sexta-feira, 10 de junho de 2011

BRASIL, CASO ÚNICO DE POTÊNCIA AGRÍCOLA, AMBIENTAL E ENERGÉTICA?


“O Brasil poderá ser o único país do mundo a se tornar, ao mesmo tempo, potência agrícola, ambiental e energética. É o que previu na quarta-feira (8) o diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Maurício Lopes.

Em audiência pública sobre o tema "Economia verde: serviços ambientais", ele ressaltou, contudo, a necessidade de o país adotar marco legal que o ajude a construir uma "economia do conhecimento natural".

É preciso que o país construa arcabouço legal da economia verde, quadro regulatório que facilite o fluxo de investimentos em inovação. Temos tudo na mão, uma base de recursos naturais fantástica, e precisamos construir no Brasil inteligência estratégica a respeito do tema”, afirmou Lopes.

A audiência foi promovida pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) e pela Subcomissão Temporária de Acompanhamento da Conferência Rio+20, a ser realizada em 2012 pela Organização das Nações Unidas (ONU), no Rio de Janeiro.

O diretor da EMBRAPA considerou "prudente" acompanhar com grande atenção os investimentos realizados na economia verde por países como Coreia do Sul —onde morou por dois anos— e a China. Diante desses dois países, que, como observou, não contam com tantos recursos naturais, o Brasil "ainda não acordou para a revolução emergente" que representa a economia verde.

Segundo o diretor do Departamento de Gestão Estratégica do Ministério do Meio Ambiente, Volney Zanardi, é necessário construir novo marco legal para o setor. Ele citou, como exemplos de necessidade desse marco legal, a regulamentação dos serviços ambientais, prevista em projeto que está em tramitação na Câmara dos Deputados, e o acesso a recursos genéticos, ainda hoje regulamentado por uma medida provisória editada pela primeira vez em 2000.

A diretora-executiva da organização não governamental “Fase Nacional”, Letícia Tura, observou que o Brasil já é "bastante rico em experiências e práticas inovadoras de agricultura e agroextrativismo, que precisam ser mais bem conhecidas" pela sociedade. Por sua vez, o coordenador de Transferência de Tecnologia do “Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, Roberto Lorena, lembrou que a preservação das florestas tem custo. "Se o beneficiário dessa preservação é o mundo", alertou, "está na hora de dizer que vamos manter a floresta em pé, mas precisamos que o mundo participe disso".

Coordenador de extensão do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Carlos Roberto Bueno, recordou que a Amazônia conta com 17% da água doce do planeta e recursos minerais ainda desconhecidos. Ele defendeu a regulamentação dos serviços ambientais, principalmente no que se refere ao que será pago e por quem. “Temos de ver ainda como serão geridos os recursos. Os povos que vivem na floresta têm que receber em saúde, educação, energia e transporte. E não como um presente para eles”, afirmou Bueno.

Ao abrir a reunião, o presidente da comissão, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), ressaltou a importância da “Rio+20” e a necessidade de se "rediscutir a legislação de acesso a recursos genéticos". Já o presidente da subcomissão de acompanhamento da conferência, senador João Pedro (PT-AM), disse que "o Brasil tem que ser propositivo" na “Rio+20”. Com o propósito de apresentar sugestões para a conferência, anunciou ele, serão ainda realizadas audiências públicas com a participação de representantes da sociedade civil nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.”

FONTE: portal “Vermelho”, com informações da “Agência Senado” (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=156109&id_secao=1)
[imagem do Google adicionada por este blog].

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