segunda-feira, 24 de setembro de 2012

13% DE MORADORES DE FAVELAS (DO RJ) JÁ ESTÃO NAS CLASSES A e B

Vista da favela da Rocinha, no Rio; 13% de moradores de favelas do Rio de Janeiro já são das classes A e B, mostra levantamento [Nas de São Paulo, os incêndios atrapalham]
Por Claudia Rolli, [no portal UOL do grupo tucano "Folha"]
“Os moradores das mil principais favelas da região metropolitana do Rio de Janeiro formam, juntos, população que equivale à nona maior cidade do Brasil.

São 1,7 milhão de pessoas responsáveis por movimentar R$ 13 bilhões, considerados produtos e serviços consumidos, além de crédito disponível.

Desse total, 66% pertencem à nova classe média. Na alta renda, estão 13% dos moradores dessas comunidades --em 2001, eles representavam [somente] 1%.

"São pequenos comerciantes que se tornaram empreendedores e mantêm negócios na comunidade", diz Renato Meirelles, sócio-diretor do “Instituto Data Popular”, que fez o estudo em parceria com a “Central Única das Favelas” (CUFA) e a “Rádio Beat98” [da "Globo"], patrocinadora do projeto. "Antes, não tinham renda para consumir e agora consomem produtos e serviços na comunidade em que moram", afirma.

A definição das faixas de renda do estudo segue os critérios estabelecidos pela SAE ( Secretaria de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República.

Pertencem à classe média famílias com renda per capita de R$ 291 a R$ 1.019. Essa classe foi dividida em três subgrupos: a baixa classe média (renda per capita de R$ 291 a R$ 441), a média (de R$ 441 a R$ 641 por pessoa) e a alta classe média (de R$ 641 a R$ 1.019).

Famílias com renda per capita acima de R$ 1.019 estão na chamada alta renda -ou classes A e B. As com renda per capita inferior a R$ 291 estão na baixa renda -antigas classes D e E.

MERCADO POUCO EXPLORADO

O que mais chamou a atenção de pesquisadores e envolvidos no projeto foi o potencial de consumo das pessoas que moram nas favelas do Grande Rio.

"Poucas empresas ainda enxergam esse mercado consumidor", afirma Celso Athayde, secretário-geral da CUFA. "Temos iniciativas isoladas de algumas instituições financeiras e do varejo que já se instalaram em algumas comunidades", afirma. "Há grande parte dos moradores que ascendem, melhoram sua condição, compram outros imóveis, montam negócios e querem permanecer nas comunidades."

Bradesco, Caixa, Itaú e Santander são algumas das instituições com agências bancárias em favelas do Rio e de São Paulo. Decidiram seguir exemplo de redes de varejo como “Casas Bahia” e “Magazine Luíza”, que perceberam a necessidade de estar mais perto dos consumidores.

"Com a pesquisa, podemos informar ao mercado quem é esse público. Essa pesquisa foca os aspectos sociais e hábitos de consumo dos jovens moradores de comunidade. É um recorte dentro desse universo. E nossa intenção é pesquisar novo aspecto das comunidades a cada ano", afirma Eva Kaufman, gerente de Marketing do “Sistema Globo de Rádio”, do qual a “rádio Beat 98”, patrocinadora da pesquisa, faz parte.

Para Athayde, da central, os dados devem contribuir para definir políticas públicas - sociais e econômicas - mais adequadas e eficazes a esses moradores.

"Temos um grupo, a “liga de empreendedores comunitários”, por exemplo, que envolve negócios de 180 favelas do Grande Rio. A ideia é criar pontes entre diferentes marcas e instituições e as comunidades, pacificadas ou não, e dar condição para implementar projetos necessários ao desenvolvimento desses territórios e oferecer perspectivas melhores aos seus moradores", diz Athayde. "Iniciativas como essas podem ser melhor exploradas."

FONTE: reportagem de Claudia Rolli, do UOL/Folha  (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1157655-13-de-moradores-de-favelas-estao-nas-classes-a-e-b.shtml). [Trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política'].

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