sexta-feira, 21 de maio de 2010

LULA TEME RETORNO À ESTACA ZERO CONTRA IRÃ

"Em Madri, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse temer que a negociação com o Irã volte à "estaca zero" caso as potências não se disponham a dialogar. "Fizemos o que os EUA queriam fazer há cinco, seis meses", afirmou. A Casa Branca disse que manterá o esforço por sanções.

Presidente afirma que acordo que obteve com Teerã é "exatamente o que os EUA queriam fazer há cinco meses" e prega diálogoBrasil e Turquia enviam uma carta a todos os integrantes do Conselho de Segurança da ONU pedindo suspensão de discussão de sanções

Em suas primeiras declarações sobre o tema desde que os EUA decidiram manter o esforço por novas sanções a Teerã apesar do acordo Brasil-Irã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse temer que as negociações voltem à "estaca zero" caso as potências não tenham disposição para o diálogo.

"Vocês sabem bem que nós fizemos exatamente o que os EUA queriam fazer há cinco, seis meses. Ninguém conseguia fazer o Irã sentar na mesa para negociar. E nós conseguimos, porque essas decisões às vezes são tomadas em função de uma relação de confiança", disse.

Questionado sobre o endosso de Rússia e China à proposta americana de sanções, Lula, que participou de um seminário sobre o Brasil em Madri, disse apenas que os dois países eram "grandes amigos".

Antes de viajar para Teerã para firmar o acordo pelo qual o Irã se compromete a enviar 1.200 quilos de seu urânio pouco enriquecido à Turquia, Lula se reuniu em Moscou com o presidente russo, Dmitri Medvedev, que chegou a qualificar as gestões do brasileiro como a "última chance" para o Irã.

Após a conclusão do acordo, Medvedev telefonou para Lula e disse que se abrira um "caminho alternativo" ao das sanções. No dia seguinte, porém, a Rússia deu seu apoio à proposta de resolução dos EUA.

Ontem, os chanceleres Celso Amorim (Brasil) e Ahmet Davutoglu (Turquia) enviaram carta aos membros do Conselho de Segurança da ONU apresentando o acordo fechado em Teerã e defendendo que se suspenda a discussão de sanções.

"Brasil e Turquia estão convencidos de que é hora de dar uma chance para as negociações e de evitar medidas em detrimento de uma solução pacífica para a questão", diz a carta. O apelo não surtiu efeito ao menos na França, copatrocinadora da proposta de sanções. "As negociações continuam, com ou sem eles [Brasil e Turquia]", disse o embaixador francês na ONU, Gérard Araud.

A expectativa das potências é que as sanções, que precisam de votos favoráveis de 9 dos 15 membros do conselho para entrarem em vigor, sejam aprovadas nas próximas semanas.

Críticas de Lula

A insistência dos membros permanentes do conselho em novas sanções levou Lula a fazer novas críticas à ONU, ontem em Madri. "Se a ONU continuar assim, vamos ter problemas sérios", disse o presidente. "A governança global de hoje representa o mundo político de 1945, não o de 2010. É preciso mudar, mas quem já está sentado na cadeira não quer mudar.

E aí podemos falar das confusões que não são resolvidas." Ele afirmou que o Brasil quer se tornar agora "um grande agente político global". "O Brasil e a Turquia não tinham poder para negociar acordo nuclear. A única coisa que queríamos era convencer o Irã de que ele deveria assumir compromisso com a agência [atômica da ONU] e deveria negociar."

FONTE: reportagem de LUISA BELCHIOR, de Madri, publicada na Folha de São Paulo.

Um comentário:

Rui Martins disse...

Petição MIL: Lula da Silva a Secretário-Geral da ONU

A todas as Autoridades Políticas da Comunidade Lusófona

Reconhecendo o grande prestígio internacional justamente granjeado
pelo Presidente do Brasil, Lula da Silva, o MIL: Movimento
Internacional Lusófono defende que ele seja proposto, pelos Estados e
regiões de expressão e tradição lusófona, para próximo
Secretário-Geral da ONU: Organização das Nações Unidas.

Não se podendo recandidatar ao cargo que ocupa, uma pessoa com o seu
grande prestígio internacional não deverá ficar, pura e simplesmente,
desaproveitada. A sua eleição como Secretário-Geral da ONU seria,
também, o reconhecimento da cada vez maior importância da Comunidade
Lusófona – e, em particular, do Brasil – à escala global. E seria,
sobretudo, uma boa notícia para o mundo.

Primeiro subscritor: Fernando Nobre


Para subscrever a Petição:

http://luladasilva.movimentolusofono.org