[OBS deste blog 'democracia&política':
Já postamos aqui neste blog que a "LAVA JATO" FOI PLANEJADA POR MORO PARA DERRUBAR PT/LULA"
Assim como na operação italiana "Mãos Limpas", a "Lava Jato" foi planejada para "a montagem de um novo centro de poder", no caso brasileiro, centrado no PSDB.
O vazamento torrencial de depoimentos, a marcação cerrada sobre Lula, o pacto incondicional com os grupos de mídia, que têm a missão de fabricar a "opinião pública esclarecida", a prisão de suspeitos até que aceitem a delação premiada, com o aproveitamento seletivo partidário dessas delações, essas e demais práticas adotadas pela "Operação Lava Jato" já estavam conceitualmente previstas em artigo de 2004 do juiz Sérgio Moro, analisando o sucesso da "Operação Mãos Limpas" (ou "mani pulite") na Itália.
O paper "Considerações sobre a operação Mani Pulite", de autoria de Moro é o melhor preâmbulo até agora escrito para a Operação Lava Jato. E serviu de base para a estratégia montada.
Na opinião do juiz Moro, o inimigo a ser combatido é o sistema político "tradicional", composto por partidos que estão no poder, o esquema empresarial que os suporta e o sistema jurídico convencional, suscetível de pressões.
Isso elucida um grande enigma da Operação que todos notam e muitos silenciam. Explica por que delações que atinjam políticos da oposição, como foi o caso de Aécio Neves, Sergio Guerra, Fernando Henrique Cardoso e outros, foram classificadas como "isso não vem ao caso"... Explica também por que contribuições para campanhas do PSDB e seus aliados de empreiteiras envolvidas na Lava Jato são consideradas corretas e oriundas de dinheiro limpo, enquanto aquelas feitas pelas mesmas empresas ao PT, nas mesmas ocasiões e em montantes semelhantes, foram consideradas como oriundas de propinas e outras fraudes.
Mas, parece que o tiro saiu pela culatra. O Brasil não é a Itália.
Além disso, a "Mãos Limpas" na Itália também foi um fracasso:
Na Itália, o multibilionário corrupto da mídia Berlusconi (à esquerda; uma mistura de Eduardo Cunha, Maluf e Aécio Neves), foi o "rei posto" pela "Operação Maõs Limpas" no lugar do "rei morto" (Bettino Craxi, à direita). No Brasil, a "Lava Jato" indica ter sido concebida para o "rei posto" ser o PSDB e o "rei morto" o governo PT].
Como a Lava Jato arrefeceu o impeachment
Por Alex Solnik, jornalista
"A 'Lava Jato' é xerox da 'Operação Mãos Limpas' realizada na Itália entre 1992 e 1994 e elogiada pelo juiz Sergio Moro em artigo premonitório de 2004
[Analogamente, já tinha como objetivo condenar a corrupção, mas apenas a ligada ao governo federal].
Quando o caso caiu no seu colo dez anos depois ele repetiu tudo tal e qual. Inclusive os vazamentos seletivos [partidários] para a imprensa amiga, as delações premiadas e as prisões antes da culpa formada.
Na Itália, a operação policial mirou dois ex-primeiros ministros. Bettino Craxi, líder do PSI, apesar das ameaças nunca chegou a ser preso e se autoexilou; Giulio Andreotti, líder da Democracia Cristã, acusado de envolvimento com a máfia foi absolvido de todas as acusações anos depois. [E, como consequência, a "Operação Mãos Limpas" alçou a primeiro ministro o multibilionário corrupto Silvio Berlusconi, dono de grande parte da mídia italiana].
Aqui – embora sem máfia no meio – não poderia ser diferente. As cabeças mais importantes a atingir seriam as de Dilma e de Lula. Para seguir o roteiro 'made in Italy'.
Por coincidência ou não, a Lava Jato começou no ano da campanha presidencial, em 2014, mas, se ajudou a triscar a reeleição de Dilma, diminuindo a diferença em relação ao segundo colocado, não conseguiu derretê-la nem derrotá-la.
Supondo que a Lava Jato forneceria motivos de sobra para tirar a presidente do poder, seria apenas questão de tempo. A oposição, capitaneada pelo derrotado na eleição, investiu num processo de impeachment para o qual mobilizou a população, tentando transformá-lo em plebiscito. E as ruas embarcaram nessa.
No entanto, as investigações não revelavam o que a oposição esperava. Não surgiam acusações criminosas contra Dilma, mas sim contra peemedebistas do seu governo, dentre os quais alguns ministros de proa, líderes de peso e toda a linha de sua sucessão.
Os nomes de Michel Temer (vice), de Eduardo Cunha (Presidente da Câmara dos Deputados) e de Renan Calheiros (presidente do Congresso Nacional) emergiam frequentemente do lodaçal, principalmente o de Cunha, informando à população que, se tirasse Dilma do poder, a cadeira caberia a envolvidos, com maior ou menor peso, na Lava Jato, onde não havia envolvimento dela.
Ora, se a ideia era derrubar a presidente para livrar o país da corrupção e seus sucessores diretos é que estavam envolvidos em corrupção e ela não, apoiar o impeachment seria dar um clássico tiro no pé.
As ruas – ou parte significativa delas - deram marcha-a-ré. E como o impeachment dependia das ruas, o movimento começou a andar para trás, situação em que se acha atualmente, apesar de Cunha se empenhar com denodo em reacender a brasa adormecida.
