domingo, 7 de dezembro de 2014

O MESMO GOLPISMO CONTRA VARGAS, JANGO, LULA E DILMA




Vargas, Jango, Lula e Dilma

Por Saul Leblon

"Sempre que presidentes brasileiros tomaram medidas em favor dos trabalhadores, houve implacável reação golpista. 



Na Era Vargas, criadas a CLT, a Petrobrás, a CSN, o salário mínimo, a licença maternidade e o voto feminino, a oligarquia nativa, estimulada pelo imperialismo, chegou até a pegar em armas contra o governo, como na Rebelião Paulista de 32, que Lula, corretamente, apelidou de Contrarrevolução. Foi o período de maiores avanços na industrialização, na educação, nos direitos sociais e trabalhistas, com a expansão do estado, sempre enfrentando ruidosa e colonizada oposição conservadora. 

Para se ter uma ideia do grau de delírio oposicionista, no mesmo dia em que Vargas assinava decreto criando a Petrobrás, o jornal "O Estado de São Paulo" , publicou editorial criando o que chamou de "loucura de Vargas" por criar uma empresa petroleira estatal onde sabidamente, dizia, não há petróleo. Com o Brasil transformando-se num grande país petroleiro, o jornalão da oligarquia paulista deveria pedir desculpas ao povo brasileiro, por tamanha desinformação histórica!

Mas, Vargas foi além também na comunicação e na cultura, adotando medidas estruturantes, seja quando nacionalizou a Rádio Nacional e criou a Rádio Mauá, com os sindicatos na gestão da emissora, seja ao criar o Instituto Nacional de Cinema Educativo, com os geniais Roquete Pinto e Humberto Mauro no comando, e, também o Instituto Nacional de Música, com Villa-Lobos a presidi-lo. O império e as oligarquias nativas não perdoaram tanta independência e audácia de Vargas. O golpe de 54 foi trágico: Vargas preferiu a morte, mesmo tendo majoritário apoio popular e até condições para [derrotar o golpe]. Porém, descartou a resistência, inclusive armada, conforme sugerida por Tancredo Neves, um de seus ministros.



O Presidente Jango, que quando Ministro do Trabalho de Vargas havia aumentado o salário mínimo em 100 por cento, repetiu o gesto, para desespero das oligarquias. Foi além: aproximou o Brasil da China e da URSS, lançou as Reformas de Base, iniciou a alfabetização em massa, com Paulo Freire. 

O Presidente dos EUA, Kennedy, que alguns ainda acham um democrata, organizou o golpe para depor Jango, só desferido em 1964, com os EUA já sob o comando de Lyndon Johnson. Apesar de popularidade de 73 por cento, o governo Jango sequer cogitou a resistência, tal como aquela heroica que Brizola, em 1961, havia organizado a partir do Rio Grande do Sul, formando uma rede de rádios em "Defesa da Legalidade" e distribuindo armas ao povo organizado e mobilizado, provando ser possível derrotar o golpismo.


O Presidente Lula, quando ameaçado de impeachment, disse: “Não vou me suicidar como Vargas, não vou renunciar como Jânio e não vou sair do país como Jango. Vou convocar os trabalhadores e defender o mandato que o povo me deu pelo voto”. FHC entendeu o recado e desmobilizou a tese do impeachment.



Frase atualíssima para Dilma, novo alvo de ações golpistas ou desestabilizadoras. Há ingerências externas para desestabilizar o país, há inequívoca campanha contra a Petrobras, visando paralisar produtivamente o Brasil, bem como a integração econômica latino-americana, bloqueando empresas brasileiras que agem coordenadamente com os Estados da região.

Diante desse quadro complexo e grave, espanta constatar que o PT ainda não organizou sua mídia própria, e que sequer montou um jornal de massas, para o que não é necessário mexer na Constituição. Formar um jornal popular, de ampla circulação - como fez Vargas, com a "Última Hora", como fizeram Chávez, Evo, Cristina e Correa - é uma necessidade inadiável, para ter capacidade de informar e organizar o povo brasileiro numa nova Campanha em Defesa da Legalidade, o que será dramaticamente imperativo no próximo período."

FONTE: escrito por Saul Leblon em seu editorial no site "Carta Maior" (http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Vargas-Jango-Lula-e-Dilma%0a/4/32352). [Imagens do google acrescentadas por este blog 'democracia&política'].

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