A CHINA, O JAPÃO E A ÍNDIA DESAFIAM A LIDERANÇA ESPACIAL AMERICANA. POR QUE A CORRIDA ESPACIAL RECOMEÇOU, 40 ANOS DEPOIS DA MISSÃO APOLLO 11
NAS ALTURAS
"Astronautas chineses em treinamento e o foguete que os levou ao espaço no ano passado. O principal objetivo do programa chinês é mostrar que o país é uma superpotência
Quando os astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin saltaram da nave Apollo 11 para se tornar os primeiros seres humanos a pisar na Lua, no dia 20 de julho de 1969, milhões de pessoas acompanharam a cena pela televisão. Era um dos momentos mais épicos da história humana.
Chegar à Lua, caminhar sobre sua superfície, representava a vitória da tecnologia sobre a superstição, do homem sobre seus medos. Era a prova cabal de que qualquer sonho era realizável.
Sobre aquele primeiro passo, desengonçado, na superfície da Lua, Armstrong, comandante da missão, disse ser um pequeno passo para ele, um enorme avanço para a humanidade. Parecia mesmo o início de uma era de conquistas que superava as expansões históricas de qualquer outro grande império. Em pouco tempo, a humanidade teria uma base lunar fixa e espaçovias que transformariam as viagens à Lua tão triviais como um voo entre o Brasil e a Europa. Pisaríamos em Marte, Júpiter e Plutão (na época, ainda considerado um planeta) e até poderíamos encontrar vida extraterrestre em planetas fora do Sistema Solar. No auge de todo aquele ufanismo, pouca gente se atreveria a dizer que 40 anos depois teríamos passado mais de três décadas sem nenhuma viagem tripulada à Lua. O que deu errado? E, talvez mais importante: por que aqueles projetos grandiosos estão sendo ressuscitados agora?
A aventura humana na Lua durou apenas três anos. No total, foram 11 voos tripulados, dos quais seis aterrissaram na superfície lunar, num local conhecido como Mar da Serenidade. Até dezembro de 1972, quando a Apollo 17 levou os últimos astronautas para a Lua, 24 homens foram até lá, e 12 pisaram nela. Foram 300 horas em sua superfície – 80 horas trabalhando fora do módulo lunar.
Tudo isso foi feito quando os computadores das naves eram piores do que o processador de nosso celular.
O que explica a ânsia de conquistar o satélite era uma disputa bem terrena: os Estados Unidos precisavam provar, para si próprios e para o mundo, que não ficavam atrás da União Soviética comunista em nenhum campo. E os soviéticos provocaram. Eles haviam lançado o primeiro satélite artificial, o Sputnik 1, em outubro de 1957, e logo depois mandaram ao espaço a cadela Laika, primeiro ser vivo a ultrapassar os limites da atmosfera. Quando, em 12 de abril de 1961, Yuri Gagarin entrou em órbita ao redor da Terra, o presidente americano, John Kennedy, reagiu.
Em 25 de maio, prometeu que seu país levaria um homem à Lua até o final da década. Não saiu barato. Os americanos desembolsaram uma fortuna calculada em US$ 19,5 bilhões. A Nasa, a agência espacial americana, comia mais de 4% do Orçamento total dos Estados Unidos."
FONTE: reportagem de Bruno Ferrari e Marcela Buscato, da revista “Época” desta semana.
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