terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

MEGANHAS DA LAVA-JATO - BANDITISMO? GOLPISMO?




O estranho Procurador Carlos Fernando Lima, símbolo do golpismo messiânico

Meganhas da Lava Jato tentam emplacar narrativa golpista 

Por Miguel do Rosário 

"Carlos Fernando, um dos porta-vozes da Lava Jato, é o símbolo do golpismo messiânico que tomou conta da operação. Foi ele que falou em "refundar a República".


Ele quer transformar a Lava Jato numa operação que fará uma devassa em tudo, paralisando todas as atividades econômicas do país, criminalizando seletivamente alguns partidos.

Nesta entrevista, ele externa a sua visão de mundo autoritária, que expressa a narrativa que os meganhas de Curitiba e mídia querem impor à força à opinião pública, desde já intimidando juízes:

"Creio que hoje ninguém mais põe em questionamento a existência de um grande esquema de compra de apoio político-partidário através do loteamento de cargos públicos importantes para que os partidos da base pudessem 'fazer' dinheiro para suas campanhas", diz ele.

A tese é esperta, a mesma do mensalão, porque criminaliza a política. É um ataque maquiavélico ao presidencialismo de coalizão. Afinal, o apoio político é, de fato, obtido pela distribuição de poder aos partidos aliados. É assim no mundo inteiro. Se os partidos usam esses cargos para obtenção de recursos para campanha, isso tem de ser combatido caso a caso, e não através do estabelecimento de uma narrativa satânica, cuidadosamente armada para que atinja apenas um lado da luta política.

Os meganhas da Lava Jato, ao criminalizarem até mesmo o Caixa 1 das campanhas, e só das campanhas da base aliada, tentam dar um cheque-mate puramente golpista, pois se todos os partidos precisavam de dinheiro de campanha e esse dinheiro tem de ser obtido junto às grandes empresas, qual o sentido em criminalizar apenas um espectro partidário?

Teríamos que fechar todos os partidos! Em caso contrário, a operação estaria confessando ser uma operação partidária proto-fascista, que visa eliminar apenas um lado do espectro político.

Isso é banditismo! E particularmente atroz porque usando o aparelho do Estado para isso. Ou seja, um banditismo pago com dinheiro público!

O PP, por acaso, um dos partidos mais envolvidos na Lava Jato, teria algum interesse na manutenção eterna do PT no poder?

Não, evidentemente!

Até porque o PP tem mais alianças com o PSDB e com a oposição em geral, nas eleições estaduais e municipais, do que com o PT.

A mesma coisa vale para o PMDB.

As empreiteiras teriam algum interesse em manter o PT eternamente no poder?

Então por que doaram ainda mais dinheiro ao PSDB?

Por todos os lados que se analisa, a tese de Carlos Fernando é delirante e oportunista. Serve apenas como ponta-de-lança do golpe, para subsidiar a narrativa de uma mídia desesperada por uma mudança de poder que lhe permita ter uma sobrevida.

Na entrevista, Carlos Fernando volta a atacar os esforços do governo para preservar empresas que empregam dezenas de milhares de pessoas, mais centenas de milhares de empregos indiretos.

É incrível a obsessão dos meganhas da Lava Jato por aprofundar ainda mais uma crise, da qual eles são responsáveis em boa parte. Com a desculpa de fazer uma "devassa moral" no país, pratica-se uma verdadeira sabotagem. Afinal, é evidente que todas as empresas, privadas ou públicas, têm algum tipo de problema, mas tudo isso deve ser combatido com moderação, inteligência, visando o bem social, e não a destruição econômica.

Procuradores recebem salários de marajá para protegerem a sociedade, e não puni-la com seus delírios de grandeza. Sim, porque eles continuarão recebendo seus [altíssimos] salários, mas e o resto do país, como fará para patrocinar suas empreitadas apocalípticas?

Não serão os ricos, que têm contas no exterior, e sim a classe trabalhadora, como sempre, as principais vítimas desse messianismo oportunista e delinquente.

Abaixo, para registro histórico, a entrevista de Carlos Fernando:

No Brasil 247.

PROCURADOR: 'LAVA JATO ATINGIU SUA MATURIDADE'

"Um dos principais integrantes da força-tarefa da Lava Jato, o procurador Carlos Fernando Lima avalia que, com quase dois anos de vida, a operação atingiu sua maturidade. No entanto, ele antecipa que novas fases virão pela frente; "Há muito que fazer ainda na área investigativa. Novas estatais virão. Novos bancos virão. Fundos de pensão virão", afirma. Lima também desconsiderou as críticas de advogados, que apontam supressão de direitos na Lava Jato; "Quantos às críticas, penso que ataques genéricos, sem a coragem de nominar pessoas ou apontar fatos concretos, somente desqualifica o manifesto. Mas, é claro, o choro é livre em nosso país"

Do "Paraná 247"

Em entrevista aos jornalistas Ricardo Brandt e Fausto Macedo, o procurador Carlos Fernando Lima avalia que a Lava Jato atingiu seu ponto de maturidade, mas também antecipa futuras fases da operação.

"Vamos dizer que a Lava Jato alcançou sua maturidade. Significa que há muito a se fazer. Creio que hoje ninguém mais põe em questionamento a existência de um grande esquema de compra de apoio político partidário através do loteamento de cargos públicos importantes para que os partidos da base pudessem 'fazer' dinheiro para suas campanhas", diz ele.

Sobre o futuro, ele aponta como focos estatais, bancos e fundos de pensão. "Há muito que fazer ainda na área investigativa. Novas estatais virão. Novos bancos virão. Fundos de pensão virão. É claro que enfrentaremos dificuldades, especialmente aquelas criadas pelo próprio Governo, como no caso da lei de repatriamento e na MP 703, que alterou a Lei Anticorrupção, tornando-a uma lei criminógena, uma lei que incentiva a prática corrupta, pois permite que aqueles que sejam pegos possam escapar pelo simples pagamento de multas."

Lima também respondeu a um manifesto de advogados, que apontou abusos e supressão de direitos na condução da operação. "Vivemos num país de excesso de recursos, infindáveis habeas corpus, embargos de embargos de embargos etc… Nosso país tem a fama da impunidade, e é ela merecida. Mesmo assim, ainda há possibilidade de se fazer um bom trabalho. As críticas soam familiares, pois são repetições do que aconteceu durante o mensalão. Os números absolutos de habeas corpus e recursos na Lava Jato mostram que há, em verdade, um abuso do uso desses recursos em nosso país, e o Ministério Público tem proposto, dentre outras medidas contra a corrupção, uma racionalização desse sistema", afirma. "Quantos às críticas, penso que ataques genéricos, sem a coragem de nominar pessoas ou apontar fatos concretos, somente desqualifica o manifesto. Mas, é claro, o choro é livre em nosso país."

FONTE: escrito por Miguel do Rosário em seu blog "Tijolaço" (http://www.ocafezinho.com/2016/02/13/meganhas-da-lava-jato-tentam-emplacar-narrativa-golpista/).

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