quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A HORA DE DECISÃO, NO GRAMPO

O blog do jornalista Luis Nassif postou o seguinte texto de Daniel A. Penna, publicado no jornal O Globo de ontem:

INVESTIGAÇÃO DE GRAMPO PODE FICAR INCONCLUSIVA PERÍCIA INDICA QUE ESCUTA NO SENADO NÃO PARTIU DE TELEFÔNICAS

“Perícias feitas pela PF indicam que a escuta clandestina nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, não partiram das centrais da Brasil Telecom e da Vivo, empresas que mantêm as redes de telefonia fixa e móvel da Corte.

Laudo anterior já descartara a possibilidade de grampo a partir de equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo um investigador, as hipóteses de grampo estão cada vez mais restritas.

O Instituto Nacional de Criminalística (INC) está analisando as maletas de grampo da PF. Mas a perícia é mera formalidade. O diretor de Inteligência da PF, Daniel Lorenz, disse em depoimento à CPI dos Grampos, semana passada, que os equipamentos nunca foram usados pelo delegado Protógenes Queiroz, chefe da Operação Satiagraha.

O MP Federal e a PF ainda investigam a possibilidade de o suposto grampo ter sido feito na central de telefonia do Senado. Mas a perícia realizada pela PF nos equipamentos da Casa também não foram conclusivas. Com o resultado dessas análises, a cúpula da PF já admite a possibilidade de o inquérito acabar sem apontar autoria ou mesmo a existência das escutas”.

COMENTÁRIO DE LUIS NASSIF

“É hora de se seguir o exemplo americano e intimar a revista Veja a apresentar as provas de que supostamente dispõe. Trata-se de um caso que provocou crise entre os poderes. Na última edição da revista, houve o mise-en-scène do repórter perguntar ao relator da CPI dos Grampos, delegado Marcelo Itagyba, se conseguiriam chegar aos culpados. Um jogo de cena ampla já que, se o grampo não fosse uma armação, as provas estariam com a própria revista.

O assessor do STF informou, aqui no Blog, que toda a reação do Ministro Gilmar Mendes foi motivada pelas informações da imprensa.

Ou seja, ele não dispõe de nenhum elemento, fora da cobertura da Veja, para afirmar que houve grampo.

Espera-se que os poderes públicos - Polícia Federal, MInistério Público Federal e Advocacia Geral da União - não se humilhem, deixando de cumprir com seu dever. Seria uma lastimável demonstração de fraqueza não avançar o inquérito nessa direção”.

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