segunda-feira, 1 de agosto de 2011

PESO MUNDIAL DO PETRÓLEO E MAIOR PIB DO BRASIL PUXAM PLANOS DA PETROBRAS


“Avaliação de que o petróleo vai manter importância energética na década, num cenário de escassez de oferta mundial, e de que o consumo brasileiro do óleo e seus derivados terá crescimento forte junto com o Produto Interno Bruto (PIB) foi determinante para novo plano de investimentos da Petrobras.

Mais concentrado em exploração e produção, plano fará o Brasil ser o país a dar a maior contribuição à produção mundial de petróleo e tornará a Petrobrás 'a maior de todas' as empresas do setor, segundo o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.

Por André Barrocal

A Petrobras decidiu aumentar a aposta na exploração e produção de petróleo por avaliar que, durante a década, o combustível continuará fonte de energia muito importante no mundo, ao mesmo tempo em que o crescimento econômico brasileiro vai prosseguir, impulsionando o consumo de derivados dentro do país. Essa é a principal visão estratégica por trás do plano de investimentos da estatal até 2015, de US$ 224 bilhões, aprovado há dias (22/07).

Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a demanda por petróleo “não vai ter fim”, mas “vai ter certa escassez” de oferta até 2020, o que obrigará o mundo a descobrir poços e a aumentar a produção dos conhecidos. “O Brasil vai dar a maior contribuição [de produção] fora da OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo]”, disse Gabrielli na segunda-feira (25/07), ao explicar o plano, que, para ele, tornará a Petrobras “a maior de todas” as empresas do setor.

Caso as metas da estatal sejam atingidas, o Brasil vai superar a China, os Estados Unidos e o Catar em reservas provadas e reconhecidas pela OPEP, tornando-se o décimo maior produtor do mundo.

Dos investimentos programados pela estatal até 2015, 57% vão para exploração e produção de petróleo -no plano anterior, essa proporção era de 53%. A grande aposta é o óleo da camada pré-sal. De um plano para o outro, o investimento nele ganhou US$ 20 bilhões e chegou a US$ 53 bilhões. “Mostra claramente nossa visão otimista sobre a produção do pré-sal, nossa principal fronteira de expansão”, afirmou Gabrielli.

Pelos planos da empresa, o pré-sal, que neste ano deve responder por 2% da produção da Petrobras, passaria a 40% até 2020. Caso a expectativa se confirme, a produção global [da Petrobras] apenas dentro do Brasil (a empresa atua em outros 27 países) subiria dos atuais 2,1 milhões de barris diários, para 3,9 milhões. Em cinco anos, dobraria a capacidade adquirida pela empresa ao longo de 57 anos de vida.

Esse aumento ajudará atender demanda crescente no Brasil e no mundo. Hoje, somente cinco países consomem acima de 3 milhões de barris por dia, o que a Petrobras imagina que vai acontecer com o Brasil em breve. “O Brasil é um dos mercados [de derivados de petróleo] que mais crescem no mundo. Vai se tornar, rapidamente, do primeiro grupo [de consumidores]”, afirmou Gabrielli.

O aumento de produção também vai permitir ao Brasil exportar não apenas petróleo, mas também derivados, como gasolina, que têm maior valor agregado. Segundo a Petrobras, o mercado mundial tem experimentado mudança. Os países do mundo rico estão diminuindo seus investimentos em refino de petróleo, enquanto os emergentes vão aumentar.

De acordo com Gabrielli, o plano demorou para ser aprovado pelo Conselho de Administração, que conta com ministros do governo, porque a empresa tem quantidade muito grande de projetos: 3,7 mil.

Segundo “Carta Maior” apurou, a presidenta Dilma Rousseff quis conhecer o plano em detalhes primeiro, antes da aprovação final pelo conselho, que também precisou levar em conta cenário internacional que, nas últimas semanas, está cada vez mais nebuloso.”

FONTE: reportagem de André Barrocal publicada no site “Carta Maior”  (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18116).

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