segunda-feira, 8 de agosto de 2011
O DEBATE SOBRE O TREM DE ALTA VELOCIDADE
Por Bernardo Figueiredo
“A falta de propostas no leilão reflete tentativa do mercado de construir condições mais confortáveis de orçamento e participação pública no TAV.
O projeto do trem de alta velocidade no eixo Rio-São Paulo-Campinas tem sido abordado de forma passional, pouco comprometida com a qualificação do debate e sem lastro em informações consistentes. É necessário, primeiro, entender que a infraestrutura para o transporte de pessoas nesse eixo já se encontra saturada.
Eliminar esse gargalo é prioridade porque contribui para a sustentabilidade do desenvolvimento e gera externalidades positivas para a região e para o país.
Construir novas rodovias e novos aeroportos não é solução sustentável do ponto de vista social, econômico e ambiental.
A ferrovia recuperou sua competitividade pelo aumento da velocidade de seus trens e é considerada, internacionalmente, a solução mais adequada em situações como a desse eixo. Além disso, é a que melhor atende ao usuário com relação ao tempo de viagem, ao conforto, à previsibilidade, à regularidade e à segurança dos serviços.
Criar infraestrutura que limite a velocidade dos trens não gera economia que justifique impor ao país absorver uma tecnologia hoje já superada. A necessidade de minimizar os impactos do projeto nas contas públicas conduziu a um modelo agressivo de participação privada no risco e na estruturação financeira do projeto.
No modelo inicialmente proposto, a participação pública estava limitada à garantia de financiamento e aos custos de desapropriação e licenciamento, e é estimada pelos críticos do projeto em R$ 8 bilhões.
A falta de propostas no leilão reflete uma tentativa do mercado de construir condições mais confortáveis de orçamento e participação pública, o que não permitiu um processo competitivo na licitação.
O novo modelo permitirá maior competitividade pela reorientação da gestão de riscos, e a competição levará à implantação do projeto em condições mais adequadas.
Implantar o trem de alta velocidade não significa negligenciar outras iniciativas do setor de transporte ferroviário. O governo introduziu no PAC, em 2007, o projeto do ‘Ferroanel’ de São Paulo, que permitirá ampliar o transporte de passageiros e de cargas.
O governo federal apoia, via BNDES e Orçamento da União, todas as propostas de mobilidade urbana encaminhadas por Estados e municípios, e o PAC prevê investimentos de R$ 18 bilhões, cuja aplicação depende da gestão local dos projetos. O país constrói 5.000 km de novas ferrovias e projeta mais 8.000 km, uma ação inédita de expansão do sistema ferroviário.
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) implanta nova regulação para as ferrovias, destinada a corrigir distorções no modelo de privatização adotado em 1996, que permitia às concessionárias manterem trechos importantes sem utilização adequada.
Não existe a possibilidade de não intervir no equacionamento do transporte de pessoas no eixo Rio-São Paulo, e não existe solução mais adequada do que o trem de alta velocidade. Resta enfrentar e superar as dificuldades com determinação e trabalho.”
FONTE: escrito por Bernardo Figueiredo, economista formado pela UnB, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Artigo publicado na “Folha de São Paulo” (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0308201108.htm) [imagem do google adicionada por este blog].
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Toda vez que eu ouço falar neste tal de TAV em lembro: Poxa, será que o NORTE não merece um bichinho desse???
Pois é, "nóis", aqui onde o vento faz a curva e o BraZil finge que "nóis" num existe, "nóis" também quer um bicho desse, afinal, "nóis" vota igual ao resto do BraZil. Afinal, "nóis" contribui igual ao resto do BraZil. Afinal, "nóis" tá mais que cansado desta SECULAR e IMORAL e PREDATÓRIA e NOCIVA "Politics Of Coffee With Milk From The Old Republic", prova cabal do NEO-SEPARATISMO comandados pelos Paulistas, Cariocas e Mineiros.
Viva a Emenda Ibsen Pinheiro.
P.S. Ou então, é melhor que "nóis" lute por independência dos sanguessugas do Sul-Maravilha. É só lembrar que o Exército BraSileiro nasceu no Monte dos Guararapes e que um dos maiores heróis da América Latina nasceu na capital pernambucana. Portanto, de batalhas, rebeldias, insurgência e revoltas é com "nóis" mesmo, depois o Sul-Maravilha que venha buscar a Amazônia. Garanto que o "Bandeirante Anhanguera" não vai querer ver de pertinho "Virgulino".
O aniversário de Abreu e Lima
Enviado por luisnassif, ter, 05/07/2011 - 15:00
Por Eugênio Issamu
Abreu e Lima: há 211 anos, nascia em Recife o brasileiro que virou herói no exército de Bolívar
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-aniversario-de-abreu-e-lima
Probus,
Acredito que começar a fazer o trem-bala no eixo Campinas-SP-RJ deve-se a servir região que já apresenta 'massa crítica' de demanda com poder aquisitivo para tornar o dispendiosíssimo empreendimento viável. Certamente (tomara), algum dia veremos outros trem-bala ligando cidades do Nordeste.
Maria Tereza
Então, se seguir sua métrica, nunca o NORTE vai ter investimentos. Vai sempre ter uma desculpa do Sul Maravilha. Como é agora os Royalties do Pré-sal, que só a Emenda Ibsen Pinheiro nos salvará da sede insaciável, da ganância incomensurável e do egoismo especulativo do Sul Maravilha.
Quero ver valer o Veto do LULA quando for para segurar a fúria dos governadores do NORTE e os estados EXCLUÍDOS, é como bem alertou o Marcelo Deda...
"...Agora, se não construirmos um acordo, nem Dilma segura a votação no Congresso", avisou Déda.
Quando é para construir Parque Tecnológico no NORTE, dizem: Pra quê se tem em São Paulo e no Rio de Janeiro. No Acre não pode ter.
Até o orgulho nortista, o IINN, o CRÁPULA do Aloizio Mercadante quer retirar de Natal/RN e levar para São Paulo. Você conhece o irmão do Mercadante, "O poderoso coronel Oliva", amiguinho da HELIBRAX do Aético Never??
http://www.istoe.com.br/reportagens/139254_O+PODEROSO+CORONEL+OLIVA
Mercadante está achando que se aliar com Luiz Marinho e Paulo Skaf é boa coisa, Mercadante já não vale nada e com esses dois...
Se é para construir ou investir em Universidades e Centros Educacionais de Ponta no NORTE, dizem: Pra quê, se já tem UFRJ, USP, UNICAMP, São Carlos e São José dos Campos. Em Roraima não pode.
Se é para criar Parques Industriais no NORTE dizem: Pra quê se já tem São Bernardo. No Piaui é desnecessário.
Investir e criar um grande Parque de Engenheiros Espaciais em Alcântara/MA... ninguém sugere.
Investir em criar um grande Parque Tecnológico e Científico no Centro de Lançamentos Barreira do Inferno/RN... ninguém sugere.
Ampliar a Zona Franca de Manaus e incentivar como deveria... ninguém sugere. Pergunto ao José Serra?
Nós, no NORTE, estamos CANSADOS de CUSTEAR a SOBERBA e a PUJANÇA do Sul Maravilha em DETRIMENTO a nós, quando que passamos FOME e SEDE: De comida, água, justiça e igualdade.
P.S. Hoje mesmo teve a Palestra "Diálogos Capitais Pré Sal" promovido pela Revista Carta Capital. Eu fui convidado, me orgulho de ter sido convidado e de confirmarem o convite a minha pessoa via email e por telefone, a sorte da MÁFIA segregadora do Café Com Leite que lá esteve presente hoje foi que eu não pude ir, eu ia aprontar um barraco, rodar a baiana, desenhar o sete, projetar o oito e baixar o santo, mas, mandei meu curto recado.
http://www.cartacapital.com.br/politica/pre-sal-elevou-em-sete-vezes-investimentos-da-petrobras-no-setor#comment-92980
O BraSil vai do CABURAÍ ao CHUÍ.
Probus,
Mencionei apenas a região Nordeste porque você somente a ela se referiu no comentário anterior. É obvio que não podemos discriminar a região Norte. Ao contrário, para diminuir a desigualdade entre as regiões, a Norte é prioritária. Contudo, não creio que seja prioridade já construir trens-bala na região. Outros investimentos em saúde, educação, moradia, empregos devem vir primeiro.
Além disso, e acima de tudo, para mim, nada justifica discursos separatistas, por maiores que tenham sido as injustiças com aquelas regiões. Eles fogem do controle e crescem como câncer.
Manutençao da integridade territorial é objetivo intocável e permanente.
Maria Tereza
Postar um comentário