domingo, 8 de junho de 2008

O RISCO ALKMIN

O "Bog Cidadania", de Eduardo Guimarães, postou hoje um muito bom artigo sobre os governos do PSDB. Ele nos ajuda também a melhor compreender o que significava, afinal, aquele enigmático "choque de gestão" tucano prometido na campanha para presidente da república em 2006 e tão endeusado pela grande mídia. Vejamos:

"O RISCO ALKMIN"

"O tempo está tratando de mostrar o grande negócio que o Brasil fez ao preterir Geraldo Alckmin na escolha do último presidente da República. Político paroquial, oriundo de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, o ex-governador paulista é hoje um dos políticos sobre os quais pode-se afirmar, com boa dose de certeza, que precisam ser mantidos longe dos cofres públicos.

Alckmin virou alguém na política nacional graças ao seu padrinho político, o falecido ex-governador de São Paulo Mario Covas, de quem foi vice. Depois, elegeu-se governador e, desde então, transformou São Paulo num dos piores Estados do país.

Envolvido em escândalos sucessivos, todos abafados pela mídia paulista, Alckmin vem se mantendo impune apesar das graves acusações que pesam contra si. Contudo, a hora da verdade parece estar chegando para o ex-governador. Por conta do caso Alstom. Alckmin é um dos grandes beneficiários das doações de dinheiro da multinacional. A explicação: foi o tucano quem fechou o grosso dos contratos com a Alstom que a justiça européia e a imprensa internacional dizem ser fraudulentos.

Porém, a folha corrida de Alckmin é bem mais longa que isso.

No caso Daslu, por exemplo, a mega loja de luxo fez operações de importação fraudulentas, comparáveis a contrabando. A sonegação de impostos, a adulteração de documentos de importação foi considerada multimilionária.

Até que a Polícia Federal se metesse no assunto, no entanto, a Secretária da Fazenda de São Paulo, comandada por Alckmin, nada havia detectado. O que é estranho diante da escandalosa contabilidade da Daslu, em que um vestido que aparecia como tendo sido comprado a dez reais no exterior era vendido na loja por mil reais.

Detalhe 1: a Daslu não trabalha com vestidos que custam dez reais. Só trabalha com artigos de alto luxo.

Detalhe 2: A filha de Alckmin, graças à amizade do pai com a família dona da Daslu, conseguiu emprego na loja. Entrou como vendedora, mas em poucos meses virou “diretora de novos negócios".

Um parêntesis: a amizade dos tucanos paulistas com o pessoal da Daslu é bem extensa. A mulher de Serra, por exemplo, vive metida na Daslu.

Outro escândalo envolvendo Alckmin que chegou até a ser denunciado, mas depois a mídia não informou mais nada, enterrando o assunto, é o caso Nossa Caixa. O banco estatal paulista anunciava em órgãos de imprensa simpáticos a Alckmin, como, por exemplo, a revista Primeira Leitura, de Reinaldo Azevedo. Contudo, anunciava sem licitação. Os valores dos contratos também foram questionados.

A Febem, sob Alckmin, transformou-se numa fábrica de horrores. Durante os tantos anos em que ele foi governador, foram centenas de rebeliões. Denúncias de torturas dos internos, assassinatos, decapitações, fugas em massa... O problema da Febem só começou a melhorar depois que Alckmin passou o cargo ao seu vice, Cláudio Lembo, para se candidatar à Presidência da República.

O metrô paulista, esse, sob Alckmin, virou caso de polícia. E não é só pelo fato de hoje a terceira maior cidade do mundo ter menos quilômetros de metrô que cidades com menos da metade do seu tamanho. A irresponsabilidade e a desonestidade com que o metrô paulista vem sendo administrado ocasionou, em janeiro do ano passado, um desastre de proporções cataclísmicas. Laudo recente do IPT, ligado ao próprio governo do Estado, diz que a tragédia ocorreu por uso de material inferior na construção da obra de engenharia que ruiu matando sete pessoas e desabrigando dezenas.

A Educação paulista também foi afetada pelo modo Alckmin de governar. Em avaliações nacionais e internacionais sobre a qualidade da educação pública no Estado mais rico do país, São Paulo conseguiu a proeza de ficar entre os últimos colocados.

Porém, foi na Segurança Pública que Alckmin se superou. Os crimes violentos contra a pessoa multiplicaram-se exponencialmente no governo dele. São Paulo chegou a ser sitiada pelo PCC em 2006, como resultado de um longo processo de fermentação que a organização criminosa experimentou por conta da desastrosa política de segurança do PSDB.

Agora, Alckmin disputa a prefeitura de São Paulo. Além de a cidade estar ameaçada pela continuidade da administração incompetente de Gilberto Kassab, o candidato de José Serra, o risco maior que corre é o de ver, além da incompetência, a volta da corrupção exacerbada inerente ao modo Alckmin de governar. Kassab ao menos, que se saiba, não está fazendo da prefeitura paulistana um balcão de negócios, em que pese que seu governo tem se limitado a medidas cosméticas como tirar publicidade das fachadas do comércio enquanto o trânsito da cidade se converte num inferno pior do que em qualquer outra época, e isso desde que Kassab assumiu.

Alckmin ocupa hoje o lugar que já foi de Maluf no cenário nacional. É um político paroquial, sempre envolvido em escândalos de corrupção, que só encontra eco maior às suas pretensões eleitorais dentre o provinciano eleitorado paulista.

Contudo, como ficou demonstrado em 2006, Alckmin representa uma ameaça a todo país. Já imaginaram se tivesse sido eleito presidente?

Por isso, uma das prioridades daqueles que querem que o país continue progredindo deve ser a de pôr fim à possibilidade de vôos mais altos de políticos como Alckmin. Por isso, o caso Alstom deve ser investigado com decisão e até o fim. Além disso - e também por isso -, o ex governador precisa ser derrotado na eleição deste ano. A qualquer preço."

Nenhum comentário: