sábado, 2 de julho de 2011

PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA ATINGE PATAMAR RECORDE, DIZ IBGE


“A produção da indústria brasileira cresceu 1,3% em maio na comparação, livre de influência sazonais, com abril. O resultado representa aceleração frente ao desempenho de abril, quando o setor havia registrado queda de 1,2%. Os dados foram divulgados na sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com o resultado, a indústria voltou a operar em patamar recorde de produção -0,1 ponto percentual acima do nível de março deste ano, recorde anterior.

Em relação a maio de 2010, houve alta de 2,7%. Já no acumulado do ano, a indústria soma alta de 1,8%. Nos últimos 12 meses, o índice ficou positivo em 4,5%.

Segundo o IBGE, as categorias com melhores desempenhos foram as de bens duráveis (2,7%), intermediários (1,5%) e bens de capital (1,7%) na comparação de maio com abril. A categoria com pior desempenho foi a de semi e não duráveis, que ficou estável.

Já os setores com as altas mais expressivas foram o de indústria de alimento (3,9%), produtos de metal (12,8%) e veículos (3,5%). Por outro lado, as quedas de destaque ficaram com o setor farmacêutico (-12,1%), metalurgia (-1,9%) e bebidas (-2,2%).

ACOMODAÇÃO

Apesar da recuperação em maio, a indústria se manteve em acomodação e sente ainda os reflexos das medidas do governo para frear a economia, afirmou André Macedo, economista do IBGE.

Para o técnico, o resultado de maio mostra a indústria "num patamar mais elevado de produção", mas não altera a tendência de "acomodação do setor" -provocado por juros mais altos e medidas de restrição de crédito impostas pelo governo.

Macedo disse que a análise do dado acumulado em 12 meses mostra a tendência de desaceleração do ritmo de crescimento da indústria. Até abril, o índice somava uma alta de 5,4%. Nos últimos 12 meses encerrados em maio, a taxa cedeu para 4,5%.

"A indústria continua em patamar positivo, mas há uma clara redução do ritmo de crescimento."

O IBGE revisou ainda o resultado de abril, que originalmente havia apresentado retração maior: 2,1%. O dado foi revisto para -1,2% e se deveu à inclusão do resultado de maio e ao fato de o Carnaval ter ocorrido em meses diferentes em 2010 e 2011 -o que não foi capitado pelo modelo de ajustamento sazonal, capaz de reduzir os efeitos típicos de cada período.

Segundo Macedo, isso mexeu com as comparações dos meses seguintes também e determinou a revisão do resultado de abril.

Apesar de o técnico enxergar nos dados de maio uma continuidade do processo de desaceleração da indústria, foram justamente os ramos diretamente ligados ao crédito e ao consumo das famílias que tiveram melhor desempenho em maio --num sinal de que a economia ainda se mantém aquecida.

A categoria de bens duráveis (veículos, eletrodomésticos e móveis) liderou com expansão de 2,7% de abril para maio. Para Macedo, porém, trata-se de uma retomada após o fraco desempenho de abril, quando houve queda de 10%.”

FONTE: reportagem de Pedro Soares publicada no portal UOL/Folha (http://www1.folha.uol.com.br/poder/937493-producao-industrial-brasileira-atinge-patamar-recorde-diz-ibge.shtml) [imagem do Google adicionada por este blog].

Nenhum comentário: