segunda-feira, 13 de junho de 2011

FUTURO DE SATÉLITES BRASILEIROS DEPENDE DE ORÇAMENTO

Satélite "Amazônia 1"

“Em julho, o governo federal deverá estabelecer metas que pretende atingir e valores a serem gastos com desenvolvimento e aquisição de satélites no período de 2012 a 2016. Até o fim de agosto, a proposta será encaminhada ao Congresso Nacional, no Projeto de Lei do Plano Plurianual (PPA) que o governo está elaborando, informa Lúcia Falcón, secretária de Planejamento e Investimentos Estratégicos do “Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão”.

Por enquanto, a expectativa é que o Brasil consiga lançar, nos próximos anos, o satélite nacional “Amazônia 1” (previsto para 2013) e os dois satélites com a China, os “CBERS 3 e 4” (previstos para 2012 e 2014, respectivamente). O gasto com o desenvolvimento e lançamento dos três satélites é em torno de US$ 200 milhões e, segundo Marco Antônio Chamon, coordenador de gestão tecnológica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), há recursos já empenhados para o desenvolvimento da tecnologia.
Satélite CBERS 3

A questão orçamentária para esses satélites é menos complicada”, garante o coordenador. De acordo com ele, há orçamento definido no governo. “Todos os pedaços desses satélites já estão contratados na indústria”, assegura, ao afirmar que a intenção é evitar, no futuro, “que não aconteça o que está ocorrendo agora: este período sem nenhum satélite sob o nosso controle no espaço”.

A continuidade dos projetos segue em aberto, no entanto. Conforme Chamon, em perspectiva estão os lançamentos, com peças suplementares, dos satélites em desenvolvimento e o envio à órbita espacial dos satélites “Amazônia 1b” e o “CBERS 4b”, assim como aconteceu com o satélite “CBERS 2b”.

Esses projetos e outros já anunciados (inclusive parcerias com os Estados Unidos e a Alemanha) vão depender de orçamento. De acordo com o “Caderno de Altos Estudos” elaborado pela “Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática” da Câmara dos Deputados, o gasto orçamentário é insuficiente e irregular.

Segundo avaliação publicada do consultor legislativo Roberto de Medeiros Filho, o gasto brasileiro com satélites (abaixo dos US$ 150 milhões) é cerca de 10% do que despendem a China, Rússia e Índia, os outros países emergentes do BRICS, que inclui agora a África do Sul.

Por que, além das irregularidades, são baixos os recursos quando comparados com os demais países que detêm o domínio tecnológico das atividades espaciais? Não estaria o país desprovido de estratégia nacional que devidamente considerasse seus programas e projetos estratégicos, de forma a protegê-los?” pergunta o consultor.

Apesar do futuro incerto e do atual “apagão” de satélites próprios, o país continua contando com imagens de satélites para observação da terra, como ocorre com o monitoramento do desmatamento. George Porto Ferreira, responsável pela área no “Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis” (IBAMA), assegura que a situação do monitoramento “é tranquila” e “não há temor” de que faltem imagens para a “defesa do meio ambiente”.

O instituto utiliza as imagens obtidas pelo INPE, que mantém cooperação com os Estados Unidos, a Europa e Índia para fazer o monitoramento em tempo real do desmatamento e fazer avaliações consolidadas periódicas do desflorestamento. “O INPE é um grande parceiro”, defende.

A “Agência Brasil” tentou ouvir a Agência Espacial Brasileira sobre o orçamento atual e futuro para o desenvolvimento de satélites, mas a direção da autarquia, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, não retornou os pedidos de informação.”

FONTE: escrito por Gilberto Costa e publicado pela Agência Brasil (colaborou Luciene Cruz; edição: Graça Adjuto) (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-06-12/futuro-de-satelites-brasileiros-depende-de-orcamento) [imagens do Google adicionadas por este blog].

Nenhum comentário: