quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

PREMIADO COMO "PENSADOR GLOBAL", AMORIM MINIMIZA PESO DE DOCUMENTOS DO ”WIKILEAKS”


“Questionado sobre os documentos divulgados pelo site ‘Wikileaks’ envolvendo a política externa brasileira, o chanceler Celso Amorim reagiu de maneira contundente (30/11) dizendo que as percepções de diplomatas norte-americanos não lhe interessavam. Em evento do qual participa em Washington, Amorim declarou aos jornalistas não estar “tão emocionado como a maioria de vocês” sobre o conteúdo divulgado, uma vez que "a maior parte do que li eu já conhecia ou é pouco relevante".

"Não vou discutir percepções de agentes diplomáticos americanos", diz Amorim

As declarações de Celso Amorim foram feitas no mesmo dia em que a revista ‘Foreign Policy’, uma das realizadoras do evento, o reconheceu como um dos 100 pensadores globais de 2010.

Ao continuar tratando dos documentos divulgados pelo ‘Wikileaks’, o chanceler enfatizou: “Não vou discutir percepções de agentes diplomáticos americanos. Sinceramente, o tom que um agente diplomático americano utiliza para fazer suas avaliações é algo que não me interessa".

Ao ser perguntado sobre a preocupação dos Estados Unidos com a negativa de Brasília de qualificar certos grupos como terroristas, ou sua "sensibilidade" diante de insinuações de que estes grupos poderiam manter atividades no Brasil, disparou: "Você acredita em tudo o que dizem nos telegramas?".

Segundo ele, “o Brasil combate o terrorismo, mas tem uma visão diferente: não tendemos a associar todo crime ao terrorismo". "O fato é que o Brasil não é palco de atos terroristas".

Sobre o fato de alguns desses documentos apontarem que diversos países do Oriente Médio, em particular a Arábia Saudita, estavam temerosos quanto ao programa nuclear iraniano e pediam que os Estados Unidos interviessem, Amorim colocou: "Me preocupa que o Irã, os Estados Unidos ou qualquer outro país que tenha um programa nuclear o use (para fins bélicos)".

Amorim defendeu o pacto nuclear assinado entre Brasil, Turquia e Irã, em 17 de maio, dizendo que "entrará para a história como a inauguração de um mundo multipolar". De acordo com o chanceler, o Irã concordou em negociar com Brasil e Turquia um acordo de troca de urânio enriquecido por combustível nuclear porque via os dois países como bons garantidores. Outros países, segundo Amorim, não tinham esse grau de credibilidade, do ponto de vista de Teerã.

Com relação aos apontamentos dos norte-americanos de que [Jobim disse que] o presidente Hugo Chavez contribuiria para “desestabilizar” o continente, o chanceler rebateu: "O Brasil não tem nada esconder. O presidente Chavez é nosso amigo e temos uma relação intensa de cooperação. Queremos fortalecer a América do Sul", afirmou o chanceler.

Celso Amorim está em Washington para participar do evento "The New Geopolitics: Emerging Powers and the Challenges of a Multipolar World” (A Nova Geopolítica: Potências Emergentes e os Desafios de um Mundo Multipolarizado), promovido pela “Carnegie Endowment for International Peace e pela revista Foreign Policy”.

FONTE: portal “Vermelho” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=142722&id_secao=1).

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