quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O SEGREDO DA IMPUNIDADE DO CORRUPTO EDUARDO CUNHA



Retrato do artista quando jovem: na presidência da Telerj


O segredo da impunidade de um corrupto como Eduardo Cunha


"Os mais puros, diante dos fatos acachapantes das últimas semanas, se perguntam: como alguém como Eduardo Cunha pode fazer uma carreira com tamanhas delinquências ao longo de tantos anos?

A resposta "é um retrato do Brasil".

Os americanos, na Guerra Fria, se referiam a ditadores que os apoiavam de uma maneira abjetamente pragmática.

São "os nossos ditadores".

Eles matavam, perseguiam, torturavam – e eram mantidos no poder pelos líderes do “Mundo Livre” porque eram seus ditadores.

E então.

Na visão da plutocracia, Eduardo Cunha é "um dos nossos corruptos".

Exatamente como Ricardo Teixeira, para ficar num caso. Teixeira cansou de roubar na CBF. Mas era amigo da "Globo", e portanto da plutocracia, e então teve vida fácil no Brasil.

Ninguém o aborrecia com coisas como honestidade.

Eduardo Cunha se iniciou com PC Farias, o tesoureiro de Collor. Com ele, aprenderia a arte de arrecadar – vital depois para patrocinar campanhas de políticos menos talentosos naquilo.

Depois, por indicação de PC Farias antes do fim da era Collor, foi ser presidente da Telerj.

Naquele posto, a parceria com os plutocratas ganharia músculos.

Cunha facilitou a vida da NEC, uma empresa de telefonia controlada pela "Globo".

Pronto. Deu o passo essencial para se tornar um intocável.



Ajudando a "Globo": assim se tornou intocável até chegarem os suíços

A "Globo" é uma espécie de mantenedora dos nossos corruptos. Se, como Ricardo Teixeira e Eduardo Cunha, você está protegido por ela, tem licença para fazer muita coisa.

Você não vai aparecer no noticiário. E protegidos da "Globo" costumam ser também protegidos da Justiça.

Conte quantos amigos da "Globo" foram apanhados na "Lava Jato". Aécio é um típico amigo da "Globo": veja quantas vezes ele foi cobrado pelas suas conhecidas estripulias.

É um golpe perfeito.

Ou quase.

O problema é quando entram em cena coisas fora do controle da plutocracia brasileira, e portanto da "Globo".

A polícia suíça, por exemplo.

Não fossem os suíços, correríamos o risco de ter Eduardo Cunha na presidência da república.

A plutocracia adoraria.

Desapareceria da mídia o noticiário obsessivo sobre corrupção, para começo de conversa, como ocorreu nos anos de ditadura militar.

E Eduardo Cunha comandaria uma agenda completamente a favor dos plutocratas.

Financiamento de campanha, que é a forma consagrada pela qual a plutocracia toma de assalto a democracia? Sim, sim, sim.

Regulação da mídia, que é como a sociedade se protege de abusos das grandes corporações jornalísticas? Não, não, não.

E assim seguiria o Brasil, o paraíso das iniquidades.

Mas apareceram os suíços, e a festa, para Eduardo Cunha, terminou em tragédia.

Não, no entanto, para os plutocratas que sempre dispensaram proteção.

Há muitos outros Eduardo Cunhas na política brasileira.

Aécio é um deles.

A plutocracia sabe que pode contar com Aécio.

Tem seus defeitos. Gosta muito da vida noturna, e é amigo de pessoas em cujo helicóptero pode aparecer meia tonelada de pasta de cocaína.

Mas tudo bem.

Na ótica dos donos do Brasil, é um dos nossos.

Como Eduardo Cunha."

FONTE: escrito pelo jornalista Paulo Nogueira, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises "Diário do Centro do Mundo"  (http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-segredo-da-impunidade-de-decadas-de-um-corrupto-como-eduardo-cunha-por-paulo-nogueira/).

Um comentário:

Perseu disse...

Olá, vejo que se interessa pelo assunto sobre Constituição Federal, então não deixe de ler esta matéria e criticá-la, pois a troca de conhecimento é sempre vantajosa. Obrigado pela atenção e boa leitura!
http://valdecyalves.blogspot.com.br/2015/10/a-constituicao-federal-completa-hoje.html