segunda-feira, 8 de agosto de 2011

LÍBIA –GUERRA PERDIDA?

Estados Unidos e União Europeia em ação humanitária na Líbia

“Os recentes acontecimentos na Líbia revelam a natureza, objetivos e métodos da agressão em curso. Mas são também prova das reais dificuldades do imperialismo em submeter a Líbia e lá instalar uma colônia no século 21.

Por Ângelo Alves, no jornal “Avante!” (Portugal)

Se já abundavam sinais da falta de credibilidade e legitimidade dos chamados "rebeldes" –bem como das suas, no mínimo, duvidosas ligações internacionais e métodos– o assassinato do "comandante das tropas do Conselho Nacional de Transição da Líbia", Abdel Younes, (ex-ministro do Interior do governo líbio que se passou para o lado dos "rebeldes") veio lançar, ainda mais, luz sobre a farsa em que consiste o chamado "Conselho Nacional de Transição" (CNT).

O acontecimento é demonstrativo do grau de rivalidade e de "guerrilha" que reina entre os diferentes grupos do lado "rebelde". Rivalidades que, tendo origem nos reais objetivos desta agressão –o controle dos recursos naturais da Líbia e o roubo dos seus milionários fundos soberanos–, e nas características dos diferentes grupos envolvidos na operação de agressão externa, são também expressão das rivalidades e contradições entre as potências estrangeiras agressoras, tanto mais evidentes quanto maiores as suas dificuldades em alcançar os objetivos e calendários militares, estratégicos e políticos predefinidos para essa guerra de agressão.

O assassinato do "comandante" das "tropas rebeldes" pelos seus próprios homens (mais exatamente pela brigada destacada para assegurar a sua segurança no deslocamento da frente de Brega para Bengazi); as versões contraditórias de várias figuras do CNT sobre os acontecimentos, e as notícias da infiltração de homens leais ao governo líbio na estrutura militar dos "rebeldes" através de uma suposta brigada da "oposição", concretizando uma operação de libertação de 300 prisioneiros do quartel-general dos "rebeldes" em Bengazi, são fatos que demonstram bem o grau de resistência e de operacionalidade das forças governamentais e, simultaneamente, a desorganização e fragilidade do CNT –a farsa que o governo português, numa vergonhosa decisão contrária à Constituição da República e à Carta da ONU, acaba de reconhecer como "autoridade governativa legítima da Líbia".

As potências agressoras estão inquietas com a "baixa performance" dos seus "peões". Liam Fox, que publicamente reconheceu o "potencial terrestre muito limitado" dos "rebeldes", ou o "puxão de orelhas" dado por Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, "pedindo" à liderança da "oposição" para "trabalhar de forma transparente e unida" e a "advertir o Conselho para se lembrar de que representa todo o povo líbio".

Mas que não haja ilusões. Com o aproximar do fim do segundo prazo definido pela OTAN para o fim das operações militares; com a evidente capacidade de resistência das forças governamentais e com o crescente apoio popular à unidade contra a agressão externa, tudo indica poder assistir-se, durante o mês de agosto, a brutal intensificação da chacina e dos crimes da OTAN. Isso, enquanto que, por debaixo do pano, prosseguem, por um lado, negociações e o estudo de retirada militar, e por outro as sucessivas tentativas de assassinar Kadafi ou de tentar a deserção e traição do núcleo duro do governo e do exército líbios.

O ataque da OTAN a uma manifestação de civis em Al-Sabaa; o bombardeamento da televisão líbia; do aeroporto civil de Tripoli ou de um hospital perto da cidade de Misrata, são apenas alguns dos exemplos do terror que as potências agressoras, acossadas pelo espectro de mais uma possível derrota militar, podem criar. É altura, então, de intensificar a luta pelo fim imediato dos bombardeamentos, pela defesa da paz, da independência, soberania e integridade territorial da Líbia.”

FONTE: escrito por Ângelo Alves, membro da Comissão Política do PCP (Portugal). Publicado no jornal português “Avante!” e transcrito no portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=160483&id_secao=9) [imagem do Google adicionada por este blog].

2 comentários:

Probus disse...

08 de agosto de 2011

Mugabe chama Otan de "organização terrorista" por ação na Líbia

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, tachou nesta segunda-feira a Otan de "organização terrorista" por atuar "contra as leis internacionais" em seus bombardeios contra o regime de Muammar Kadafi na Líbia, informou a emissora zimbabuana "Radio Vop".

Durante um discurso pelo Dia Nacional dos Heróis, Mugabe qualificou os europeus de "loucos que rejeitam a verdade e desafiam a legislação internacional" porque "estão tentando matar Kadafi e mataram alguns de seus filhos deliberadamente".

"Essa é a razão pela qual a Otan é uma organização terrorista. Perdeu sua legitimidade. Temos que estar preparados porque isto pode se repetir em qualquer país africano", acrescentou o governante zimbabuano.

Mugabe, à frente da União Nacional Africana do Zimbábue - Frente Patriótica, governou o país sozinho e de forma autoritária desde a independência do Reino Unido, em 1980, até a frágil aliança com o Movimento por Mudança Democrática do primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai, em 2009.

Probus disse...

O mundo inteira sabe o que esta por trás da Síria, atacar o Irã!! Mas ali o bicho vai pegar!! O Irã não está desarmado feito a Líbia e, a China não vai gostar nada de intervenção em terras Persas. A China tem mil e um motivos para estar ao lado do Irã.

08/08/2011: Irã descobre reservas de gás de US$ 133 bilhões

Um novo campo de gás avaliado em 133 bilhões de dólares foi descoberto no sul do Irã, declarou nesta segunda-feira Ahmad Ghalebani, diretor da National Iranian Oil Company (NIOC), citado pela agência Shana, subordinado ao ministério do Petróleo.

"O novo campo possui reservas de 495 bilhões de metros cúbicos de um valor de 133 bilhões de dólares e se encontra no leste de Asaluye", declaró Ghalebani, também vice-ministro do Petróleo.

O porto de Asaluyeh (sul) é uma importante zona energética, vinculada ao gigante campo de gás offshore de South Pars, no Golfo e compartilhado pelo Qatar.

O campo de South Pars possui 8% das reservas de gás do mundo, ou seja, 14 bilhões de metros cúbicos.
O Irã conta com a segunda principal reserva de gás comprovada do mundo, depois da Rússia, com reservas comprovadas de 33 bilhões de metros cúbicos.

A República Islâmica também anunciou nesta segunda-feira um aumento de 17 milhões de m3 de sua produção de gás, assinalou a agência Shana.

O Irã é o segundo produtor de petróleo dentro da Opep, com 3,7 milhões de barris diários, e possui reservas petroleiras de 155 bilhões de barris.

Fonte: AFP