De Mirian cuidou FHC [ou melhor: a Globo e a Brasif]. Da irmã de Mirian, cuidou o prestimoso Serra [ou melhor, o dinheiro público do Senado](Foto: Paulo Pinto/Estadão) Conteúdo)
FHC, Miriam e a Brasif
Da revista "CartaCapital"
O extraordinário caso do ex-presidente FHC com a jornalista Miriam Dutra
"A jornalista Miriam Dutra, ex-amante de Fernando Henrique Cardoso, decidiu falar. Primeiro à "Brazil com Z", revista publicada na Espanha, onde mora. Depois para a "Folha de S.Paulo".
Miriam, para quem não se lembra, trabalhava na "Rede Globo", manteve uma longa relação com o ex-presidente e, quando engravidou, foi exilada pela emissora na Europa para não atrapalhar a reeleição do “príncipe”.
Sempre se suspeitou que Tomás fosse filho de FHC, mas um exame de DNA descartou essa hipótese. A jornalista desconfia do resultado do teste.
Essa é uma história conhecida. Mais interessantes são as novas informações prestadas pela ex-amante. Antes de engravidar de Tomás, conta, fez dois abortos, ambos patrocinados por FHC. E, em um momento de dificuldade financeira na Europa, recebeu apoio do ex-presidente por meio de uma operação sui generis.
Com base nos atuais parâmetros acusatórios do Ministério Público e da Polícia Federal, é possível afirmar que Miriam apresentou provas muito mais contundentes contra o tucano do que a força-tarefa da Lava Jato foi capaz de reunir até agora em relação ao triplex no Guarujá e ao sítio de Atibaia que não pertencem a Lula.
A jornalista exibe um contrato de prestação de serviços com a "Brasif", à época administradora dos free shops nos aeroportos brasileiros (em 2006, a empresa vendeu o negócio para a suíça "Dufry" por 500 milhões de dólares). Em tese, Miriam deveria produzir análises sobre o mercado de vendas a varejo a viajantes, mas afirma nunca ter pisado em um free shop. Recebia 3 mil dólares mensais sem trabalhar.
O extraordinário caso do ex-presidente FHC com a jornalista Miriam Dutra
"A jornalista Miriam Dutra, ex-amante de Fernando Henrique Cardoso, decidiu falar. Primeiro à "Brazil com Z", revista publicada na Espanha, onde mora. Depois para a "Folha de S.Paulo".
Miriam, para quem não se lembra, trabalhava na "Rede Globo", manteve uma longa relação com o ex-presidente e, quando engravidou, foi exilada pela emissora na Europa para não atrapalhar a reeleição do “príncipe”.
Sempre se suspeitou que Tomás fosse filho de FHC, mas um exame de DNA descartou essa hipótese. A jornalista desconfia do resultado do teste.
Essa é uma história conhecida. Mais interessantes são as novas informações prestadas pela ex-amante. Antes de engravidar de Tomás, conta, fez dois abortos, ambos patrocinados por FHC. E, em um momento de dificuldade financeira na Europa, recebeu apoio do ex-presidente por meio de uma operação sui generis.
Com base nos atuais parâmetros acusatórios do Ministério Público e da Polícia Federal, é possível afirmar que Miriam apresentou provas muito mais contundentes contra o tucano do que a força-tarefa da Lava Jato foi capaz de reunir até agora em relação ao triplex no Guarujá e ao sítio de Atibaia que não pertencem a Lula.
A jornalista exibe um contrato de prestação de serviços com a "Brasif", à época administradora dos free shops nos aeroportos brasileiros (em 2006, a empresa vendeu o negócio para a suíça "Dufry" por 500 milhões de dólares). Em tese, Miriam deveria produzir análises sobre o mercado de vendas a varejo a viajantes, mas afirma nunca ter pisado em um free shop. Recebia 3 mil dólares mensais sem trabalhar.
Antes de engravidar de Tomás, conta, fez dois abortos patrocinados por FHC
A ex-amante soube depois, por meio do próprio FHC, tratar-se de uma ajuda de custo. O ex-presidente repassou 100 mil dólares à "Brasif", que usou uma offshore nas Ilhas Cayman para transferir mensalmente o dinheiro à jornalista.
