Não deu outra
Por Alex Solnik, jornalista
"Estava na cara que Cunha deflagraria o impeachment se o PT o abandonasse.
E foi o que aconteceu.
Assim que os três petistas anunciaram, por orientação do partido, que votariam pelo início do processo contra Cunha, ele fez uso da espada de Dâmocles que estava guardando para o momento em que não tivesse outra saída.
Foi mais um tiro n’água do presidente do PT, Rui Falcão que pressionou os deputados para enfrentarem Cunha, imaginando que sua ameaça era um blefe. Resolveu pagar para ver.
A resposta de Cunha não pode ser encarada apenas como vingança. Como eu disse antes, esta seria a sua única forma de sobrevivência, pois entregando esse presente de Natal à oposição ele aposta na recomposição do apoio que poderá até implicar em sua absolvição em plenário.
Era a sua única, embora remota, chance de voltar ao jogo, pois agora interessa à oposição fortalecê-lo para comandar o processo de impeachment de Dilma. Esse era, portanto, o cenário em que ele perderia menos e teria alguma possibilidade de ter uma sobrevida.
Pela primeira vez na história do Brasil, temos uma situação em que a presidente da República e o segundo na linha de sucessão presidencial estão sob processo de impeachment.
A diferença é que o ritual contra Cunha poderá se estender por três meses até chegar ao plenário, enquanto o da presidente chegará, se aceito pela comissão de 66 deputados que será formada nos próximos dias, em aproximadamente 15 sessões da comissão.
O Planalto tem três chances de continuar vivo: primeiro, derrubar o processo ainda na comissão; depois, impedir que 2/3 dos deputados aprovem o que a comissão decidiu.
Se for derrotada nas duas etapas, a presidente será afastada por seis meses durante os quais o impeachment será julgado pelo Senado e também terá de ser carimbado por 2/3 dos senadores.
Se esse quorum não for alcançado, a presidente volta ao cargo.
O Planalto espera que, durante esse período, o presidente do PT permaneça em obsequioso silêncio."
FONTE: escrito por Alex Solnik, jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão", "O domador de sonhos" e "Dragonfly" (lançamento janeiro 2016). Artigo publicado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/207833/N%C3%A3o-deu-outra.htm).
E foi o que aconteceu.
Assim que os três petistas anunciaram, por orientação do partido, que votariam pelo início do processo contra Cunha, ele fez uso da espada de Dâmocles que estava guardando para o momento em que não tivesse outra saída.
Foi mais um tiro n’água do presidente do PT, Rui Falcão que pressionou os deputados para enfrentarem Cunha, imaginando que sua ameaça era um blefe. Resolveu pagar para ver.
A resposta de Cunha não pode ser encarada apenas como vingança. Como eu disse antes, esta seria a sua única forma de sobrevivência, pois entregando esse presente de Natal à oposição ele aposta na recomposição do apoio que poderá até implicar em sua absolvição em plenário.
Era a sua única, embora remota, chance de voltar ao jogo, pois agora interessa à oposição fortalecê-lo para comandar o processo de impeachment de Dilma. Esse era, portanto, o cenário em que ele perderia menos e teria alguma possibilidade de ter uma sobrevida.
Pela primeira vez na história do Brasil, temos uma situação em que a presidente da República e o segundo na linha de sucessão presidencial estão sob processo de impeachment.
A diferença é que o ritual contra Cunha poderá se estender por três meses até chegar ao plenário, enquanto o da presidente chegará, se aceito pela comissão de 66 deputados que será formada nos próximos dias, em aproximadamente 15 sessões da comissão.
O Planalto tem três chances de continuar vivo: primeiro, derrubar o processo ainda na comissão; depois, impedir que 2/3 dos deputados aprovem o que a comissão decidiu.
Se for derrotada nas duas etapas, a presidente será afastada por seis meses durante os quais o impeachment será julgado pelo Senado e também terá de ser carimbado por 2/3 dos senadores.
Se esse quorum não for alcançado, a presidente volta ao cargo.
O Planalto espera que, durante esse período, o presidente do PT permaneça em obsequioso silêncio."
FONTE: escrito por Alex Solnik, jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão", "O domador de sonhos" e "Dragonfly" (lançamento janeiro 2016). Artigo publicado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/207833/N%C3%A3o-deu-outra.htm).
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