Li ontem no jornal “Folha de São Paulo” o seguinte texto de Sergio Torres da sucursal do Rio:
"Mudança, que ocorrerá gradativamente de 1º de janeiro do próximo ano até 2012, irá afetar cerca de 0,5% das palavras".
"Presidente diz que acordo é "reencontro do Brasil consigo mesmo'; importância da medida "é maior do que pode parecer à primeira vista", disse
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem, na ABL (Academia Brasileira de Letras), no Rio, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que mudará a grafia de cerca de 0,5% das nossas palavras.
O fim do trema, do acento agudo em ditongos abertos ("idéia" será "ideia") e do acento circunflexo com duplos "e" e "o" ("vôo" será "voo"), entre outras mudanças, ocorrerá gradativamente de 1º de janeiro do próximo ano até 2012.
Previsto desde 1990, mas não-ratificado pelos Congressos de todos os países, o acordo ganhou um protocolo modificativo nessa década. Ele foi aprovado por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e, em 2002, pelo Brasil. Em maio de 2008, Portugal concordou com as bases do acordo.
Lula classificou o acordo como um "reencontro do Brasil consigo mesmo" e disse que a importância da medida "é maior do que pode parecer à primeira vista", pois tem "pertinência e, sobretudo, significado estratégico no que diz respeito à cooperação entre os países lusófonos".
Para o presidente, o acordo propicia "um novo impulso" ao "intercâmbio Brasil-Portugal" e "o imprescindível resgate" dos "laços substantivos com a África, em particular a África de língua portuguesa". "Para nós, representa mais, muito mais que uma prioridade geopolítica. Diz respeito à nossa alma, diz respeito à nossa identidade como nação multi-étnica e multicultural, ao próprio destino da civilização brasileira", discursou Lula, sem dar espaço aos improvisos que costumam caracterizar seus pronunciamentos públicos.
Colunista da Folha e escritor, o acadêmico Carlos Heitor Cony, presente à solenidade, é um dos poucos integrantes da Academia a discordar de Lula quanto à importância do novo acordo. "Para mim, realmente, acho absolutamente inútil e improdutivo. (...) Portugal jamais vai se submeter, a Portugal metrópole, a certas coisas."
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