Resta entender por que o ex-presidente se valeu de uma empresa com contratos em aeroportos públicos e de uma triangulação em um paraíso fiscal para pagar a pensão. FHC admite manter dinheiro fora do País, mas nega a operação com a "Brasif".
Precisa se entender com o dono da empresa, Jonas Barcellos. Este confirmou à "Folha de S.Paulo" ter realizado uma transação a pedido do tucano, embora afirme não se lembrar dos detalhes. Pergunta da própria ex-amante: por que ninguém nunca investigou as contas do tucano no exterior?
Válida outra pergunta: como se deu que a irmã de Miriam fosse empregada no gabinete do senador José Serra, e o seja até hoje, sem nunca ter aparecido por lá? Essa ausência, entre outras coisas [uso indevido do dinheiro público], contraria uma regra do Senado: quem ali trabalha tem de bater ponto.
P.S.: FHC acaba de presentear a atual namorada [cerca de 50 anos mais jovem] com um apartamento em Higienópolis avaliado [declarado por ele] em 950 mil reais [os preços de mercado na região seriam muito mais elevados].
FONTE: da revista "CartaCapital". Publicado originalmente na edição 889 de CartaCapital, com o título "Estas sim, são provas" (http://www.cartacapital.com.br/revista/889/estas-sim-sao-provas). [Título, legenda da imagem e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].
COMPLEMENTAÇÃO:
FHC FEZ O BNDES FINANCIAR A GLOBO PARA PAGAR O FAVOR DO EXÍLIO DA AMANTE
Entrevista ao "Diário do Centro do Mundo" -DCM:
Mirian Dutra confirma que Globo foi representada no almoço em que ela foi convencida a não voltar ao Brasil — antes da reeleição de FHC
Miriam Dutra acima, em 1991, no "Jornal Nacional", antes da gravidez; depois, em Portugal. As aparições rarearam, até ela sumir completamente do vídeo, apesar de, por quase duas décadas, ganhar US$ 7.000 [equivalente a R$ 30.800] até a saída de FHC. Depois, a Globo reduziu seu salário-cala-a-boca para US$ 4.000 (equivalente a R$ 18 mil mensais), o que a fez precisar do favor de FHC via Brasif/paraíso fiscal
"Quase 30 anos depois, eis que uma nova Mirian adentra a vida política nacional com histórias sobre relações perigosas, filhos fora do script e abortos clandestinos. Na campanha de 1989, Miriam Cordeiro foi usada e se deixou usar covardemente por Fernando Collor contra seu adversário do segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva. No desastre político e econômico de 2016, chega da Europa a voz de Mirian Dutra, dando de bandeja para o PT de Lula munição contra Fernando Henrique Cardoso". Eliane Cantanhede, no Estadão
Da Redação do site "Viomundo"
Por Joaquim de Carvalho, no "Diário do Centro do Mundo" (ler íntegra aqui)
“Me manter longe do Brasil era um grande negócio para a Globo”, diz. “Minha imagem na TV era propaganda subliminar contra Fernando Henrique e isso prejudicaria o projeto da reeleição.”
Mas o que a empresa ganhou com isso?
“BNDES”.
Como assim?
“Financiamentos a juro baixo, e não foram poucos”.
Mirian afirma que a demissão da TV Globo, em setembro do ano passado, foi o que a levou a decidir fazer um relato da sua vida.
Foi um episódio que ela considera cruel. Depois de 25 anos de Globo, entre afiliada em Santa Catarina e Brasília, recebeu um e-mail de José Mariano Boni de Mathis, diretor executivo da Central Globo de Jornalismo. Curto e seco, ele informou: "seu contrato não será renovado".
“A partir daí, eu não era mais a "Mirian da TV Globo" e me senti livre para fazer o que sempre quis, mas não podia: desenterrar os ossos e enterrar de novo, era como publicar um diário. Mas vi que esse cadáver incomoda muita gente, e a repercussão foi maior do que eu imaginava. Agora, eu tenho que ler até o artigo de uma jornalista que me conhece e sabe bem dessa história, a Eliane Cantanhede, que me compara ao caso da Luriam, Miriam Cordeiro. Esse pessoal perde a compostura quando é para defender seus amigos. Absurdo.”
