Senhora palestina guarda a chave de casa, um símbolo de resistência dos refugiados palestinos, sob o lema "nós voltaremos", ainda que saibam que as suas casas não existem mais.
PALESTINOS LEMBRAM A "NAKBA" E DENUNCIAM OCUPAÇÃO ISRAELENSE
“A agência palestina Wafa marcou a terça-feira (14) com notícias sobre a ocupação israelense e os protestos de palestinos, na véspera da “Nakba” (Catástrofe). Em 14 de maio de 1948, com o fim do mandato britânico sobre a região, o Estado de Israel foi declarado, e a Grã Bretanha retirou-se antes de garantir um Estado palestino, conforme o “Plano de Partilha da Palestina”, da ONU. Quase um milhão de palestinos foram expulsos das suas casas e terras, formando a maior população refugiada existente.
Os palestinos relembram a data (classificada por israelenses como o "Dia da Independência") e o 15 de maio, “dia da Nakba”, com protestos e manifestações contra a ocupação israelense dos seus territórios, tanto desde a criação do Estado de Israel quanto pelas ocupações expandidas durante a Guerra dos Seis Dias, ou Guerra Árabe-Israelense, em 1967, quando as forças israelenses anexaram territórios palestinos, jordanianos, sírios e egípcios [e continuam até hoje anexando territórios palestinos].
Os protestos, apesar de frequentes, haviam se intensificado desde o começo desta semana. Na terça-feira (14), a agência palestina “Wafa” noticiou diversos incidentes de violência, enquanto as forças israelenses reprimem as manifestações, em sua maioria organizada pelos diversos comitês populares de resistência espalhados pela Cisjordânia.
O coordenador do “Comitê Popular contra os Assentamentos e o Muro da Segregação de Al-Khader” (no sul de Belém) Ahmad Salah disse à “Wafa” que as forças israelenses lançaram gás lacrimogêneo e bombas acústicas contra os protestantes, o que causou vários casos de asfixia e desmaios e levou a confrontos.
Segundo a “Wafa”, 10 palestinos das cidades de Jenin, Hebron e Nablus, na Cisjordânia, foram detidos pelas forças israelenses na terça, incluindo sete estudantes universitários. As detenções foram feitas após revistas às casas dos estudantes, todos com menos de 30 anos de idade.
Também houve denúncias de que jipes militares invadiram um bairro [da Palestina] em Nablus, enquanto revistaram várias casas palestinas e prenderam um palestino de 23 anos, além de outros dois na área de Hebron. Ainda, fontes locais denunciaram atos de violência de colonos judeus vivendo na Cisjorânia [Palestina], que cortaram oliveiras e incendiaram campos de trigo palestinos.
REFUGIADOS AO NASCER
De acordo com dados da “Oficina Central Palestina de Estatísticas” (PCBS, pela sigla em inglês), neste 65º aniversário da Nakba, “os refugiados são quase metade da população palestina”: 44,2% da população total na Palestina, o que, tecnicamente, é chamado pela ONU de “pessoas deslocadas internamente”, ou “internally displaced people” (IDPs), em inglês, e 45,7% da população palestina total pelo mundo, segundo dados da “Agência da ONU para Assistência e Trabalhos para Refugiados Palestinos” (UNRWA, na sigla em inglês), que contabiliza 5,3 milhões de palestinos registrados nessa agência em 2013.
A UNRWA informou que 59% dos refugiados vivem nos países vizinhos, a Jordânia, a Síria e o Líbano (região à qual o seu mandato para “assistência e trabalhos” se limita), 17% vive na Cisjordânia e 24% na Faixa de Gaza. Além disso, cerca de 29% vivem em 58 campos de refugiados, dos quais 10 estão na Jordânia, nove na Síria, 12 no Líbano, 19 na Cisjordânia e oito na Faixa de Gaza.
Entretanto, o PCBS ressalta o fato de que esse número é uma estimativa para baixo, já que grande número de refugiados não se registrou na UNRWA, e por isso não são contabilizados como tal. A condição palestina de refugiado é singular: pela continuidade da negação do seu direito à terra e ao Estado palestino, os descendentes dos refugiados são automaticamente reconhecidos como tal pela comunidade internacional.
Além disso, as estimativas da UNRWA tampouco incluem os palestinos expulsos das suas terras entre a guerra de 1949 e a de 1967, e não inclui os não-refugiados que foram forçados a partir pelas consequências devastadoras da guerra de 1967.
Campo de refugiados Nahr Al-Barid, no Líbano, em 1952
Mais de 800.000 palestinos foram expulsos das suas terras para a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, ou para países da região e de outros continentes. A população palestina mundial foi estimada em 11,6 milhões de pessoas em 2012, pela PCBS. Isso significa que a população palestina fora da Palestina multiplicou-se por oito nos 65 anos desde a catástrofe.
Um total de 5,8 milhões de palestinos vivem na Palestina histórica atual, e o número deve aumentar para 7,2 milhões até o fim de 2020, com base nas taxas de crescimento demográfico atual, de acordo com o a PCBS.
O número de palestinos que conseguiu ficar nas suas cidades e vilas em 1948, depois da “Nakba”, foi estimado em 154.000 pessoas, e hoje o número chega a 1,4 milhões de habitantes, 65 anos depois da catástrofe.
Em 1948, 1,4 milhão de palestinos viviam em 1.300 vilas e cidades na chamada “Palestina histórica”, ou seja, o total do território que inclui a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e o que é hoje o Estado de Israel. Os israelenses controlavam 774 cidades e vilas e destruíram 531 cidades e vilas palestinas durante a “Nakba”.
A Grã Bretanha havia ficado encarregada, como “tutora”, da divisão da Palestina entre judeus e palestinos, conforme o Plano da ONU, ou ainda “conforme o plano sionista”, segundo declarações menos públicas da comissão britânica encarregada. Desde a queda do Império Turco-Otomano, que colonizava a região desde o século 16, a Grã Bretanha exercia mandato sobre a região, que incluía também a atual Síria, o Líbano, o Egito e outros territórios.
A ocupação israelense dos territórios palestinos atualmente se expande através de diversos mecanismos jurídicos e políticos desenvolvidos pelos sucessivos governos direitistas e sionistas (ideologia colonialista desenvolvida no fim do século 19 na Europa, que retoma equivocadamente valores judeus de uma “terra israelense”, segundo importantes historiadores em Israel), e com o desrespeito pelas resoluções da ONU que defendem o direito do povo palestino à autodeterminação, emitidas desde 1946.”
FONTE: escrito por Moara Crivelente, da redação do portal “Vermelho”, com informações da “Palestine News & Info Agency - WAFA”
Os protestos, apesar de frequentes, haviam se intensificado desde o começo desta semana. Na terça-feira (14), a agência palestina “Wafa” noticiou diversos incidentes de violência, enquanto as forças israelenses reprimem as manifestações, em sua maioria organizada pelos diversos comitês populares de resistência espalhados pela Cisjordânia.
O coordenador do “Comitê Popular contra os Assentamentos e o Muro da Segregação de Al-Khader” (no sul de Belém) Ahmad Salah disse à “Wafa” que as forças israelenses lançaram gás lacrimogêneo e bombas acústicas contra os protestantes, o que causou vários casos de asfixia e desmaios e levou a confrontos.
Segundo a “Wafa”, 10 palestinos das cidades de Jenin, Hebron e Nablus, na Cisjordânia, foram detidos pelas forças israelenses na terça, incluindo sete estudantes universitários. As detenções foram feitas após revistas às casas dos estudantes, todos com menos de 30 anos de idade.
Também houve denúncias de que jipes militares invadiram um bairro [da Palestina] em Nablus, enquanto revistaram várias casas palestinas e prenderam um palestino de 23 anos, além de outros dois na área de Hebron. Ainda, fontes locais denunciaram atos de violência de colonos judeus vivendo na Cisjorânia [Palestina], que cortaram oliveiras e incendiaram campos de trigo palestinos.
REFUGIADOS AO NASCER
De acordo com dados da “Oficina Central Palestina de Estatísticas” (PCBS, pela sigla em inglês), neste 65º aniversário da Nakba, “os refugiados são quase metade da população palestina”: 44,2% da população total na Palestina, o que, tecnicamente, é chamado pela ONU de “pessoas deslocadas internamente”, ou “internally displaced people” (IDPs), em inglês, e 45,7% da população palestina total pelo mundo, segundo dados da “Agência da ONU para Assistência e Trabalhos para Refugiados Palestinos” (UNRWA, na sigla em inglês), que contabiliza 5,3 milhões de palestinos registrados nessa agência em 2013.
A UNRWA informou que 59% dos refugiados vivem nos países vizinhos, a Jordânia, a Síria e o Líbano (região à qual o seu mandato para “assistência e trabalhos” se limita), 17% vive na Cisjordânia e 24% na Faixa de Gaza. Além disso, cerca de 29% vivem em 58 campos de refugiados, dos quais 10 estão na Jordânia, nove na Síria, 12 no Líbano, 19 na Cisjordânia e oito na Faixa de Gaza.
Entretanto, o PCBS ressalta o fato de que esse número é uma estimativa para baixo, já que grande número de refugiados não se registrou na UNRWA, e por isso não são contabilizados como tal. A condição palestina de refugiado é singular: pela continuidade da negação do seu direito à terra e ao Estado palestino, os descendentes dos refugiados são automaticamente reconhecidos como tal pela comunidade internacional.
Além disso, as estimativas da UNRWA tampouco incluem os palestinos expulsos das suas terras entre a guerra de 1949 e a de 1967, e não inclui os não-refugiados que foram forçados a partir pelas consequências devastadoras da guerra de 1967.
Campo de refugiados Nahr Al-Barid, no Líbano, em 1952
Mais de 800.000 palestinos foram expulsos das suas terras para a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, ou para países da região e de outros continentes. A população palestina mundial foi estimada em 11,6 milhões de pessoas em 2012, pela PCBS. Isso significa que a população palestina fora da Palestina multiplicou-se por oito nos 65 anos desde a catástrofe.
Um total de 5,8 milhões de palestinos vivem na Palestina histórica atual, e o número deve aumentar para 7,2 milhões até o fim de 2020, com base nas taxas de crescimento demográfico atual, de acordo com o a PCBS.
O número de palestinos que conseguiu ficar nas suas cidades e vilas em 1948, depois da “Nakba”, foi estimado em 154.000 pessoas, e hoje o número chega a 1,4 milhões de habitantes, 65 anos depois da catástrofe.
Em 1948, 1,4 milhão de palestinos viviam em 1.300 vilas e cidades na chamada “Palestina histórica”, ou seja, o total do território que inclui a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e o que é hoje o Estado de Israel. Os israelenses controlavam 774 cidades e vilas e destruíram 531 cidades e vilas palestinas durante a “Nakba”.
A Grã Bretanha havia ficado encarregada, como “tutora”, da divisão da Palestina entre judeus e palestinos, conforme o Plano da ONU, ou ainda “conforme o plano sionista”, segundo declarações menos públicas da comissão britânica encarregada. Desde a queda do Império Turco-Otomano, que colonizava a região desde o século 16, a Grã Bretanha exercia mandato sobre a região, que incluía também a atual Síria, o Líbano, o Egito e outros territórios.
A ocupação israelense dos territórios palestinos atualmente se expande através de diversos mecanismos jurídicos e políticos desenvolvidos pelos sucessivos governos direitistas e sionistas (ideologia colonialista desenvolvida no fim do século 19 na Europa, que retoma equivocadamente valores judeus de uma “terra israelense”, segundo importantes historiadores em Israel), e com o desrespeito pelas resoluções da ONU que defendem o direito do povo palestino à autodeterminação, emitidas desde 1946.”
FONTE: escrito por Moara Crivelente, da redação do portal “Vermelho”, com informações da “Palestine News & Info Agency - WAFA”
( http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=213587&id_secao=9). [Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].
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