FOLHA DE SÃO PAULO É ATACADA COM O PRÓPRIO VENENO
Pelo texto de Plínio Fraga publicado hoje pelo jornal Folha de São Paulo, constata-se que o jornal experimentou o próprio veneno.
Notoriamente, o jornal é tucano-pefelento ardoroso. Agora, enfrenta uma representação do Ministério Público Eleitoral, movido por aparente interesse também tucano-pefelento...
Esse ministério não achou errado, não julgou ser propaganda antecipada, o jornal entrevistar pré-candidatos a prefeito integrantes do PSDB, do DEM e de partidos menores que têm sido auxiliares dos tucano-pefelentos, como o PPS e o PV. Porém, quando a entrevistada foi Marta Suplicy, do PT, veio logo a ação da promotoria eleitoral contra a Folha.
A Folha deve ter se surpreendido com esse “fogo amigo”. Problemas dentro da própria oposição...
Vejamos o texto da Folha:
“A PROMOTORIA ESTÁ CONTRA VOCÊ”
“A absurda, injustificada e temerária tentativa de censura do Ministério Público Eleitoral a esta Folha -ao propor representação contra o jornal por ter publicado entrevista com um dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, entendendo que nela havia propaganda antecipada- expõe uma toada autoritária.
Com um discurso supostamente moralizador, normatizador e igualitarista, setores que atuam na Justiça eleitoral estão vilipendiando valores democráticos que o país construiu a partir da queda da ditadura militar. É difícil crer que ajam irrefletida ou inocentemente.
A prosperar a ação da promotoria eleitoral contra a Folha, o seu direito de informação, leitor, será cerceado. Caberia à idiossincrasia de promotores e juízes eleitorais decidir a extensão das informações que você, leitor, receberá para corretamente avaliar candidaturas, propostas, projetos, políticas públicas. Em outras palavras, é a censura das priscas eras.
A quem interessa essa ação restritiva? A entrevista questionada pela promotoria era com a petista Marta Suplicy e saiu em 4 de junho. Em 10 de maio, a Folha havia publicado entrevista com o tucano Geraldo Alckmin, que falava abertamente de sua pré-candidatura à prefeitura. Em 15 de março, havia sido a vez de Soninha Francine, pré-candidata do PPS. Hoje, é a de Gilberto Kassab (DEM). Recentemente, foram publicadas entrevistas com pré-candidatos a prefeito do Rio, como Marcelo Crivella (PRB) e Fernando Gabeira (PV), só para citar mais alguns.
Os promotores não acharam que nenhuma dessas entrevistas era propaganda antecipada? E não podiam achar mesmo, pois não eram. O jornal cumpria seu papel no debate de idéias políticas, com a pluralidade que o sistema democrático requer e o bom jornalismo exige.”
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