No almoço com Luís Eduardo Magalhães, havia uma quarta pessoa, cujo nome prefere não revelar no momento. Era representante da TV Globo. Na quinta-feira passada, quando a Folha de S. Paulo publicou entrevista de Mirian, ela recebeu um telefonema de Mariano Boni (diretor-executivo da Central Globo de Jornalismo).
“Ele queria saber quem era o representante da TV Globo no almoço em Brasília. Sabe o que respondi para ele? Você acha que eu vou contar para você? Acho que o microfone estava aberto e, se eu conheço a Globo, o Ali Kamel (diretor de jornalismo) estava ouvindo a conversa. O Boni disse: mas a Globo sempre foi muito correta com você. Disse que ele era cínico e falei outras coisas pesadas. Fui bem malcriada, e desliguei o telefone. A secretária do Boni me ligou várias vezes, e eu não atendi.”
O telefonema em que ela conversou com Boni foi por volta das 14 horas, no horário de Madri, onde hoje ela mora, 11 horas no fuso brasileiro. Duas horas depois, o "Jornal Hoje" repercutiu a entrevista de Mirian à "Folha' e o apresentador Evaristo lê uma nota da emissora, em que a direção afirma:
“Durante os anos em que colaborou com a TV Globo, Miriam Dutra sempre cumpriu suas tarefas com competência e profissionalismo.”
Mirian faz uma ironia com a declaração: “Quando vi, pensei que eu tivesse morrido. Elogio assim só em obituário. Mas sei qual é a intenção deles: me calar com elogio fácil.”
E qual a relação do seu exílio com o projeto de poder representado pela emenda da reeleição?
“Mostra o jogo pesado que foi a continuidade do governo de Fernando Henrique Cardoso. Só olhar para o que aconteceu no segundo governo: as privatizações mais selvagens. Não poderia dar errado, a Mirian não poderia atrapalhar os grandes negócios. Está na hora de quebrar a blindagem desse pessoal. Mas onde estão os jornalistas, que não investigam?”
PS do Viomundo [Luiz Carlos Azenha] : Com um rádio na mão, Mariano Boni correu atrás de mim pela redação da Globo de São Paulo para me convencer de que deveria assinar um abaixo-assinado dizendo que a cobertura da Globo nas eleições presidenciais de 2006 tinha sido equilibrada; eu me neguei e logo depois pedi rompimento de meu contrato com a empresa."
FONTE da complementação: do site "Viomundo" (http://www.viomundo.com.br/denuncias/entrevista-ao-dcm-mirian-dutra-confirma-que-globo-foi-representada-no-almoco-em-que-ela-foi-convencida-a-nao-voltar-ao-brasil-antes-da-reeleicao-de-fhc.html). [Legenda modificada por este blog 'democracia&política'].
Mirian Dutra confirma que Globo foi representada no almoço em que ela foi convencida a não voltar ao Brasil — antes da reeleição de FHC
Miriam Dutra acima, em 1991, no "Jornal Nacional", antes da gravidez; depois, em Portugal. As aparições rarearam, até ela sumir completamente do vídeo, apesar de, por quase duas décadas, ganhar US$ 7.000 [equivalente a R$ 30.800] até a saída de FHC. Depois, a Globo reduziu seu salário-cala-a-boca para US$ 4.000 (equivalente a R$ 18 mil mensais), o que a fez precisar do favor de FHC via Brasif/paraíso fiscal
"Quase 30 anos depois, eis que uma nova Mirian adentra a vida política nacional com histórias sobre relações perigosas, filhos fora do script e abortos clandestinos. Na campanha de 1989, Miriam Cordeiro foi usada e se deixou usar covardemente por Fernando Collor contra seu adversário do segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva. No desastre político e econômico de 2016, chega da Europa a voz de Mirian Dutra, dando de bandeja para o PT de Lula munição contra Fernando Henrique Cardoso". Eliane Cantanhede, no Estadão
Da Redação do site "Viomundo"
Por Joaquim de Carvalho, no "Diário do Centro do Mundo" (ler íntegra aqui)
“Me manter longe do Brasil era um grande negócio para a Globo”, diz. “Minha imagem na TV era propaganda subliminar contra Fernando Henrique e isso prejudicaria o projeto da reeleição.”
