segunda-feira, 8 de setembro de 2014

QUEREM O SUICÍDIO DE DILMA COM NOVO "MAR DE LAMA"




[OBS deste blog 'democracia&política':

QUEREM O SUICÍDIO DE DILMA COM NOVO "MAR DE LAMA"

Aliás, nem é novo, nem criativo o movimento atual da oposição e sua mídia para destruir a presidente Dilma e evitar sua reeleição. É cópia fajuta da "Operação Mar de Lama" que levou ao suicídio de Getúlio Vargas.

Os protagonistas de hoje são da mesma estirpe.

Antes, era de um lado a direita tradicional, centrada na UDN e em seu incendiário Carlos Lacerda. Direita como sempre sem compromisso com o interesse nacional, que defendia o privilégio da elite, dos ricos, dos bancos, em detrimento dos trabalhadores, dos pobres, que deveriam ter continuado na escravidão. Hoje, o PSDB e o DEM são os principais descendentes daquela UDN. Por outro lado, estava o desenvolvimentista Getúlio Vargas, que defendia com mais ardor os direitos trabalhistas, melhores sálários, que criou a Petrobras e empresas brasileiras em setores estratégicos, a sua política de não submissão exclusiva e automática aos interesses norte-americanos. Lula e Dilma são os que mais se aproximam da corrente desenvolvimentista mais patriota de Getúlio.

Desde quando assumiu, FHC/PSDB prometeu que "acabaria no Brasil com a 'Era Vargas'". Destruiu muito, mas não conseguiu totalmente. A eleição de Lula impediu a continuação do desmantelamento do Estado Nacional.


A grande mídia e a direita internacional e nacional, aqui representada no Congresso pelo PSDB, DEM, PPS, agora também pelo PSB e pequenos partidos penduricalhos, nunca entregaram os pontos.

A recente "operação delação premiada", montada pela "Veja" (e intensamente repercutida por toda a grande mídia) em cima somente de boatos de vazamentos e de suposições seletivas do conteúdo do depoimento secreto de Paulo Costa (ex-diretor da Petrobras (Gaspetro) no governo FHC e de outras diretorias nos governos Lula e Dilma), é a reedição, um simples plágio, da operação "Mar de Lama" da UDN.

Enfim, é o tradicional vale-tudo da "elite" [sic] financeira e econômica das grandes potências e brasileira para assumir definitivamente o poder no Brasil. O alvo principal agora é destruir Dilma.

Para exemplificar o presente clima de ataques à Dilma, vejamos o texto abaixo transcrito. Acrescento, a seguir, a carta-testamento e a carta-despedida de Getúlio Vargas, escrita pouco antes do seu suicídio]:


"Contra o PT, Noblat retoma discurso do "mar de lama"


Do "Brasil 247"

Mais de 60 anos da crise política que culminou no suicídio de Getúlio Vargas, o jornalista Ricardo Noblat, colunista do "O Globo", recorre ao mesmo mote do incendiário Carlos Lacerda, da antiga UDN, para atacar o PT. Segundo Noblat, a Petrobras está coberta por um "mar de lama". Criada por Vargas na campanha "o petróleo é nosso", a Petrobras foi um dos símbolos do governo Lula e da campanha da presidente Dilma, em 2010, com as descobertas do pré-sal. Agora, está de novo no centro do debate político nacional.


O colunista Ricardo Noblat, do jornal "O Globo", retomou o mote do jornalista e político Carlos Lacerda, da antiga UDN, para traçar sua análise sobre a delação premiada de Paulo Roberto Costa. De acordo com Noblat, a Petrobras está coberta por um "mar de lama". Usada à exaustão por Lacerda nos idos de 1954, para retratar supostos escândalos de corrupção no governo de Getúlio Vargas, a expressão "mar de lama" ficou marcada como símbolo do radicalismo político de uma era que terminou com o suicídio do político trabalhista.

Na coluna "Um mar de lama ameaça a Petrobras", Noblat ironiza a presidente Dilma Rousseff e pergunta quando ela pedirá desculpas e dirá que foi traída por subordinados, a exemplo do que fez o ex-presidente Lula fez em 2005, quando eclodiu o escândalo do chamado "mensalão". "No mínimo é o que se espera dela, ex-ministra de Minas e Energia, ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras e presidente da República em final de mandato", afirma Noblat.

Ao usar a expressão "mar de lama", Noblat fez uma escolha política arriscada, ciente do seu significado histórico. Na prática, ele deu o tiro de largada para uma nova onda de ataques ao PT, que serão cada vez mais intensos até 5 de outubro, dia do primeiro turno.

