quinta-feira, 3 de setembro de 2015

POR QUE A GLOBO ATACA LULA COM TANTA FÚRIA?



POR QUE A GLOBO ATACA LULA COM TANTA FÚRIA? 

Por Paulo Nogueira, no blog "Diário do Centro do Mundo":

"Valentemente, assim que os donos determinaram, os jornalistas da 'Globo' pararam de falar no impeachment de Dilma.

Um deles, Erick Bretas, tratou até de trocar a foto de perfil de seu Facebook. Ele tinha colocado a inscrição “game over” (fim de jogo), por ocasião de uma manifestação anti-Dilma, para a qual conclamara seus seguidores.

Trocou-a, com a nova orientação patronal, por uma bandeira do Brasil.

Agora, com a mesma valentia com que recuaram instantaneamente, os editores, colunistas e comentaristas da "Globo" avançam, novamente sob ordens patronais, contra Lula.

Todas as mídias da "Globo" vêm sendo usadas para investir contra Lula, por conta, naturalmente, de 2018.

Tevê, jornal, rádio, internet – são os Marinhos e seus porta-vozes contra Lula.

A novidade aí parece ser a substituição da "Veja" pela "Época" na repercussão dos sábados à noite do "Jornal Nacional".

Nem para isso mais a "Veja" serve. Nem para servir de alavanca para o "Jornal Nacional". É uma agonia miserável e solitária a da revista dos Civitas.

Lula, em seus anos no Planalto, nada fez para enfrentar a concentração de mídia da "Globo", algo que é um câncer para a sociedade pelo potencial de manipulação da opinião pública.

E agora paga o preço por isso.

Verdade que, acertadamente, ele decidiu não ficar “parado”. Pássaro parado, disse Lula, é mais fácil de ser abatido.

E então Lula decidiu reagir.

Pelo site do "Instituto Lula", ele tem rebatido as agressões dos Marinhos, minuciosamente.

E tem anunciado processos quando se sente injustiçado – um passo fundamental para colocar alguma pressão nos caluniadores e, também, nos juízes complacentes.

Há um tributo involuntário no movimento anti-Lula da "Globo". É um reconhecimento, oblíquo que seja, de sua força.

É assim que o quadro deve ser entendido.

Quem pode ser o anti-Lula em 2018? Aécio, Alckmin e Serra, os nomes do PSDB, seriam provavelmente destruídos ainda no primeiro turno.

Imagine Lula debatendo com cada um deles.

Fora do PSDB, é um deserto ainda maior. De Marina a Bolsonaro, os potenciais adversários de Lula equivalem ao Vasco da Gama no Brasileirão.

Nesse sentido, o boneco de Lula, o Lulão, surge mais como desespero da oposição do que como uma gesto criativo dos analfabetos políticos de movimentos como o "Brasil Livre" de Kim Kataguiri.

A "Globo" vem dando um destaque de superstar ao Lulão, como parte de sua operação de guerra.

E Lula tem respondido como jamais fez. No desmentido da capa da edição do final de semana da "Época", ele citou um aporte milionário de 361 milhões de reais do BNDES na "Globo", em 2001, no governo PSDB/FHC.

Ali se revelou outra face dos sistemáticos assaltos da "Globo" ao dinheiro público: o caminho do BNDES. Não são apenas os 500 milhões de reais em média, ao ano, de propaganda federal. São também outros canais, como o BNDES.

Não é exagero dizer que a "Globo", como a conhecemos (não como o jornaleco de província a que se resumiu por décadas) é fruto do dinheiro público.

Como Lula, caso volte à presidência em 2018, tratará a "Globo"?

É essa pergunta que atormenta os Marinhos, já suficientemente atordoados com o florescimento da internet em oposição à decadência da tevê.

E é isso que explica a heroica valentia patronal dos jornalistas da 'Globo'."

FONTE: escrito por Paulo Nogueira, no blog "Diário do Centro do Mundo". Transcrito no site "Patria Latina"  (http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e&cod=15762).

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