quarta-feira, 2 de setembro de 2015

ARGENTINA SEGUE VENCENDO OS FUNDOS ABUTRES



"Cortaram as asas dos fundos abutres", diz chefe de Gabinete argentino


"Os abutres perderam poder de fogo", considerou, na terça-feira (1º/09), o chefe de Gabinete da presidência argentina, Aníbal Fernández, ao avaliar uma decisão da Corte de Apelações de Nova York contrária a esses fundos.

A resolução do tribunal nova-iorquino freou um ditame do juiz Thomas Griesa que pretendia embargar as reservas do Banco Central da Argentina no exterior a favor dos fundos abutres.

Esse veredicto é produto dos recursos propostos pelo Governo Nacional [da Argentina], que "não vai permitir que roubem o dinheiro dos argentinos", reafirmou Fernández ao falar com a imprensa na Casa Rosada.

O servidor público reiterou que a "Argentina paga todo mundo" e criticou a postura de alguns líderes da oposição, como Mauricio Macri, que propuseram pagar esses grupos financeiros e se submeter assim às decisões de Griesa, o que é claramente negativo à soberania nacional.

"Se esses defensores de se ajoelhar tivessem prosperado", os fundos abutres "teriam levado riquezas que correspondem aos argentinos. Não se pode ser grosseiro a ponto de dizer que deveria se pagar o que Griesa diz; isso teria destroçado o país sem nenhuma necessidade", explicou Fernández.

Desde o ano passado, o Executivo argentino resiste a uma investida dos fundos abutres, cujas demandas foram avaliadas por sucessivas decisões do juiz Griesa. Inclusive, propuseram embargar os bens de empresas estatais argentinas e do Banco Central.

Esses grupos representam cerca de 2% dos detentores de bônus da dívida argentina, enquanto 93% aceitou a reestruturação de 2005 e 2010. Ao redor de 5% está na expectativa do que acontecer no litígio.

Os fundos abutres, como "NML Capital" e "Aurelius", não são credores da Argentina; compraram os bônus da dívida a preços muito baixos de terceiros quando estourou a crise financeira de 2008 e agora exigem de Buenos Aires quantias imensas, incluindo uma acumulação substancial de juros.

Os governos de Néstor Kirchner e Cristina Fernández, que não contraíram essas dívidas, que se acumularam desde a última ditadura cívico-militar (1976-1983), procuraram renegociar a dívida, o que conseguiram em 2005 e 2010, e têm cumprido com os compromissos.

Os que se propuseram curvar perante os abutres "estavam rifando o que pertence aos argentinos, permitindo que os 'bonistas' levassem o que não lhes correspondia", insistiu o chefe de ministros.

Além disso, destacou que "para levar adiante esses tipos de negociações, há que ter estatura de estadista e saber exatamente o que acontece, como faz o Estado argentino e a presidenta da Nação".

Aníbal Fernández, candidato a governador da província de Buenos Aires, qualificou de bem clara e firme, como corresponde aos estadistas responsáveis, as decisões da Presidenta, que "assegura que não vai pagar e permitir que roubem dinheiro dos argentinos", enfatizou."

FONTE: da "Prensa Latina". Transcrito no portal "Vermelho"  (http://www.vermelho.org.br/noticia/269732-7).

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