OS PASSOS DO GOLPE
Por RIBAMAR FONSECA
"O golpe está armado. Se alguém ainda tinha dúvidas, deixou de tê-las após a sessão do Tribunal de Contas da União que acusou a presidenta Dilma Roussef do crime de responsabilidade fiscal. Era só isso que estava faltando para a formalização do pedido de impeachment da Presidenta, em gestação desde a divulgação do resultado das últimas eleições presidenciais que deram a vitória à candidata petista. Tudo orquestrado pela extrema direita, através de seus representantes infiltrados no Legislativo, no Judiciário, no Ministério Público e na Policia Federal, além dos controladores da Grande Imprensa.
O projeto para defenestrar o PT do Palácio do Planalto, na verdade, foi concebido ainda no período do governo Lula, antes das eleições presidenciais de 2012, e começou a ser executado após a primeira vitória de Dilma, com o julgamento do chamado "mensalão". Eles acreditaram que o mensalão seria decisivo para a derrota da Presidenta no pleito de 2014. Os mentores do projeto, porém, subestimaram a força do voto nordestino que, contrariando as expectativas oposicionistas fundadas no voto sulista, garantiu a permanência de Dilma no Planalto. E diante da nova derrota concluiram que a única maneira de ocupar o Planalto seria através de um golpe, pois era evidente a sua dificuldade em vencer o PT nas urnas.
A Operação Lava-Jato, então, caiu do céu como uma nova oportunidade para derrubar Dilma, pois esperavam que o nome dela pudesse emergir, durante as investigações como envolvida no esquema de corrupção na Petrobrás. E o movimento pró-impeachment começou a tomar corpo na presunção de que ela seria citada nos depoimentos. A oposição, liderada pelo PSDB, estimulou manifestações de rua em busca de respaldo popular para a empreitada. E mais uma vez viu seu projeto frustrado porque não conseguiram nada que pudesse incriminá-la, não havendo, portanto, base legal para o processo. Foi, então, que o Tribunal de Contas da União entrou em cena, fornecendo o pretexto para o pedido de impeachment.
Aparentemente, tudo já estava devidamente acordado, com o conhecimento prévio da decisão que seria tomada pelo TCU, pois não há outra explicação para a cobertura da reunião do Tribunal, inclusive pela TV, e a encomenda dos tucanos, alguns dias antes da sessão, para a elaboração de um parecer jurídico sobre o impeachment. E quando o resultado foi divulgado, as lideranças oposicionistas se assanharam, deitando falação sobre o “fim do governo Dilma”. E até quem é acusado de receber R$ 1 milhão de propina, como o senador Agripino Maia, presidente do DEM, mesmo sob investigação, deu declarações condenando o governo. Em matéria de cara-de-pau ele está empatado com o ex-presidente FHC.
O fato é que conseguiram, finalmente, armar o golpe com a valiosa ajuda do TCU. Os próximos passos, pelo visto, serão a formalização do pedido e a sua votação pelo Congresso Nacional, o que parece facilitada pela surpreendente indiferença do governo e do PT. Enquanto isso, a mídia vem preparando o espírito da população para receber o impeachment como a única solução para os problemas do Brasil. E ao criar um clima de ódio no país, destilando venenos diários contra o governo e o PT, inclusive estimulando manifestações de protesto nas ruas para dar respaldo popular ao movimento, a mídia não mais conseguiu disfarçar as suas verdadeiras intenções: a conquista do poder pelos seus parceiros.
"O golpe está armado. Se alguém ainda tinha dúvidas, deixou de tê-las após a sessão do Tribunal de Contas da União que acusou a presidenta Dilma Roussef do crime de responsabilidade fiscal. Era só isso que estava faltando para a formalização do pedido de impeachment da Presidenta, em gestação desde a divulgação do resultado das últimas eleições presidenciais que deram a vitória à candidata petista. Tudo orquestrado pela extrema direita, através de seus representantes infiltrados no Legislativo, no Judiciário, no Ministério Público e na Policia Federal, além dos controladores da Grande Imprensa.
O projeto para defenestrar o PT do Palácio do Planalto, na verdade, foi concebido ainda no período do governo Lula, antes das eleições presidenciais de 2012, e começou a ser executado após a primeira vitória de Dilma, com o julgamento do chamado "mensalão". Eles acreditaram que o mensalão seria decisivo para a derrota da Presidenta no pleito de 2014. Os mentores do projeto, porém, subestimaram a força do voto nordestino que, contrariando as expectativas oposicionistas fundadas no voto sulista, garantiu a permanência de Dilma no Planalto. E diante da nova derrota concluiram que a única maneira de ocupar o Planalto seria através de um golpe, pois era evidente a sua dificuldade em vencer o PT nas urnas.
A Operação Lava-Jato, então, caiu do céu como uma nova oportunidade para derrubar Dilma, pois esperavam que o nome dela pudesse emergir, durante as investigações como envolvida no esquema de corrupção na Petrobrás. E o movimento pró-impeachment começou a tomar corpo na presunção de que ela seria citada nos depoimentos. A oposição, liderada pelo PSDB, estimulou manifestações de rua em busca de respaldo popular para a empreitada. E mais uma vez viu seu projeto frustrado porque não conseguiram nada que pudesse incriminá-la, não havendo, portanto, base legal para o processo. Foi, então, que o Tribunal de Contas da União entrou em cena, fornecendo o pretexto para o pedido de impeachment.
Aparentemente, tudo já estava devidamente acordado, com o conhecimento prévio da decisão que seria tomada pelo TCU, pois não há outra explicação para a cobertura da reunião do Tribunal, inclusive pela TV, e a encomenda dos tucanos, alguns dias antes da sessão, para a elaboração de um parecer jurídico sobre o impeachment. E quando o resultado foi divulgado, as lideranças oposicionistas se assanharam, deitando falação sobre o “fim do governo Dilma”. E até quem é acusado de receber R$ 1 milhão de propina, como o senador Agripino Maia, presidente do DEM, mesmo sob investigação, deu declarações condenando o governo. Em matéria de cara-de-pau ele está empatado com o ex-presidente FHC.
O fato é que conseguiram, finalmente, armar o golpe com a valiosa ajuda do TCU. Os próximos passos, pelo visto, serão a formalização do pedido e a sua votação pelo Congresso Nacional, o que parece facilitada pela surpreendente indiferença do governo e do PT. Enquanto isso, a mídia vem preparando o espírito da população para receber o impeachment como a única solução para os problemas do Brasil. E ao criar um clima de ódio no país, destilando venenos diários contra o governo e o PT, inclusive estimulando manifestações de protesto nas ruas para dar respaldo popular ao movimento, a mídia não mais conseguiu disfarçar as suas verdadeiras intenções: a conquista do poder pelos seus parceiros.
Em seguida, estimularão o povo para pressionar o Congresso, visando garantir a aprovação do impeachment. E vamos passar a assistir concentrações diante do Parlamento Nacional, com ameaças aos políticos que votarão contra o pedido. E tudo isso sob as vistas complacentes do Palácio do Planalto e do Partido dos Trabalhadores, ambos mergulhados em estranha apatia. Com a insistência da mídia em rotular o PT como partido corrupto, com a decisiva participação primeiro do então ministro Joaquim Barbosa e agora do juiz Sergio Moro, os quais fizeram vista grossa para os pecados dos tucanos, os extremistas executam a segunda parte do plano, que é criminalizar o PT e inviabilizar a candidatura de Lula nas eleições de 2018.
Mas o projeto não acaba aí. Eles sabem que, se o impeachment realmente for aprovado, quem assumirá a Presidência será o vice-presidente Michel Temer e não o senador Aécio Neves, segundo colocado nas últimas eleições. Por isso, o próprio Neves já se mobiliza para mudar o sistema de governo do Brasil de presidencialista para parlamentarista, o que lhe daria o cargo de Primeiro Ministro. Desse modo, assumiria de fato o comando do país sem precisar submeter-se ao voto popular. Se depender da mídia, que o blindou junto com o Judiciário, o candidato derrotado nas últimas eleições chegará finalmente ao poder, pois o governo e o PT, apáticos e acuados pela sistemática campanha midiática, parecem conformados com o rumo dos acontecimentos.
Muita gente se pergunta: o que houve com o PT? Cadê aquele partido aguerrido que levou à Presidência da República um torneiro mecânico? Cadê o partido que possuía uma extraordinária capacidade de mobilização em defesa dos interesses do país? Ele parece acovardado, não se movimentando nem mesmo para defender os companheiros presos pelo juiz Sergio Moro, os quais, ao contrário, são afastados da legenda à menor citação dos seus nomes pelos criminosos confessos, premiados delatores da Operação Lava-Jato. Se continuar assim, terá um final melancólico, sem condições de levar de novo seu principal líder, Lula, de volta ao Palácio do Planalto. E a direita vencerá, provocando um doloroso retrocesso no país, que voltará à condição de colônia dos EUA e refém dlo FMI, além de perder a sua mais importante estatal, a Petrobrás. A não ser que algo inesperado aconteça para interromper o processo e mudar o panorama político do país."
FONTE: escrito por RIBAMAR FONSECA, jornalista, membro da Academia Paraense de Jornalismo e da Academia Paraense de Letras; tem 16 livros publicados. Artigo publicado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/177848/Os-passos-do-golpe.htm).[Imagem do google acrescentada por este blog 'democracia&política'].
Mas o projeto não acaba aí. Eles sabem que, se o impeachment realmente for aprovado, quem assumirá a Presidência será o vice-presidente Michel Temer e não o senador Aécio Neves, segundo colocado nas últimas eleições. Por isso, o próprio Neves já se mobiliza para mudar o sistema de governo do Brasil de presidencialista para parlamentarista, o que lhe daria o cargo de Primeiro Ministro. Desse modo, assumiria de fato o comando do país sem precisar submeter-se ao voto popular. Se depender da mídia, que o blindou junto com o Judiciário, o candidato derrotado nas últimas eleições chegará finalmente ao poder, pois o governo e o PT, apáticos e acuados pela sistemática campanha midiática, parecem conformados com o rumo dos acontecimentos.
Muita gente se pergunta: o que houve com o PT? Cadê aquele partido aguerrido que levou à Presidência da República um torneiro mecânico? Cadê o partido que possuía uma extraordinária capacidade de mobilização em defesa dos interesses do país? Ele parece acovardado, não se movimentando nem mesmo para defender os companheiros presos pelo juiz Sergio Moro, os quais, ao contrário, são afastados da legenda à menor citação dos seus nomes pelos criminosos confessos, premiados delatores da Operação Lava-Jato. Se continuar assim, terá um final melancólico, sem condições de levar de novo seu principal líder, Lula, de volta ao Palácio do Planalto. E a direita vencerá, provocando um doloroso retrocesso no país, que voltará à condição de colônia dos EUA e refém dlo FMI, além de perder a sua mais importante estatal, a Petrobrás. A não ser que algo inesperado aconteça para interromper o processo e mudar o panorama político do país."
FONTE: escrito por RIBAMAR FONSECA, jornalista, membro da Academia Paraense de Jornalismo e da Academia Paraense de Letras; tem 16 livros publicados. Artigo publicado no portal "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/177848/Os-passos-do-golpe.htm).[Imagem do google acrescentada por este blog 'democracia&política'].
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