sexta-feira, 4 de julho de 2008

RÁDIO PÚBLICA SUIÇA DIZ QUE A LIBERTAÇÃO DE INGRID BETANCOURT FOI ENCENAÇÃO

A Rádio [pública] Suíça Romanda (RSR) afirmou hoje que "os 15 reféns foram comprados na realidade a preço forte. Depois disso toda a operação foi uma encenação".

Essa informação foi divulgada esta manhã pela Folha Online, que se baseou em texto da agência de notícias France Presse, em Genebra. Também li essa notícia no blog “Por um novo Brasil”.

Há suspeitas de que a operação foi planejada e comprada pelo governo dos EUA por US$ 20 milhões, para assim reforçar o prestígio do presidente colombiano Uribe e favorecer o seu 3º mandato (rereeleição).

Uribe tem sido um aliado extremamente útil e cordato com a estratégia norte-americana de implantar uma forte presença militar na América do Sul, especialmente nas fronteiras da Amazônia brasileira e da rica região petrolífera da Venezuela.
Tudo sob o pretexto de combater a produção de cocaína (que, incoerentemente, aumentou muito depois da chegada dos norte-americanos lá).

Vejamos a matéria da France Presse traduzida pela Folha Online:

RÁDIO SUÍÇA DIZ QUE FARC RECEBERAM MILHÕES PARA LIBERAR BETANCOURT

"Dirigentes da guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) teriam recebido milhões de dólares para liberar a franco-colombiana Ingrid Betancourt e outros 14 reféns, afirma a Rádio Suíça Romanda (RSR).

"Os 15 reféns foram comprados na realidade a preço forte. Depois disso toda a operação foi uma encenação", afirmou a rádio pública.

Quase US$ 20 milhões foram entregues aos seqüestradores, segundo a RSR, que cita uma "fonte ligada aos acontecimentos, confiável e testada em reiteradas ocasiões nos últimos anos". A emissora acrescentou que os EUA estiveram na "origem da transação".

Nos últimos anos, a Suíça atuou ao lado de Espanha e França, a pedido do presidente colombiano, Álvaro Uribe, em uma missão de mediação com as Farc.

OPERAÇÃO

A operação realizada na quarta-feira (2) resgatou Betancourt, os americanos Thomas Howes, Marc Gonsalves e Keith Stansell --ligados ao Departamento de Defesa dos EUA-- e 11 militares e policiais colombianos.

Militares da Colômbia disfarçados de trabalhadores humanitários resgataram Betancourt, 46, a refém mais importante das Farc, seqüestrada em 2002 quando fazia campanha eleitoral como candidata à Presidência. "A operação foi absolutamente impecável", disse Betancourt logo após o resgate. "Creio que é um sinal de paz para a Colômbia."

O resgate ocorreu na floresta do departamento de Guaviare, segundo o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos. Militares colombianos fingiram ser membros de uma organização fictícia que supostamente iria levar os reféns de helicóptero a outro local, para se encontrarem com o líder das Farc, Alfonso Cano.

"Os helicópteros, que na realidade eram do Exército pegaram os reféns em Guaviare e os levaram à liberdade", afirmou o ministro. Dois guerrilheiros foram capturados na operação.

"Essa foi uma ação sem precedentes", afirmou o ministro ontem, em coletiva na sede do Ministério da Defesa, em Bogotá. "Isso entrará na história por sua audácia e efetividade."

Segundo o ministro, a operação que permitiu o resgate dos reféns foi 100% colombiana, apesar de os EUA terem auxiliado em ajustes prévios. Entrevistado sobre o papel de Washington na operação realizada nesta quarta-feira, Santos respondeu "nenhum" e completou: "Esta foi uma operação 100% colombiana".

"Nós informamos ao embaixador [americano em Bogotá, William Brownfield] porque havia uma promessa do presidente Álvaro Uribe de comunicar ao presidente George W. Bush qualquer tipo de operação", disse o ministro ao canal Caracol.

"Nós informamos e pedimos que nos ajudasse com algumas pessoas para testar as teorias que tínhamos e eles nos ajudaram um pouco a calibrar certas coisas, mas à margem. A verdade é que foi uma operação 100% colombiana, inclusive toda a inteligência foi colombiana", insistiu.

Citado pela imprensa colombiana, Brownfield afirmou ontem que a operação teve "cooperação cerrada" do governo americano, incluindo "intercâmbio de inteligência, de equipamentos e conselhos a partir de outras experiências".

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