terça-feira, 14 de junho de 2011
CONSTRUÇÃO CIVIL TEM DEMANDA AQUECIDA ATÉ 2016
“Os fabricantes de alumínio para o ramo de construção civil [no Brasil] estão com o presente e o futuro garantidos, pelo menos até 2016, levando em conta a expansão nas vendas de imóveis. Embora nas construções de baixo e médio custos sua participação ainda fique atrás do ferro e da madeira, o alumínio avança nas obras luxuosas, sendo cada vez mais utilizado em janelas, portas, armários e boxes de salas de banho.
Os fabricantes respondem com mais investimentos diante do bom momento. “A ALCOA investirá US$ 45 milhões entre 2010 e 2016 nas áreas de expansão, lançamento de novos produtos, abertura de lojas, entre outros projetos”, afirma José Carlos Cattel, diretor da divisão de extrudados da empresa.
A primeira leva de investimentos, no ano passado, somou US$ 11 milhões, aplicados na ampliação da linha de acabamento na área de perfis –esquadrias para janelas e portas.
“Com esses recursos, a produção cresceu 11%. Para este ano, já temos orçamento de US$ 18,5 milhões, que serão aplicados na aquisição de nova prensa na planta de Tubarão (SC) e no aumento da capacidade de extrusão de Itapissuma (PE)”, explica. O Norte e o Nordeste estão levando a ALCOA a realizar aportes na unidade de Itapissuma. Segundo o diretor, a unidade pernambucana integra a malha logística da ALCOA no Sul e Sudeste. Cerca de 30% da produção nordestina vai para esses mercados. Mas a proporção deve cair com o crescimento da indústria nordestina de construção. “A região cresce o dobro do Brasil. Se o PIB do país aumentar 5%, lá será 10%”, afirma.
No ano passado, o crescimento das vendas da ALCOA na área de construção civil surpreendeu. “Em 2010, tínhamos projetado crescimento de 9% e crescemos 10% em volume”, diz Cattel. Pelos seus cálculos, 60% dos extrudados são absorvidos pela construção civil e os outros 40%, pela indústria.
“Em 2011, a projeção é de crescimento de 7%. A receita, que no ano passado teve salto de 12% sobre 2009, deverá crescer 9% em 2011″, afirma. Líder no segmento de extrusão com 23% de ‘market share’, Cattel aposta na continuidade do aquecimento.
“O mercado deverá manter-se com forte demanda por, pelo menos, mais cinco anos, em função do déficit habitacional, da Olimpíada, da Copa de 2014 e do aumento da massa salarial”, estima. Reformas de moradias e o programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ também são fatores citados.
A ‘Alpex Alumínio’, empresa brasileira que atua no desenvolvimento de soluções em perfis extrudados e de produtos acabados em alumínio, vai investir R$ 24 milhões no período de 2011 a 2016. Segundo Paulo Magalhães, sócio diretor da companhia, os primeiros R$ 4 milhões desembolsados até dezembro serão suficientes para elevar a produção em 30% neste ano. “Com isso, teremos de contratar mais 40 funcionários, totalizando 380″, diz.
Com faturamento de R$ 195 milhões registrado no ano passado, a direção da ‘Alpex Alumínio’ também se mostra otimista. “A expectativa para 2011 é crescer 4%, mas a partir de 2012 a meta é de aumento de 15% ao ano”, afirma.
A ‘Alpex Alumínio’ atua nas indústrias automobilística, moveleira, da construção civil, de eletroeletrônico, entre outras. Móveis e construção andam de mãos dadas. “Os móveis exigem boa quantidade de alumínio e a construção também”, explica. Até o final de 2016, quando os R$ 24 milhões já tiverem sido desembolsados, a ‘Alpex’ projeta segundo aumento na produção, de 30%.
Para Claudio Roberto Martins, gerente comercial da ‘Anobril Anodização Pintura e Extrusão de Alumínio Ltda’, o mercado é atrativo. “Em 2010, houve crescimento de 30% no volume de produção e vendas. E 2009 foi ano recessivo”, comenta.
A expectativa para 2011 continua positiva. “A meta é crescer na faixa de 13%. Os desembolsos feitos no ano passado ficaram 15% acima do verificado em 2009 e, para este ano, a estimativa é de injeção de recursos cerca de 20% superior.”
De acordo com Martins, os recursos serão aplicados em compras de equipamentos e tecnologia. Com 100 empregados e uma única fábrica instalada em São Paulo, Martins atribui o desempenho nos negócios a reformas e construção de novas moradias, devido ao aumento do poder aquisitivo e ao programa ‘Minha Casa, Minha Vida’. Pelas suas contas, do total produzido pela ‘Anobril’, 40% são absorvidos pela classe C e outros 30% pela classe D. ‘O restante se divide entre os consumidores A e B’.”
FONTE: publicado no jornal “Valor Econômico” e transcrito no blog “Os amigos do Brasil” (http://osamigosdobrasil.com.br/2011/06/13/construcao-civil-tem-demanda-aquecida-pelo-menos-ate-2016/) [imagem do Google adicionada por este blog].
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