terça-feira, 3 de novembro de 2015

A SUPERCARGA DA MÍDIA COMO INSTRUMENTO DE GUERRA


A supercarga da mídia como instrumento de guerra

Por Walter Santos, publisher da Revista NORDESTE e do Portal WSCOM

"No Brasil da Constituinte Cidadã de 1988, a quem se deve os primeiros passos na reparação de direitos cidadãos, para os tempos modernos atuais, há que se atestar muitos avanços, embora a sociedade brasileira ainda precise resolver problemas antigos, que promovam a redução das desigualdades. Sendo assim, a mídia e sua inserção na vida brasileira precisam um dia se adequar à normatização comum em todos os setores da vida nacional. Na atualidade, ela exorbita sem nenhuma contestação nos excessos que promove ferindo princípios e honras ao bel prazer.

No bojo de todos os processos e segmentos vivos de lá para cá está o significado e papel dos veículos de comunicação no País, sobretudo, os mais tradicionais instalados no Centro Sul (Rio–São Paulo), responsáveis por momentos memoriais de nossa História.

O JOGO JOGADO

A propósito, mesmo se formos fazer um exame superficial sobre o papel da imprensa nas fases mais difíceis da nossa democracia, haveremos de atestar que, apesar do registro da importância da mídia, em especial na fase recente da redemocratização, parte desse universo sempre se apropriou de conchavos para se impor no mercado e na sociedade.

A Rede Globo, assim como seus diversos veículos, é um desses exemplos por ter exercido na fase da ditadura militar o embrião agigantado no decorrer dos tempos para se afirmar como um aliado da repressão, tirando proveito do conchavo e se expandir e se transformar em monopólio.

O PAPEL DA MÍDIA, HOJE

A grande mídia, assim denominada a partir dos grandes veículos de comunicação – vide Rede Globo, Band, Record, Veja, Istoé, Época, Estadão, Folha. O Globo etc -, tem prestado um desserviço imenso ao País na atualidade como um todo, ao se afastar do jornalismo em sua essência de prover as várias versões dos fatos para assumirem o papel dos partidos de oposição, em queda livre de reputação.

Desde quando alinhados com setores conservadores da sociedade à direita representando os interesses do capital externo em sintonia com setores do Judiciário, Ministério Público Federal, PF etc, os veículos abandonaram o livro exercício da informação para se consolidarem como o braço do retrocesso ideológico e dos riscos que tentam criar buscando a deposição do governo Dilma, legítimo e avalizado pela maioria dos brasileiros.

COMO É QUE FUNCIONA

Nos últimos tempos, os veículos e seus profissionais passaram a se prestar a ser protagonistas do atraso editorial, da cobertura disfarçada, tendenciosa, da práxis política ideológica contra o PT e seu maior líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem se aperceberem do grande fosso que passaram a construir dividindo o Brasil em tantos semeando a intolerância, o racismo e o fascismo – nesse último caso no maior dos preconceitos inaceitáveis para os tempos de hoje.

Basta um mínimo de censo crítico para atestar que as coberturas "forçam barra", visando criminalizar Lula e depor Dilma, incitando os movimentos populares organizados, embora seu filtro e pacto seja com a classe média para cima, na contrapartida ocultando e protegendo todos os demais partidos e, em especial, os políticos – líderes da oposição flagrados em desvios de dinheiro e de conduta, mas sem expô-los.

O QUE FAZER

Há que se registrar ainda o papel das redes sociais gradativamente desconstruindo no embate e enfrentamento, às vezes cego, a força hegemônica dos veículos tradicionais porque, não fossem os novos instrumentos de difusão da informação, o Brasil asfixiado pela força imensa da mídia já estaria em novo cenário de deposição política de um governo legítimo e que, mesmo vencendo as eleições de 2014, até agora não teve condições de governabilidade.

Haverá de existir um tempo, como fizeram todos os países, para que a mídia brasileira passe a conviver com a regulação de procedimentos econômicos para evitar tão só os monopólios e excessos de mercado na contra mão dos tempos atuais.

Isso, certamente, vai demorar muito, mas só expor o contraditório e as opiniões em desalinho com os retrocessos cometidos pela grande mídia já é um caminho para a busca de equidade, de redução das desigualdades."

FONTE: escrito por Walter Santos, publisher da Revista NORDESTE e do Portal WSCOM. Publicado no portal "Brasil 247"  (https://www.brasil247.com/pt/colunistas/waltersantos/203407/A-super-carga-da-m%C3%ADdia-como-instrumento-de-guerra.htm).

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