Cenas da Operação Congonhas
Cinco lições das Operações Lava Moro e Triplex Promotores
No vácuo deixado pela Operação Congonhas, Conserino tenta emplacar a medalha de ouro da prisão de Lula, sem provas. Mas afinal, quem se importa com isto?
Por Flávio Aguiar, do México
Por Flávio Aguiar, do México
1. A Operação Congonhas, deflagrada pela Polícia Federal a partir de uma autorização exarada pelo juiz Sérgio Moro, da República de Curitiba, tinha por objetivo claro levantar voo do aeroporto paulistano em direção a capital paranaense com o ex-presidente detido. O avião partiria sob o aplauso delirante (ponhamos delirante nisto) da multidão de coxinhas que frequenta o aeroporto. No Afonso Pena e arredores, parlamentares e próceres da oposição aguardavam a chegada desse curioso “avião presidencial” para festejarem a ação.
Somente razões muito fortes impediram a realização desse plano. As candidaturas a essas “fortes razões” são:
a. A decidida ação da guarnição da Aeronáutica responsável pelo aeroporto, cujo comandante vetou o voo e cercou o avião (*);
b. Um telefonema partido do STF para o juiz Moro, impondo o cancelamento da operação;
c. A multidão de correligionários e simpatizantes do ex-presidente que acorreu a Congonhas, onde houve um risco de confronto entre as partes, o que transformaria a festa dos coxinhas num conflito de proporções imprevisíveis;
d. O pronto repúdio à operação da parte de personagens de quadrantes muito diferentes, até ex-ministros dos governos do PSDB, além do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo.
2. Frustrada a Operação, colunistas da "Globo" voltaram-se sem pejo para as Forças Armadas, sugerindo “garantias da ordem”. Porta-vozes dessas abortaram também essa outra operação, reiterando que quem as comanda é a presidenta.
3. O juiz Sérgio Moro caiu num limbo, desacreditado tanto pela operação quanto pelas negativas de que fora ele quem ordenara de pronto a “condução coercitiva".
4. O Instituto Paraná de Pesquisas tentou levantar a sua bola, apresentando-o com o potencial de 67% de votos para presidente da República, numa pesquisa sui-generis, sem adversários. É bom lembrar que a "Operação Mãos Limpas" na Itália, tão citada pelos admiradores da "Lava Jato", levantou a bola de Sílvio Berlusconi, que tanto dano causou à Itália. Até o momento, a Lava Jato não levantou a bola de ninguém, a não ser do juiz responsável. Aécio não cola, nem ninguém do PSDB até o momento. Marina Silva, Marta Suplicy et alii tentam pegar carona na esteira, sem muito resultado até aqui.
5. No vácuo deixado pela "Operação Congonhas", o "Triplex de promotores" de S. Paulo, Cássio Conserino à frente, tenta emplacar a medalha de ouro da prisão de Lula, sem provas, afinal, quem se importa com isto? O timing do pedido é evidente: feito o pedido, há prazo até o domingo, dia 13, para que a juíza encarregada anuncie a autorização para a prisão de Lula, sob o delírio dos coxinhas ensandecidos. Será ou seria a consagração de Conserino como o verdadeiro Dr. Silvana da justiça brasileira, em detrimento de Moro e do Paraná. A ver, diante da maciça oposição despertada pela ação do trio.
2. Frustrada a Operação, colunistas da "Globo" voltaram-se sem pejo para as Forças Armadas, sugerindo “garantias da ordem”. Porta-vozes dessas abortaram também essa outra operação, reiterando que quem as comanda é a presidenta.
3. O juiz Sérgio Moro caiu num limbo, desacreditado tanto pela operação quanto pelas negativas de que fora ele quem ordenara de pronto a “condução coercitiva".
4. O Instituto Paraná de Pesquisas tentou levantar a sua bola, apresentando-o com o potencial de 67% de votos para presidente da República, numa pesquisa sui-generis, sem adversários. É bom lembrar que a "Operação Mãos Limpas" na Itália, tão citada pelos admiradores da "Lava Jato", levantou a bola de Sílvio Berlusconi, que tanto dano causou à Itália. Até o momento, a Lava Jato não levantou a bola de ninguém, a não ser do juiz responsável. Aécio não cola, nem ninguém do PSDB até o momento. Marina Silva, Marta Suplicy et alii tentam pegar carona na esteira, sem muito resultado até aqui.
5. No vácuo deixado pela "Operação Congonhas", o "Triplex de promotores" de S. Paulo, Cássio Conserino à frente, tenta emplacar a medalha de ouro da prisão de Lula, sem provas, afinal, quem se importa com isto? O timing do pedido é evidente: feito o pedido, há prazo até o domingo, dia 13, para que a juíza encarregada anuncie a autorização para a prisão de Lula, sob o delírio dos coxinhas ensandecidos. Será ou seria a consagração de Conserino como o verdadeiro Dr. Silvana da justiça brasileira, em detrimento de Moro e do Paraná. A ver, diante da maciça oposição despertada pela ação do trio.
Aguardemos os acontecimentos.
(*) A ação da tropa da Aeronáutica em Congonhas - cada vez mais citada por diferentes fontes como acontecida - tem um ilustre precedente. No fim de agosto de 1961, os sargentos e oficiais legalistas da Base Aérea de Canoas, no Rio Grande do Sul, impediram que os jatos, obedecendo ordem dos militares golpistas que queriam silenciar a "Rede da Legalidade" comandada por Leonel Brizola, levantassem voo para bombardear o Palácio Piratini, em Porto Alegre, onde o governador estava entrincheirado. Assumiu o comando da base o Ten. Cel. Aviador Alfeu Alcântara Monteiro, legalista, que seria depois assassinado na mesma base em 04 de abril de 1964."
FONTE: escrito por Flávio Aguiar, do México. Publicado no site "Carta Maior" (http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Cinco-licoes-das-Operacoes-Lava-Moro-e-Triplex-Promotores/4/35678).
(*) A ação da tropa da Aeronáutica em Congonhas - cada vez mais citada por diferentes fontes como acontecida - tem um ilustre precedente. No fim de agosto de 1961, os sargentos e oficiais legalistas da Base Aérea de Canoas, no Rio Grande do Sul, impediram que os jatos, obedecendo ordem dos militares golpistas que queriam silenciar a "Rede da Legalidade" comandada por Leonel Brizola, levantassem voo para bombardear o Palácio Piratini, em Porto Alegre, onde o governador estava entrincheirado. Assumiu o comando da base o Ten. Cel. Aviador Alfeu Alcântara Monteiro, legalista, que seria depois assassinado na mesma base em 04 de abril de 1964."
FONTE: escrito por Flávio Aguiar, do México. Publicado no site "Carta Maior" (http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Cinco-licoes-das-Operacoes-Lava-Moro-e-Triplex-Promotores/4/35678).
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