quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A PARTICIPAÇÃO ESTRANGEIRA NA PETROBRAS

Do Estadão

CAI PARTICIPAÇÃO EXTERNA NA PETROBRÁS

Cálculos preliminares apontam que fatia de ações nas mãos de estrangeiros caiu de 37,8% para 26% depois da capitalização

A fatia dos investidores estrangeiros na Petrobrás apresentou queda significativa após o processo de capitalização da empresa, cujos dados finais foram apresentados em 04/10.

Cálculos preliminares apontam que os estrangeiros ficaram com 26% no capital total da companhia, ante 37,8% em 30 de agosto de 2010.

A capitalização teve a participação de 104 mil pessoas físicas no País.

Os dados finais divulgados em 04/10 indicam a origem dos compradores das novas ações. A empresa não detalhou qual a participação final dos investidores internacionais, mas, segundo o documento, 629 investidores estrangeiros compraram 252,2 milhões de papéis. A esses, soma-se as 470,1 milhões de papéis comprados na oferta internacional, sob a forma de depósitos de ações (ADRs).

PREOCUPAÇÃO

Ao final do processo, os estrangeiros têm 3,4 bilhões de ações da companhia, o equivalente a 26% do capital social, que soma 13,044 bilhões de ações. O crescimento da participação estrangeira nos últimos anos era visto com preocupação por setores da base de apoio ao governo, como sindicatos, diante de um alegado risco de internacionalização dos lucros da companhia.

Em dezembro do ano passado, a fatia estrangeira chegou a 38,8% do capital da estatal - alguns fundos, como o de George Soros, decidiram se desfazer das posições ao longo do ano por causa da desvalorização dos papéis.

Para analistas, porém, a redução da participação estrangeira reflete as dificuldades que os detentores de ADRs tiveram para reservar ações do lote prioritário, o primeiro da capitalização, que ofereceu um maior número de ações. Isso porque o acionista da Bolsa de Nova York interessado em reservas ações teria de transferir suas ações para o País, em um processo semelhante ao de compra e venda de papéis, com todos os custos envolvidos.

"Os estrangeiros preferiram participar apenas da oferta de varejo", comentou um especialista. A Petrobrás confirmou as novas participações de entidades ligadas ao governo após a capitalização: a União ficou com 31,1%; o BNDESPar, com 11,61%; o BNDES, com 1,72%; e o fundo soberano, com 3,88%. Ao todo, a participação do governo na companhia subiu de 39,8% para 48,32%.

DIVISÃO

A divisão da fatia do BNDES em duas entidades diferentes permitiu ao banco vender os papéis para o fundo soberano, conforme autorizado pelo governo. Caso decida ficar com os papéis, a instituição deve transferi-los ao BNDESPar. O banco ficou apenas com papéis ordinários, com direito a voto, enquanto seu braço de participações focou em preferenciais, ficando com 24% desse tipo de papéis.

A capitalização teve a adesão de 104,1 mil pessoas físicas, que compraram 125,7 milhões de ações, incluindo 13,8 mil empregados da Petrobrás que tiveram prioridade nas compras da oferta de varejo.

A maior parte das ações, porém, ficou nas mãos de 45 pessoas jurídicas e participantes do consórcio responsável pela operação, que compraram 2,8 bilhões de ações, ou 76,79% do total oferecido.

A capitalização contou ainda com a participação de clubes e fundos de investimentos, fundos de pensão, companhias seguradoras e administradores e sócios da estatal. Na operação, a Petrobrás captou R$ 120,248 bilhões.

FONTE: reportagem de Nicola Pamplona, Alexandre Rodrigues, do “O Estado de S.Paulo”, Colaborou Luana Pavani. Publicado no blog do jornalista Luis Nassif (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-participacao-externa-na-petrobras#more).

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