Mas o que a empresa ganhou com isso?
“BNDES”.
Como assim?
“Financiamentos a juro baixo, e não foram poucos”.
Mirian afirma que a demissão da TV Globo, em setembro do ano passado, foi o que a levou a decidir fazer um relato da sua vida.
Foi um episódio que ela considera cruel. Depois de 25 anos de Globo, entre afiliada em Santa Catarina e Brasília, recebeu um e-mail de José Mariano Boni de Mathis, diretor executivo da Central Globo de Jornalismo. Curto e seco, ele informou: "seu contrato não será renovado".
“A partir daí, eu não era mais a "Mirian da TV Globo" e me senti livre para fazer o que sempre quis, mas não podia: desenterrar os ossos e enterrar de novo, era como publicar um diário. Mas vi que esse cadáver incomoda muita gente, e a repercussão foi maior do que eu imaginava. Agora, eu tenho que ler até o artigo de uma jornalista que me conhece e sabe bem dessa história, a Eliane Cantanhede, que me compara ao caso da Luriam, Miriam Cordeiro. Esse pessoal perde a compostura quando é para defender seus amigos. Absurdo.”
No almoço com Luís Eduardo Magalhães, havia uma quarta pessoa, cujo nome prefere não revelar no momento. Era representante da TV Globo. Na quinta-feira passada, quando a Folha de S. Paulo publicou entrevista de Mirian, ela recebeu um telefonema de Mariano Boni (diretor-executivo da Central Globo de Jornalismo).
“Ele queria saber quem era o representante da TV Globo no almoço em Brasília. Sabe o que respondi para ele? Você acha que eu vou contar para você? Acho que o microfone estava aberto e, se eu conheço a Globo, o Ali Kamel (diretor de jornalismo) estava ouvindo a conversa. O Boni disse: mas a Globo sempre foi muito correta com você. Disse que ele era cínico e falei outras coisas pesadas. Fui bem malcriada, e desliguei o telefone. A secretária do Boni me ligou várias vezes, e eu não atendi.”
O telefonema em que ela conversou com Boni foi por volta das 14 horas, no horário de Madri, onde hoje ela mora, 11 horas no fuso brasileiro. Duas horas depois, o "Jornal Hoje" repercutiu a entrevista de Mirian à "Folha' e o apresentador Evaristo lê uma nota da emissora, em que a direção afirma:
“Durante os anos em que colaborou com a TV Globo, Miriam Dutra sempre cumpriu suas tarefas com competência e profissionalismo.”
Mirian faz uma ironia com a declaração: “Quando vi, pensei que eu tivesse morrido. Elogio assim só em obituário. Mas sei qual é a intenção deles: me calar com elogio fácil.”
E qual a relação do seu exílio com o projeto de poder representado pela emenda da reeleição?
“Mostra o jogo pesado que foi a continuidade do governo de Fernando Henrique Cardoso. Só olhar para o que aconteceu no segundo governo: as privatizações mais selvagens. Não poderia dar errado, a Mirian não poderia atrapalhar os grandes negócios. Está na hora de quebrar a blindagem desse pessoal. Mas onde estão os jornalistas, que não investigam?”
PS do Viomundo [Luiz Carlos Azenha] : Com um rádio na mão, Mariano Boni correu atrás de mim pela redação da Globo de São Paulo para me convencer de que deveria assinar um abaixo-assinado dizendo que a cobertura da Globo nas eleições presidenciais de 2006 tinha sido equilibrada; eu me neguei e logo depois pedi rompimento de meu contrato com a empresa."
FONTE da complementação: do site "Viomundo" (http://www.viomundo.com.br/denuncias/entrevista-ao-dcm-mirian-dutra-confirma-que-globo-foi-representada-no-almoco-em-que-ela-foi-convencida-a-nao-voltar-ao-brasil-antes-da-reeleicao-de-fhc.html). [Legenda modificada por este blog 'democracia&política'].
Nenhum comentário:
Postar um comentário