A Lava Jato, no entanto, não podia andar para trás. Desistiu de procurar pelo em ovo no Palácio do Planalto, e passou a focar em Lula, na tentativa de cortar ao menos uma cabeça de peso para justificar a grandiosidade e o dinheiro que está sendo gasto na operação.
E, cá entre nós, se a Lava Jato não prender o Lula – repetindo, por sinal, o que aconteceu na Itália – corre o sério risco de perder do dia para a noite a popularidade que angariou.
Até aqui, a Lava Jato conseguiu dois feitos: comprovar a honestidade da presidente Dilma e arrefecer o impeachment."
FONTE: escrito por Alex Solnik, jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão", "O domador de sonhos" e "Dragonfly" (lançamento setembro 2016). Artigo publicado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/216252/Como-a-Lava-Jato-arrefeceu-o-impeachment.htm).[Título e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política']
Mas, parece que o tiro saiu pela culatra. O Brasil não é a Itália.
Além disso, a "Mãos Limpas" na Itália também foi um fracasso:
Na Itália, o multibilionário corrupto da mídia Berlusconi (à esquerda; uma mistura de Eduardo Cunha, Maluf e Aécio Neves), foi o "rei posto" pela "Operação Maõs Limpas" no lugar do "rei morto" (Bettino Craxi, à direita). No Brasil, a "Lava Jato" indica ter sido concebida para o "rei posto" ser o PSDB e o "rei morto" o governo PT].
Como a Lava Jato arrefeceu o impeachment
Por Alex Solnik, jornalista
"A 'Lava Jato' é xerox da 'Operação Mãos Limpas' realizada na Itália entre 1992 e 1994 e elogiada pelo juiz Sergio Moro em artigo premonitório de 2004
[Analogamente, já tinha como objetivo condenar a corrupção, mas apenas a ligada ao governo federal].
Quando o caso caiu no seu colo dez anos depois ele repetiu tudo tal e qual. Inclusive os vazamentos seletivos [partidários] para a imprensa amiga, as delações premiadas e as prisões antes da culpa formada.
Na Itália, a operação policial mirou dois ex-primeiros ministros. Bettino Craxi, líder do PSI, apesar das ameaças nunca chegou a ser preso e se autoexilou; Giulio Andreotti, líder da Democracia Cristã, acusado de envolvimento com a máfia foi absolvido de todas as acusações anos depois. [E, como consequência, a "Operação Mãos Limpas" alçou a primeiro ministro o multibilionário corrupto Silvio Berlusconi, dono de grande parte da mídia italiana].
Aqui – embora sem máfia no meio – não poderia ser diferente. As cabeças mais importantes a atingir seriam as de Dilma e de Lula. Para seguir o roteiro 'made in Italy'.
Por coincidência ou não, a Lava Jato começou no ano da campanha presidencial, em 2014, mas, se ajudou a triscar a reeleição de Dilma, diminuindo a diferença em relação ao segundo colocado, não conseguiu derretê-la nem derrotá-la.
Supondo que a Lava Jato forneceria motivos de sobra para tirar a presidente do poder, seria apenas questão de tempo. A oposição, capitaneada pelo derrotado na eleição, investiu num processo de impeachment para o qual mobilizou a população, tentando transformá-lo em plebiscito. E as ruas embarcaram nessa.
No entanto, as investigações não revelavam o que a oposição esperava. Não surgiam acusações criminosas contra Dilma, mas sim contra peemedebistas do seu governo, dentre os quais alguns ministros de proa, líderes de peso e toda a linha de sua sucessão.
Os nomes de Michel Temer (vice), de Eduardo Cunha (Presidente da Câmara dos Deputados) e de Renan Calheiros (presidente do Congresso Nacional) emergiam frequentemente do lodaçal, principalmente o de Cunha, informando à população que, se tirasse Dilma do poder, a cadeira caberia a envolvidos, com maior ou menor peso, na Lava Jato, onde não havia envolvimento dela.
Ora, se a ideia era derrubar a presidente para livrar o país da corrupção e seus sucessores diretos é que estavam envolvidos em corrupção e ela não, apoiar o impeachment seria dar um clássico tiro no pé.
As ruas – ou parte significativa delas - deram marcha-a-ré. E como o impeachment dependia das ruas, o movimento começou a andar para trás, situação em que se acha atualmente, apesar de Cunha se empenhar com denodo em reacender a brasa adormecida.
A Lava Jato, no entanto, não podia andar para trás. Desistiu de procurar pelo em ovo no Palácio do Planalto, e passou a focar em Lula, na tentativa de cortar ao menos uma cabeça de peso para justificar a grandiosidade e o dinheiro que está sendo gasto na operação.
E, cá entre nós, se a Lava Jato não prender o Lula – repetindo, por sinal, o que aconteceu na Itália – corre o sério risco de perder do dia para a noite a popularidade que angariou.
Até aqui, a Lava Jato conseguiu dois feitos: comprovar a honestidade da presidente Dilma e arrefecer o impeachment."
FONTE: escrito por Alex Solnik, jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão", "O domador de sonhos" e "Dragonfly" (lançamento setembro 2016). Artigo publicado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/216252/Como-a-Lava-Jato-arrefeceu-o-impeachment.htm).[Título e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política']
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