O site “Direto da Redação” postou ontem (26/06) um bom artigo de John Hemingway escrito no Canadá, Montreal, sobre a impunidade quanto aos crimes de homicídio cometidos pelas autoridades máximas do governo dos Estados Unidos.
John Hemingway é escritor, tradutor e historiador formado pela Universidade da Califórnia (UCLA). É neto do famoso escritor Ernest Hemingway.
Transcrevo parte do referido artigo. A parte omitida trata do episódio de Watergate em 1973, que resultou na renúncia de Nixon, que o autor julga que recebeu, pelo menos, alguma punição:
“ANTES E AGORA”
(...) “Na semana passada, o Comitê das Forças Armadas do Senado ouviu o depoimento de um militar sobre tortura de prisioneiros de guerra. Um dos mais duros comentários que surgiram a partir da audiência veio do Major-General aposentado Antonio Taguba.
Taguba foi designado pelo Pentágono para investigar os escândalos de torturas em Abu Ghraib e Guantânamo, e ele está mais convencido do que nunca de que graves violações dos direitos humanos foram cometidas pelo governo dos Estados Unidos.
Com base em um relatório elaborado pelo grupo Médicos para os Direitos Humanos, Taguba afirmou: "Depois de anos de descobertas pelas investigações do governo, pelos meios de comunicação social e relatórios de organizações dos direitos humanos, já não há qualquer dúvida quanto aos crimes de guerra cometidos pelo atual governo. A única pergunta que permanece sem resposta é se quem ordenou o uso da tortura, será responsabilizado por isso”.
Agora, trata-se de um homem que foi um militar de carreira e alguém que ainda estaria servindo ao Exército se não tivesse sido forçado a se aposentar, porque ele disse a verdade, em 2004. Sua afirmação é o mesmo exemplo de grandeza moral que orientou os congressistas em 1973, e se os politicos atuais da América fossem remotamente como os dos anos setenta, com certeza Bush e seus asseclas seriam expulsos da Casa Branca.
Não só isso, cometer crimes de guerra é uma ofensa federal por causa de tratados internacionais contra a tortura assinados pelos EUA. Assim, além de ver Bush e Cheney expulsos de seus cargos, também teríamos o prazer de vê-los julgados por homicídio. Muitos homens morreram nas prisões clandestinas dos neoconservadores e, no passado, quando alguém cometia um assassinato nos Estados Unidos pagava seu crime com a própria vida.
Mas não é mais assim. A América tornou-se uma nação que perdoa, pelo menos no que diz respeito aos poderosos.
Ninguém jamais mandará Bush ou Rumsfeld ou Cheney para a prisão. Eles são a lei, não estão somente acima dela. Eles representam o sistema na sua totalidade, Democratas incluídos.”
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