O site “Terra Magazine” ontem (20/06) postou uma entrevista com Pablo Calvi, de Nova York, sobre o interessante tema de sabermos qual dos dois candidatos à presidência dos EUA seria melhor para os interesses latino-americanos caso eleito.
Este blog gosta de saber um pouco mais sobre os autores, ou sobre os entrevistados, nos textos que postamos. Assim, obtivemos no blog do próprio entrevistado por Terra Magazine, Pablo Calvi, os seguintes dados:
“I am a Master Teacher in the General Studies Program and an adjunct assistant professor at the Center for Latin American and Caribbean Studies at New York University. I am also a professor of political science at the Instituto de Ciencias Sociales of the Universidad Diego Portales [Santiago-Chile] (I am also in the Observatorio Internacional Asia Sudamérica).
Before I obtained my Ph.D. (May 2003), I was a graduate student in the Department of Politics at New York University, in New York City. Previously (April 1995-August 1997), I was Assistant Director of Student Development Services at the University of Illinois at Chicago. In 1992, I graduated from the University of Illinois at Chicago with a B.A. in Political Science and Sociology. In 1994, I obtained a Master of Arts in Political Science at the University of Chicago.”
Vejamos o texto de Terra Magazine:
“Não são muitas as diferenças, porém, com certeza, elas se fazem notar. Embora historicamente republicanos e democratas sempre tenham mantido uma linha de relativa coerência em temas de política externa, há claros indícios de que a América Latina terá um melhor aliado na Casa Branca caso seja Barack Obama quem, afinal, chegar à presidência dos Estados Unidos em novembro.
"As diferenças conceituais não são muitas, mas possuem uma ênfase importante", explica, durante entrevista exclusiva com Terra Magazine, o analista político e professor da Universidade de Nova York, Patrício Navia, também professor de Ciência Política da Universidade Diego Portales, no Chile.
"O primeiro ponto em que aparecem estes matizes entre Obama e (o candidato republicano John) McCain em relação à América Latina está em suas opiniões a respeito de Cuba e da Colômbia".
Com Cuba, diz Navia, McCain tende a manter firme o embargo, uma posição que Obama talvez pudesse reconsiderar. "Em relação à Colômbia, os republicanos são os que levantam a bandeira do livre comércio e da luta contra a guerrilha, enquanto os democratas abrem mais pontos de conciliação com os setores populares, especialmente com os sindicatos".
Claro, ambos candidatos possuem um propósito em comum: a intenção de trabalhar naquilo que ambos partidos denominam "consolidação democrática" da região. "Dentro desse esquema, após o governo de George W. Bush os Estados Unidos devem se dar bem com seus vizinhos outra vez", explica o politólogo. "E desde já os dois partidos já dão sinais de que trabalharão para controlar e erradicar as quadrilhas vinculadas com o narcotráfico, mas também as redes que se estendem desde a América Central até o sul e o nordeste dos Estados Unidos".
Quem será o novo membro permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas é uma das questões de mais peso na região a ser definida nos próximos anos. E o apoio do futuro presidente norte-americano é crucial para o tema. "McCain disse há alguns meses que apoiaria a candidatura do Brasil na ONU e no G8, porém, disse isso sem saber que o México também está sumamente interessado ao posto de membro permanente, que representa uma clara posição de liderança na região", explica Navia. "O acesso à ONU é um tema bem espinhoso, com dois aliados fortes dos Estados Unidos competindo pelo mesmo lugar. Por isso, McCain não tornou a reiterar seu apoio ao Brasil. No entanto, eu acredito que se conseguir eleger-se presidente, McCain vai primeiro tratar de firmar um acordo migratório com o México, e apesar do que disse, vai acabar favorecendo seu vizinho para que aumente sua importância na ONU".
A respeito das relações com a região andina, Navia sugere que se Obama ganhar será ampliada a cooperação além dos planos contra o narcotráfico. "Hoje, todos falam de planos como o Marshall ou a Aliança para o Progresso destinados especificamente aos países andinos. Contudo, o que Obama vai tentar aprofundar são sobretudo as políticas de livre comércio", acrescenta.
Quase morto e enterrado, o NAFTA certamente passará ao ostracismo, não importa quem ganhe as eleições. "O único acordo de livre comércio que será posto em vigência é o que foi firmado com a Colômbia, para fevereiro ou março do ano que vem", explica Navia. "Mas somente porque já está em curso".
Segundo o acadêmico, o Congresso certamente contará com uma clara maioria democrata, o que lhe permitirá avançar numa série de medidas protecionistas contra a China. Ainda que para continuar mostrando seu compromisso com as políticas de mercado, haverá muito apoio ao acordo de livre comércio com a Colômbia.
Entre os dois cenários, assegura o acadêmico, um triunfo de Obama abriria melhores possibilidades para as relações internacionais a nível mundial. "A vitória de Obama geraria um sentimento positivo em relação aos Estados Unidos em todo o mundo. Um plus democrático e um voto de boa vontade para com o primeiro presidente negro do país, o que abrandaria o sentimento anti-americano no mundo, despertando um maior compromisso com as políticas de paz", vaticina Navia.
"Acho que na região, o Brasil teria uma conexão particularmente forte com Obama, principalmente por causa do compromisso que Lula e também Obama assumiram de contribuir ao desenvolvimento da África".
O cenário mais contraproducente para a região seria a vitória do candidato republicano. John McCain ainda não deu sinais claros do que fará a respeito da guerra no Iraque. "A guerra faz mal à economia", analisa Navia. "Gera incerteza, e a incerteza não apenas prejudicará as importações de produtos da América Latina, mas também reduzirá as remessas de imigrantes dos Estados Unidos para os países mais pobres da região".
Além disso, arescenta o analista, a menor responsabilidade fiscal dos republicanos teria um impacto forte na economia interna. "E por uma questão de proximidade, se McCain ganhar, o México sofreria as conseqüências. Pois a política interna dos Estados Unidos sempre traz à reboque efeitos sobre o vizinho do sul".
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