HIPOCRISIA: JUSTIÇA ESPANHOLA EMPENHOU-SE EM INVESTIGAR O DITADOR PINOCHET, MAS OFENDE-SE E CONDENA JUIZ POR TENTATIVA DE INVESTIGAR O DITADOR FRANCO...
Juiz espanhol Baltasar Garzón
Há dois dias, o "O Globo" publicou: "MADRI - Conhecido por mandar prender o ex-ditador chileno Augusto Pinochet e o terrorista Osama bin Laden, o juiz espanhol Baltasar Garzón foi formalmente acusado, nesta quarta-feira, em processo por prevaricação por atuar fora de sua jurisdição ao abrir uma investigação, em 2008, sobre crimes da ditadura de Francisco Franco. Se condenado, aos 54 anos, Garzón pode ser afastado da Justiça por até 20 anos, o que representaria o fim de sua carreira."
Hoje (09/04), o filósofo e cientista político Emir Sader publicou no site "Carta Maior":
A justiça injusta
O juiz espanhol Baltazar Garzón tentou reabrir o caso de genocídio coletivo que representaram os massacres que o regime franquista realizou na Espanha. Não apenas não conseguiu, como sofre agora as represálias da Justiça (com perdão da palavra), que deseja puní-lo por essa 'afronta ao ditador'.
A isso se refere Galeano no texto reproduzido em seguida:
"GARZON, por EDUARDO GALEANO
“O juiz Baltasar Garzón se senta agora no banco dos acusados. Ele ameaçou a impunidade dos ladrões dos fundos públicos e perturbou a paz dos ladrões da memória coletiva.
O Tribunal Supremo, cúpula do sistema judicial espanhol, não dissimula sua decisão de condená-lo. Dos quinze juízes membros desse tribunal, dez chegaram a seus cargos jurando fidelidade ao Generalíssimo Franco. E não o esquecem, para que não se diga que eles negam o direito de recordar.
Até quando a Justiça seguirá perseguindo aos justos? Até quando a Justiça seguirá sendo injusta?
Héctor Tizón, que sabe muito de história e de Justiça, costuma advertir que a Justiça condenou Sócrates e Jesus, que foram os dois homens mais justos de toda a história da humanidade.”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário