O jornal francês Le Monde publicou hoje uma entrevista com um renomado psiquiatra de Paris, sobre o estado emocional ao qual provavelmente entrará Ingrid Betancourt nesta fase posterior à sua libertação.
Reproduzo somente parte do texto de Laura Marzouk do Le Monde, traduzido por Luiz Roberto Mendes Gonçalves e publicado no portal UOL:
"Depois da euforia, Ingrid Betancourt entrará em uma fase de esgotamento"
"Entrevista com Louis Jehel, psiquiatra responsável pelo Centro de Psicotraumatologia do Hospital Tenon em Paris. Ele também é presidente da Sociedade Francesa de Psicotraumatologia.
(...) Le Monde - Quais são os sintomas pós-traumáticos que podem aparecer em Ingrid Betancourt?
Louis Jehel - Há dois tipos de sintomas. Primeiro, a síndrome de repetição, que se manifesta pela impressão de que a ameaça continua. Ela é acompanhada de um estado de hipervigilância que pôde ser extremamente útil durante o cativeiro. Mas existe o risco de que esse estado persista por vários meses, constituindo um freio para a retomada de uma vida normal. Isso pode se manifestar como sérios problemas do sono e da concentração.
A outra categoria são os sintomas de dissociação, isto é, estar um pouco defasado, desconectado da realidade cotidiana. Significa que nos afastamos do ambiente em que vivemos e do medo. É uma maneira de se adaptar a uma situação de ameaça elevada, mas quando a situação se prolonga além do acontecimento traumático torna-se prejudicial para a saúde. Esses sintomas se manifestam pela dificuldade de se reorganizar, de se readaptar e de se concentrar na nova realidade."
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