país resistir e reverter a espiral recessiva e voltar a crescer.

Entre 2008 e 2010, quando a banca privada deixou o país na mão, criando uma crise de crédito, o BNDES aumentou sua fatia no financiamento produtivo, de 9,4% para 22,5%. O dispositivo midiático demotucano fez fogo e criticou as tendências estatizantes do empréstimo público subsidiado (a taxa de juro do BNDES é de 6% contra SELIC de 12,25%).

A intenção de Obama, agora, reafirma a relevância desse ferramental num mundo onde nações se tornam reféns da incerteza financeira, que imobiliza governos e partidos desprovidos de instrumentos para enfrentá-la.

Os textos inéditos de Luiz Gonzaga Belluzzo explicam a natureza centralizadora do sistema financeiro no capitalismo. Seu poder estrutural de 'coordenar' a economia não pode ficar subordinado à lógica privada.”

FONTE: cabeçalho do site “Carta Maior” (13/06)
(http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm) [imagem do Google e título adicionados por este blog].

3 comentários:

Unknown disse...

Obama não tem o aval do congresso

Unknown disse...

Obama não tem o aval do congresso

Unknown disse...

Ao Claudinei,
Realmente, Obama não tem apoio no Congresso. Porém, diferentemente do governo Dilma, há grandes jornais que o apoiam.
Maria Tereza