Criada no governo Vargas, após a campanha "o petróleo é nosso", a Petrobras se tornou também um dos símbolos do governo Lula, graças às descobertas do pré-sal. Não por acaso, o ex-presidente Lula repetiu um dos gestos mais conhecidos de Vargas ao sujar as mãos de óleo. E foi com essas mesmas mãos que ele ungiu a então ministra Dilma Rousseff como candidata à presidência da República, numa foto que se tornou emblemática da campanha de 2010.



Já como presidente, Dilma implantou regras mais nacionalistas no setor de petróleo, com o modelo de partilha, que dá maior espaço à Petrobras na exploração do pré-sal, de onde a companhia já extrai mais de 500 mil barris/dia. Seus adversários têm abordagens distintas. O tucano Aécio Neves fala em retomar o modelo de concessões [implantado em 1997 por FHC/PSDB, muito dadivoso para as petroleiras estrangeiras], enquanto Marina Silva, do PSB, coloca o pré-sal [isto é, a atuação da Petrobras] em segundo plano, priorizando energias alternativas [assim também deixando, por consequência, o pré-sal para a exploração por petroleiras estrangeiras].

Com a delação premiada de Paulo Roberto Costa, sobre um suposto esquema de corrupção na empresa, a estatal volta ao centro do debate político. Os tucanos, que já foram acusados [porque eles mesmos declararam] de querer privatizar a Petrobras, depois da tentativa de mudança de nome para Petrobrax, agora falam na necessidade de reestatizá-la. Aécio já prometeu até tirá-la "das garras do PT". O mote dado por Noblat sobre o "mar de lama" irá radicalizar esse discurso."



FONTE: do jornal "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/152681/Contra-o-PT-Noblat-retoma-discurso-do-mar-de-lama.htm) [Título, imagens do google e rechos entre colchetes e em azul acrescentados por este blog 'democracia&política']
COMPLEMENTAÇÃO:

A atualíssima carta-testamento de Vargas no debate de 2014




Por Assis Ribeiro, no "Jornal GGN"
(...)
Extraído de Memorial Getúlio Vargas

VIII. Carta-Testamento e Carta-Despedida

Getúlio Vargas deixou dois documentos de despedida. O primeiro, conhecido como "Carta-testamento", foi divulgado pelo rádio para todo o país logo após o suicídio. Foi encomendado ao amigo de confiança José Soares Maciel Filho, por este redigido e assinado pelo presidente. O outro, escrito a lápis em papel oficial, que chamaremos de "carta-despedida", foi encontrado depois. São dois textos muito diferentes.

A Carta-testamento é a despedida do político Getúlio Vargas. É desafiadora, agressiva, quase triunfante. É um grito de guerra, uma conclamação ao povo para que leve adiante a luta de sua libertação iniciada por ele, Getúlio Vargas. A morte não é vista como derrota, mas como sacrifício redentor, como bandeira de luta. Maciel Filho refletiu o pensamento do presidente sem ter sobre os ombros o peso da tragédia. Nela, a morte do político Getúlio Vargas é uma vitória.

A carta-despedida é o adeus do homem Getúlio Vargas. É a expressão de sentimentos de amargura, desencanto, derrota. A traição dos amigos, a ingratidão de muitos, o ódio dos inimigos tinham quebrado a resistência do velho de 72 anos, tirando-lhe a capacidade de luta exibida em outras crises. Nela, a morte do homem Getúlio é uma derrota.

Foi a morte trágica do homem Getúlio Vargas que deu à morte do político seu enorme poder de mobilização do sentimento popular. A junção das duas mortes garantiu a Getúlio Vargas a entrada na história após a saída da vida. A imensa multidão de cariocas e outros brasileiros que acompanharam seu féretro do Palácio do Catete até o Aeroporto Santos Dumont foi o testemunho de sua vitória e a garantia de seu lugar no coração do povo e na história do Brasil.



Carta-Testamento

"Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim.

Não me acusam, me insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive que renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário-mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.

Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício nos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.

Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia, não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história"
.

Carta-Despedida

"Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte.

Levo o pesar de não haver podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia.

A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.

Acrescente-se a fraqueza de amigos que não me defenderam nas posições que ocupavam, a felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês e a insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país contra a minha pessoa.

Se a simples renúncia ao posto a que fui elevado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da Pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não de crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes.

Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue de um inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus.

Agradeço aos que de perto ou de longe trouxeram-me o conforto de sua amizade.

A resposta do povo virá mais tarde..."


FONTE da complementação: postado por Assis Ribeiro, no "Jornal GGN"  (http://jornalggn.com.br/noticia/a-atualissima-carta-testamento-de-vargas-no-debate-de-2014). [No texto inicial, o título, as imagens do google e trechos entre colchetes e em azul acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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