quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

MÍDIA, ENFIM, RECONHECE: HÁ UMA GRAVE CRISE MUNDIAL




MÍDIA, ENFIM, RECONHECE: HÁ UMA GRAVE CRISE GLOBAL

"Pode parecer pouco, mas, pela primeira vez em muito tempo, os principais jornais do País atribuíram a disparada do dólar, no primeiro dia útil do ano, à fragilidade dos dados da economia chinesa, que provocou impactos em todo o mundo. Até então, os problemas brasileiros eram retratados apenas como reflexo de erros na condução da política econômica. Mudança de discurso pode abrir espaço para um debate mais sensato, e menos politizado, dos desafios enfrentados pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Segundo o presidente da Vale, Murilo Ferreira, a economia mundial vive hoje sua mais grave crise, porque os governos não poderão mais injetar recursos para estimular a demanda.

Do "Brasil 247"

O primeiro dia útil do ano, a segunda-feira 4, sinalizou que os desafios na economia em 2016 não serão muito diferentes do que foram em 2015: o real afetado pelos baixos preços das commodities, inflação pressionada e demanda interna fraca.

A novidade é que, pela primeira vez em muito tempo, os principais jornais brasileiros atribuíram os problemas enfrentados no front interno ao cenário internacional. Segunda-feira, a 'black monday' na China terminou com queda de mais de 7% das ações, depois que foram divulgados dados apontando o baixo desempenho industrial chinês. Além disso, a moeda local, o yuan fechou no menor valor desde 2011.

Ou seja: a mídia brasileira, enfim, reconheceu que há uma grave crise global. "A economia mundial nunca esteve tão fraca como agora", advertiu, em entrevista à jornalista Miriam Leitão, o presidente da Vale, Murilo Ferreira. "Antes, os governos podiam injetar recursos nas suas economias para fortalecer a demanda. Agora, não há mais essa janela".

Só ano passado, a queda do minério de ferro fez com que as exportações da Vale caíssem mais de US$ 10 bilhões. Apesar disso, o Brasil terminou o ano com superávit de US$ 19 bilhões na balança comercial, em razão da queda acentuada nas importações.

O reconhecimento de que a crise global não terminou – e, mais do que isso, pode ainda se agravar – abre espaço para um debate econômico mais racional no Brasil. Ainda que tenha havido exageros de gastos públicos nos últimos anos [principalmente por desonerações para empresários, mas eles não retribuíram com investimentos e empregos], os principais determinantes da recessão no Brasil são fatores externos, como a queda da demanda chinesa, e também internos, como o impacto da Lava Jato [só ele já diminuiu o PIB em 2%] no setor de engenharia – por isso mesmo, os acordos de leniência são tão importantes.

Se a mídia brasileira passar a contribuir para um debate mais sensato, e menos politizado, já será um grande avanço."

FONTE: do portal "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/212039/M%C3%ADdia-enfim-reconhece-h%C3%A1-uma-grave-crise-global.htm). [Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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