domingo, 1 de março de 2015

NOVO AUMENTO DA TARIFA DE ÁGUA EM SÃO PAULO CAUSA EUFORIA NA BOLSA DE NOVA YORK




[OBS deste blog 'democracia&política': dentro da lógica privatista tucana, a SABESP preferiu engordar seus lucros (R$ 13,1 bilhões) e não investir em garantia de suprimento de água à população, em benefício da distribuição de bilionários dividendos (R$ 4,37 bilhões; ver tabela abaixo) aos seus acionistas, em grande parte na Bolsa de Nova York. Como a água assim se tornou escassa, é mais valiosa e "justifica" novo aumento de tarifa, que encherá ainda mais os bolsos dos acionistas. Lucrativo e esperto círculo vicioso made in PSDB].

Pressão para reajuste da conta eleva ações da Sabesp em Nova York

"Após aumentar a conta de água, no final do ano passado, e aplicar multa aos consumidores, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) agora quer novo reajuste na tarifa, desta vez, acima da inflação. A notícia é mais um motivo de preocupação para a população, que já convive com a crise de abastecimento de água.

No entanto, faz a alegria de um seleto grupo de pessoas: os sócios da SABESP, que negociam as ações da empresa na Bolsa de Nova York. No final, quem vai pagar a conta dos prejuízos são os próprios paulistas. 

O governador estuda elevar novamente a tarifa. A majoração nas contas pode ser superior a 7% e ocorrer a partir de abril, mas ainda depende de liberação da ARSESP. O último aumento foi [recente], em novembro de 2014.

A majoração nas contas só pode ocorrer a partir de abril e ainda depende de liberação da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP).

A pressão para o novo reajuste, que pode ser superior a 7% (valor da inflação oficial nos últimos 12 meses, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), parte dos próprios acionistas. Isso porque, o que é bom para a população, não necessariamente é rentável para o mercado financeiro. Os descontos concedidos nas tarifas de água aplicados pela SABESP em meados de 2014, associado à queda do consumo – já que poupar água é a única solução para crise –, diminuiriam a arrecadação da empresa, fazendo com que os investidores da bolsa ganhassem menos dinheiro.



Assim, desde que a notícia do novo aumento começou a ganhar força, as ações da SABESP voltaram a subir na Bolsa de Nova York. Depois de confirmar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que “estuda” reajuste acima da inflação, na última segunda-feira (23), os papéis da empresa dispararam e os acionistas voltaram a lucrar. Nos últimos três dias, com a notícia do aumento, as ações subiram 5,4%.

O reajuste a ser aplicado pela SABESP trouxe de volta o sorriso ao rosto de seus sócios, que, desde o final de junho, quando o governo começou a aplicar o bônus aos usuários que consumissem menos água, viram as ações da empresa despencar em 45% até os dias de hoje.

Em depoimento à Câmara de São Paulo, o presidente da SABESP, Jerson Kelman, admitiu na quarta-feira (25) que o novo aumento acima da inflação se daria por conta dos descontos concedidos à população. “Não interessa a ninguém uma SABESP que esteja, sob o ponto de vista econômico e financeiro, desequilibrada. Se ficar desequilibrada, ela não presta o serviço que precisa à população”, argumentou Kelman.

O último aumento da tarifa anunciado pelo governo ocorreu em novembro do ano passado, somente após a reeleição de Alckmin, quando o valor foi reajustado em 6,49%.

A SABESP abriu o capital da empresa ao mercado financeiro em 1994 [governo PSDB/FHC], com a desculpa de que, com isso, "teria mais dinheiro para investir em obras" [o que não ocorreu e veio a causar a falta de água hoje]. Atualmente, 50,3% de seu controle acionário se encontram nas mãos do Estado, enquanto 47,7% das ações são de propriedade de investidores 
estrangeiros (24,2%) e brasileiros (25,5%).

Embora o estatuto social da SABESP determine que os acionistas podem receber 25% do lucro líquido anual da empresa, a concessionária entregou [bondosamente], em 2003, 60,5% do total aos cofres dos sócios.

Entre 2003 e 2013 (o balanço anual da empresa relativo a 2014 ainda não foi apresentado), dos R$ 13,1 bilhões que a SABESP obteve de lucro com a cobrança de água da população, R$ 4,3 bilhões foram destinados aos acionistas, conforme relatório da diretoria econômico-financeira e de relações com investidores da SABESP, apresentado em março de 2014."

FONTE: da "Rede Brasil Atual". Transcrito no portal "Vermelho" (http://www.vermelho.org.br/noticia/259611-10). [Título, trechos entre colchetes e pequenas modificações de forma introduzidos por este blog 'democracia&política']. 

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