“Estado português só consegue obter financiamento pagando aos mercados juros de 7% ao ano, nível considerado insustentável pelos analistas.
Na Espanha, a chantagem financeira também aumentou depois da falência da Irlanda. Quarta maior economia européia, a Espanha tem o terceiro maior déficit fiscal da zona do euro. Ou seja, é o terceiro maior dependente de empréstimos para manter a solvência das finanças públicas. A exemplo do que fazem com Portugal, os investidores exigem rendimentos cada vez maiores para carregar títulos públicos emitidos pelo governo Zapatero.
Uma forma de atendê-los num momento em que caem as receitas com impostos por conta da recessão, é cortar dramaticamente gastos do Estado para reservar recursos à rubrica dos juros. É a mesma ‘demonstração’ de austeridade requerida do governo Dilma neste momento no Brasil.
A Espanha tem mais de quatro milhões de desempregados; entre os jovens, a taxa de desocupação passa de 20%.
O risco ‘soberano’ dos países atingidos pela explosão da bolha especulativa aumentou por conta dos gastos para socorrer bancos e empresas quebradas, bem como em decorrências da elevação das despesas com seguro-desemprego e auxílio moradias, entre outros.
De certa forma, o mercado saneou seus riscos –ou conseguiu reduzí-los— transferindo o ônus aos Estados nacionais. Em proporções cavalares, o mesmo acontece hoje nos EUA –com a diferença nada desprezível que o FED norte-americano exerce prerrogativas imperiais de emitir dólares e pulverizar sua dívida inundando o mundo com a moeda, a ponto de desvalorizá-la progressivamente. Em troca, valoriza a moeda dos países pobres e em desenvolvimento. O que, no final, acaba também elevando o risco soberano desses países, alvo agora do coro ortodoxo-midiático que aqui e alhures entra em cena para pedir em uníssono: corte de gastos!"
FONTE: do Blog das Frases, de Saul Leblon, publicado no site “Carta Maior” (http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm).
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